(Is 66,18-21; Hb 12,5-7.11-13; Lc 13,22-30)
Prezados amigos e irmãos em Cristo.
No domingo de hoje as leituras bíblicas nos mostram que nesta terra cheia de contradições, Deus se manifesta para dizer que nos conhece e que quer reunir todos os povos numa única e grande comunidade. Queremos muitas vezes disputar o melhor lugar porque nos sentimos melhores do que os outros.
Deus revela que não apenas você ou eu merecemos os privilégios divinos, mas todos, indistintamente, ao ponto de recomendar missionários para levarem a todas as nações a noticia da Sua existência. Deus quer ser apresentado. Deus quer ser conhecido. Deus quer ser amado na mesma proporção em que nos ama.
Nós não somos tão diferentes daquele povo, daquele tempo do Antigo Testamento. Ainda hoje formamos nossos grupos, e com espírito corporativista os outros passam a ser simplesmente os outros. Até na Igreja vemos como o orgulho e o egoísmo provocam separações e divisões, opondo-se à vontade unificadora de Deus.
O ideal de unificação em torno de um único Deus, agora já com a presença de Jesus Cristo, nos é mostrada por São Paulo quando recomenda coragem para perseverar na educação do Senhor. Vai mais longe ainda, pedindo humildade e aceitação dos ensinamentos doutrinários segundo Jesus Cristo, e que mesmo nos momentos em que somos corrigidos, não devemos regular os nossos ouvidos para ouvir somente o que nos interessa ou convém, mas que as boas noticias do Evangelho e do comportamento humano também sejam bem-vindas. Pode ser que doa na hora, mas depois a paz e a alegria reinarão em nossas vidas pela transformação que Cristo promove mesmo em favor daqueles que já sentem-se cansados ou desiludidos como conclui a leitura: "firmai as mãos cansadas e os joelhos enfraquecidos; acertai os passos dos vossos pés".
A fraqueza na fé que muitas vezes nos domina, encontra no Evangelho narrado por Lucas a lição de que também depende de cada um reagir.
Dificuldades serão sempre encontradas. Muitos permanecerão aflitos sobre se serão salvos ou não. E Jesus responde comparando a entrada no Céu como se precisasse entrar por uma porta estreita.
Na verdade a porta do Céu não é estreita. Aliás, nem porta tem porque a Casa de Deus está sempre aberta porque é para todos. Jesus quer dizer que a porta se estreita na medida em que nós nos avolumamos e crescemos com o peso do pecado.
Contudo, a lição de Jesus é de que pela porta do céu não passarão aqueles que durante a vida desrespeitaram os seus irmãos mais necessitados recusando a ajudá-los faltando com a caridade cristã. A esses Jesus responderá: “Não sei quem sois. Afastai-vos de mim, todos vós, que praticais a injustiça!” advertindo sobre choros, ranger de dentes e lançados fora, numa alusão clara sobre o inferno para os que viram as costas para Deus.
Ao assim ensinar Jesus, deixa evidente de que as suas bases doutrinárias não são fundadas sobre o inferno, mas no oferecimento e acolhida na moradia celeste quando diz “Virão homens do oriente e do ocidente, do norte e do sul, e tomarão lugar à mesa no Reino de Deus”.
Louvado seja N.S. Jesus Cristo.
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