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domingo, 15 de agosto de 2010

O curioso patriotismo do brasileiro

          “O futebol é uma das maiores paixões dos brasileiros”. Pelo menos é o que a maioria afirma. E não podemos negar que, de fato, é o esporte que mais fascina.
          Pena que o profissionalismo que faz o atleta bater no peito e mostrar a camisa do clube que lhe remunerar melhor, praticamente fez desaparecer das cidades o futebol amador praticado nos pequenos campos com atletas dando tudo de si sem nada cobrar, apenas por amor ao seu time tradicionalmente único com uma paixão passada de pai para filho. Durante a semana trabalhavam nos seus afazeres pessoais na expectativa do jogo do domingo para enfrentar os seus rivais. Uma briguinha ou outra à parte, que saudade!
          Apesar de os atletas mudarem de clubes ao léu em função dos empresários e das propostas financeiras, os torcedores são fiéis. Aquelas briguinhas do amadorismo em algumas disputas se transformaram em batalhas campais no profissionalismo.
          Mas, como se dizia numa propaganda “copa é copa” e quando chega a hora quase todos os brasileiros são envolvidos emocionalmente como resultado de uma preparação psicológica durante quatro anos induzindo o brasileiro a pensar que o “Brasil futebol” é imbatível. Chegou ao penta. Depois exigiu-se o hexa. Mas não deu!
          Nisso tudo não se pode deixar de refletir sobre alguns excessos e incoerências.
          O excesso está na suspensão das atividades rotineiras com o Brasil estabelecendo a sua maior greve decretando “fecha tudo”, “ninguém trabalha” nos dias de jogos. Quase um mês de feriado nacional com o Brasil todo vestindo-se de verde e amarelo, bandeiras e fitas nas casas, nos veículos, nas escolas, no comércio. Vivas aos jogadores e treinador. Juntam-se economias para assistir os jogos de perto. Cantam o Hino Nacional a torno e a direito. Não se fala em outra coisa. Até que a desclassificação, previsivelmente natural, acontece. Aí, coitada da equipe! E tudo volta ao normal.
          São Paulo, quando escreveu a sua primeira carta aos Corintos (9,24), mostrou que entendia de tudo, até de esporte, quando disse: “Nas corridas de um estádio, todos correm, mas bem sabeis que um só recebe o prêmio. Correi, pois, de tal maneira que o consigais”.
          Mas, afinal, o que pode representar mais o patriotismo: só o futebol, ou também e principalmente a nação como um todo no seu contexto político e social? O civismo ou patriotismo não pode ficar somente no futebol.
          Aqui a incoerência! As nossas memórias lembram das datas comemorativas de Tiradentes? Independência do Brasil? Proclamação da República? Dia da Bandeira? O aniversário da cidade? E outras também importantes?.
          Estamos quase nos aproximando de 7 de Setembro. Quantas pessoas estarão cantando o Hino Nacional no hasteamento das bandeiras? Participando dos desfiles cívicos? E na Semana da Pátria, veremos o mesmo entusiasmo patriótico com bandeiras e fitas nas repartições públicas, nas casas, nos veículos, e distintivos nas lapelas?
          Quando teremos as bandeiras hasteadas nas escolas com cantos semanais dos hinos Nacional, do Estado e do Município?
          A mensagem do soneto à Pátria, de Olavo Bilac: “Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste! Criança! Não verás nenhum país como este! . . .”  não faz o Brasil merecer mais do que o futebol?
Diac. Narelvi

Publicado no jornal MCLitoral edição de julho/2010

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