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sexta-feira, 24 de setembro de 2010

O rico e o pobre Lázaro


26º DTC – ano C – 26/09/2010
(Am 6,1a.4-7; 1Tm 6,11-16; Lc 16,19-31)  
 
 Prezados amigos e irmãos em Cristo.
Falamos no ultimo domingo sobre os ricos e os pobres.
Hoje Amós continua com seu brado de indignação contra o esbanjamento dos ricos e escassez dos pobres. E chama-os de "gozadores".
O Profeta, com sua fala, quer advertir aos ricos que usam das suas fortunas em esbanjamentos desproporcionais às suas necessidades e sentem-se, por isso, poderosos, melhores do que os outros.
Já dissemos que ser rico como resultado de um trabalho e esforço honesto a ninguém desmerece. Amós quer prevenir aqueles que fazem da sua riqueza motivo de afronta, de humilhação, de descaso, sem nenhuma preocupação com os outros. A esses, Amós adverte que as coisas podem mudar.
Referia-se o profeta aos poderosos de Israel que acumularam riquezas de forma desonesta à custa de opressões e termina o texto com uma previsão contra os  “gozadores” de que “o seu bando será desfeito". Mencionava uma futura invasão dos inimigos que destruiria os seus palácios e a cidade, e que presos, seriam transformados em escravos.
A lição não deve se restringir aos ricos desonestos mas também aos pobres desonestos.  Sejam ricos ou pobres, o respeito ao próximo deve ter a mesma medida de honestidade, de fraternidade, de caridade e de humildade. 

E na linha da justa conduta,  São Paulo dirige-se a Timóteo, bispo de Éfeso, demonstrando a sua preocupação com a preservação do seu mandato como homem de Deus, aconselhando-o a se afastar dos perigos que denigrem e destroem a dignidade, para que pudesse se manter no amor de Cristo. Até a Pôncio Pilatos, governador romano, foi recomendado dignificar o seu mandato.
Certamente que com esses apontamentos, São Paulo também se dirige a cada um de nós lembrando-nos da honestidade nas nossas profissões, atividades, mandatos políticos, como compromissos assumidos perante si mesmo e toda a comunidade.
Na justiça divina Deus não faz distinção entre pobre ou rico, clérigo ou leigo, ou entre raças. Trata-os com igualdade.
Timóteo era um homem de fé. E nós, não o somos também?
Portanto, a fé  impulsiona à pratica do bem e a combater o bom combate conforme diz São Paulo. Conquistar a vida eterna é o objetivo de todos daí porque a necessidade de uma integração fiel aos  ensinamentos de Jesus e firmeza no amor e respeito ao próximo.  


 A parábola que Jesus apresenta citando um homem rico e um pobre chamado Lázaro permite interpretações diversas. Vamos a uma delas.
Enquanto o rico esnobava e esbanjava a sua riqueza,  o pobre Lázaro vivia maltrapilho, infestado de feridas e esfomeado. Na porta da casa do rico, somente lhe sobravam as migalhas caídas no chão.
            Ambos morrem. Interpreta-se na parábola que o pobre foi levado ao céu, enquanto que o rico, não. Sofrendo no inferno, o rico suplica a Abraão por piedade e até a ajuda de Lázaro pedindo-lhe para molhar a ponta do dedo e umedecer a sua língua.     Abraão não atende e ainda admoesta o rico lembrando-lhe de como foi a sua conduta antes de morrer, gozando dos bens materiais, enquanto que ao pobre Lázaro fora imposto sofrimento. Passados desta vida para a vida eterna, a situação se inverteu.
O rico nem mesmo teve oportunidade de passar um recadinho aos parentes na terra de que as coisas não eram com eles pensavam e que havia uma justiça divina. Não conseguiu porque não é possível a comunicação (presença pessoal) dos mortos com os vivos.
Importante disso tudo, também,  é que na parábola fica muito claro de que Abraão justificou que a oportunidade para aprender e viver o bem já é dada durante a vida neste mundo mediante os ensinamentos “de Moisés e dos Profetas”, numa relação evidente com os ministros da Igreja.
A oportunidade para a reconciliação e viver na justiça de Deus, é dada enquanto o homem vive e participando fielmente da Igreja, ouvindo e aprendendo dos pregadores as mensagens do Evangelho, participando das Missas e celebrações, e principalmente vivendo os Sacramentos. Depois de morto sem renunciar ao pecado, nada mais poderá ser feito. 
Louvado seja N.S. Jesus Cristo. 

domingo, 19 de setembro de 2010

Ser ou não ser, eis a questão. Uma alusão ao aborto e a coerencia civica e religiosa


 


(Desculpe-me pela foto, mas ela é real)







Contra o poder político insensato,
somente a força do seu voto e da sua convicção religiosa.

      Estão torpedeando os princípios básicos da família, da sociedade, da ética, dos bons costumes, e acima de tudo, das verdades cristãs nas quais nós católicos, acreditamos. Não é de hoje. Mas de uma maneira muito mais desenfreada, nestes últimos e mais próximos anos até a atualidade armas se apontam para arruinar os verdadeiros direitos humanos.
     D
isfarça-se o Brasil de poderoso com elevadíssimos investimentos no futebol construindo estádios mirabolantes  e outras coisas mais, que ajudarão a distrair e obscurecer o bom senso e o discernimento do brasileiro. Incompatibiliza-se a família com a instituição de padrões inadequados à nossa cultura, tradição e formação.  Querem desrespeitar a vida intra-uterina.
     Por trás de enganações e encantos, burilam-se projetos e campanhas envolvendo temas que denigrem ou, no mínimo, são polêmicos, mas que vão marchando sem muita oposição.
    Questões sobre como tratar o homossexualismo, o casamento, a religião, a vida, estão ameaçadas porque muitos dos nossos representantes governamentais são inoperantes, descomprometidos e impositores  das suas opiniões e interesses pessoais sem levar em conta o que os representados querem.
    Nos regimes totalitários o povo é calado. Mas estamos, graças a Deus, numa democracia que permite contestar, gritar e aclamar contra as adversidades e a exigir dos que governam o país, uma conduta mais séria e coerente com as promessas pré-eleitorais e que correspondam aos verdadeiros anseios dos brasileiros.
     Como me dirigi no inicio aos católicos, e como ministro ordenado da Igreja Católica e porque de longa data tenho me manifestado contra o aborto em qualquer circunstância, é que entendo oportuno sensibilizar os meus irmãos de fé sobre o compromisso que temos perante Deus em Jesus Cristo.
     O católico tem obrigação de obedecer aos ensinamentos doutrinários sustentados no magistério, na tradição e  no Evangelho. É o que chamamos de fidelidade cristã. E tem obrigação de saber que é mandamento da Lei de Deus e do próprio conhecimento humano, que matar alguém é pecado e é crime.
     Sabe, portanto, que o aborto é uma das formas de assassinato. E mais grave ainda porque é o ato de tirar a vida de uma criança indefesa que ainda se encontra no útero materno. É hediondo. É cruel. É covarde. É uma brutalidade que enoja e revolta.
     Daí a necessidade do católico reagir contra a prática do aborto  e do propósito que a cúpula governamental (PT) tem em liberar tal prática. Essa reação  deve ser manifestada através das nossas atitudes pessoais e também principalmente pelo voto, isto é, não votando em candidato ou partido que esteja comprometido com a aprovação do aborto e outras formas de violência contra a vida.
     E
mprestando de Shakespeare a sua frase: “Ser ou não ser, eis a questão”, interprete-se como: ser ou não ser católico/cristão, eis a questão  que deve fazer com que você, católico e outros irmãos não-católicos comprometidos, a defender a vida com as armas da razão, da fé, e do voto.  

sábado, 18 de setembro de 2010

Reflexão dominical: Deus, os pobres e a idolatria do dinheiro



25º DTC – ano C – 19/09/2010
(Am 8, 4-7; 1 Tm 2, 1-8; Lc 16, 1-13)

Prezados amigos e irmãos em Cristo.

         Amós viveu 750 anos A.C. e já naquele tempo as diferenças sociais entre ricos e pobres eram assustadoras.
        S
itua-se o texto numa época em que fala do rei Jeroboão II que politicamente administrou e conseguiu prosperidade às “classes empresariais” e lavradores proporcionando-lhes lucros.
        M
as contra a propaganda dos sucessos, levanta-se Amós, um homem simples, pobre, pastor de ovelhas que grita não contra o direito de ser bem sucedido, mas contra os privilégios de apenas alguns na obtenção de riquezas. Contra também aqueles que fazem as suas riquezas às custas do esmagamento dos pobres e por meios desonestos do roubo, da exploração, da opressão, da corrupção, das propinas e de outras ilicitudes.
        A
mós levanta a sua voz para defender os pobres. Não com artimanhas do paternalismo político como reina hoje iludindo famílias com presentes que ajudam a matar a fome naquele momento com as cestas básicas e outros “projetos sociais”  “dominando os humildes com um par de sandálias” conforme diz Am 8, 6, mas os mantém famintos no dia seguinte.
        A
idolatria pelo dinheiro e a ambição,  cegam o homem  fazendo com que a sua ganância parta dos setores empresariais estendendo-se para os cargos políticos e até altares de algumas igrejas. São as gorjetas, os subornos, as corrupções, os envelopes de dízimos e doações na expectativa de riquezas que quase sempre se revertem aos próprios proponentes, o nepotismo exacerbado, comissões ou superfaturamentos em obras públicas e outras vantagens mais.
        O
profeta em nome do Senhor dizia: “Ai de voz que maltratais os humildes e causais prostração dos pobres da terra”. Para esses Deus afirmou: “Nunca esquecerei o que vocês fizeram”.
          São Paulo, escrevendo a Timóteo faz clara menção aos que governam e ocupam altos cargos lembrando-lhes que para ter uma vida tranqüila é preciso que cheguem ao conhecimento da verdade em Deus e no mediador Jesus Cristo, e pede oração por eles.
        Hoje sabemos que não bastam as orações que fazem parte da fé. Mas precisamos também das obras, gestos concretos que pelas nossas ações cívicas e religiosas ajudarão a fazer deste mundo, deste nosso Brasil, uma nação mais justa.
        São Lucas cita uma parábola de Jesus Cristo do rico e do administrador.
     O Administrador esbanjava os bens do patrão e por isto foi chamado a prestar contas e já percebeu que seria demitido.
      Usando de esperteza, passou a negociar com os devedores reduzindo os seus débitos numa troca de favores, com a intenção de contar com eles posteriormente. Para quem devia cem barris de óleo, diminuiu para cinqüenta; cem  medidas de trigo, reduziu para oitenta. Com isto o administrador adquiriu a simpatia dos devedores, mas lesou o seu patrão.
        O patrão criticou a forma errada da esperteza e censurou a prática de se fazer amigos de forma ilícita e sorrateira.
       De fato, nas pequenas coisas se expressam as virtudes. O ditado “tanto é ladrão quem rouba um tostão como quem rouba um milhão”  tem a ver com o v.10 de Lucas16. 

        A riqueza lícita não é sensuravel quando se partilha de alguma forma com os pobres  e quando não se idolatra o dinheiro.
        Todos são chamados à honestidade. Todos são chamados a amar e respeitar o próximo principalmente os pobres que sempre tiveram um amor preferencial de Jesus Cristo e da sua Igreja.
        O repúdio e a ira de Deus ficam para aqueles que corrompem e destroem politicamente ou não, a sociedade em que vivem e sufocam a dignidade humana

Louvado seja N.S. Jesus Cristo.

domingo, 12 de setembro de 2010

Reflexão dominical: Reencontrar-se com Deus

24º  DTC – ano C – 12/09/2010
(Ex 32, 7-11.13-14; 1Tm 1,12-17; Lc 15,1-10)
 Prezados amigos e irmãos em Cristo.


    Realmente, Deus é infinitamente bondoso.
   No passado, Abraão foi escolhido por Deus e incluído no seu plano de Salvação com a determinação de que saísse da sua terra, da sua pátria e da casa de seus pais (gn 12,1). Assim partiu para terra desconhecida levado unicamente pela fé em Deus. Da sua descendência, doze filhos de Jacó (12 tribos) migraram de Canaã para o Egito onde foram escravizados. Séculos depois, liderados por Moisés, fogem do Egito com destino de volta à terra prometida, Canaã.
    No retorno, revoltam-se contra Deus e constroem um bezerro de ouro ao qual passaram a adorar.
    Deus queixa-se a Moisés e lança critica contra aquele povo corrompido e manifesta a sua intenção de exterminá-lo.
    Aqui se revela mais uma vez a misericórdia de Deus que cede à intercessão de Moisés lembrando sobre o episódio acima: “Por que, ó Senhor, se inflama a tua cólera contra o teu povo, que fizeste sair do Egito com grande poder e mão forte? Lembra-te de teus servos Abraão, Isaac e Israel,com os quais te comprometeste, por juramento, dizendo: “Tornarei os vossos descendentes tão numerosos como as estrelas do céu; e toda esta terra de que vos falei, eu a darei aos vossos descendentes como herança para sempre'”.
    Não precisamos lembrar a Deus o que Ele fez porque é onisciente.
    A intercessão de Moisés, fez com que Deus desistisse de impor castigo àqueles caminhantes.
    Deus é assim! Não importa quanto tempo tenha se passado em nossas vidas, não esquece das suas promessas e da sua essência divina que é o amor e o perdão. Façamos uma contagem e avaliação das nossas vidas desde o batismo. Não nos assemelhamos àquele povo? Quantas vezes louvamos e demos Graças a Deus por tudo de bom que recebemos e, de repente, por qualquer motivo, nos revoltamos contra Ele?
     
    Com São Paulo aconteceu que reconhecendo os seus pecados posiciona-se como o pior dos pecadores. E se compara aos outros para entusiasmá-los dizendo que se Cristo transformou e perdoou a si,  a todos também transformará e perdoará,  pois que Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores”.

     Ninguém, portanto, está excluído da misericórdia de Deus.
    E na mesma linha da reconciliação e do perdão, Jesus confirma que a salvação é para todos, motivo pelo qual, os que não se encontrarem reconciliados deverão ser convidados ao arrependimento e a retornarem à unidade dos justos.
    Por isto Jesus acolhe os pecadores e faz refeição com eles. Não os discrimina. Daí a critica dos fariseus, o que O levou a, em parábolas, ensinar que o Céu se alegra sempre que um pecador se arrepende, valendo a pena que se busque a ovelha ou a moeda perdida e que, quando encontrada, faz o Salvador transbordar de alegria.
    Essa é a grande missão da Igreja, abrir as suas portas e pregar o amor ao próximo tratando a todos sem preconceito, mostrando que Jesus é o Salvador e quer ver o Povo de Deus reconciliado para poder falar: “Alegrai-vos comigo!”
Louvado Seja N.S. Jesus Cristo.    



   




sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Pedofilia



A promoção do sexo e o seu endeusamento também levam à pedofilia.
      A pedofilia, atualmente, é definida simultaneamente como “doença, distúrbio psicológico e desvio sexual (ou parafilia) pela Organização Mundial de Saúde” e que “Caracteriza-se pela atração sexual de adultos ou adolescentes por crianças”. Cuidado, portanto, para não chancelar de pedófilo aquele que, mesmo cometendo crime contra a liberdade sexual, sua ação não se afina com a definição em razão da eventualidade e circunstância. É preciso, também considerar,  embora a lei não o faça, a pedofilia sob o ponto de vista da agressão bárbara e covarde contra as criancinhas ou adolescentes inocentes e indefesas, da prática sexual circunstancial, esporádica,  com adolescentes ou jovens já corrompidos sexualmente por culpa da própria modernidade libertina.
     Mas o centro da questão é a preocupação que deve existir sobre a realidade do abuso sexual de crianças de um modo geral, comportamento pecaminoso e detestável que envolve pessoas de todos os níveis culturais, sociais, religiosos, ricos e pobres, solteiros e casados, homens e mulheres, e até familiares.
     Afinal, de onde provém tanta loucura?
     Existem circunstâncias que podemos entender como favoráveis ao desvio de comportamento e que podem levar a pedofilia.
     É de se pensar sobre o precário convívio social e de pobreza de muitas famílias deste Brasil afora, morando em barracos de um só cômodo, dando para sentir o ambiente desaconselhável levando-nos a imaginar o que possa acontecer dentro daquele “lar”. Ainda, que muitos tabus viraram vulgaridade, principalmente nas coisas que dizem respeito a sexualidade.
     A prática do sexo foi banalizada praticando-se o “ficar” entre parceiros  temporários, aqui se incluindo desde os pré-adolescentes entre si, verdadeiras crianças que ainda são.
     E na banalidade e busca de prazer, os estímulos são no sentido de que, na medida em que se cansem uns dos outros, busquem novos parceiros, e quanto mais jovens, mais atraentes. A propaganda da camisinha embora útil como prevenção contra aids e outras doenças venéreas,  como está sendo apresentada é responsável pelo aumento de adolescentes e jovens imaturos na atividade sexual. A televisão tem contribuído exibindo cenas sexuais explícitas colocadas à disposição de todos, até das crianças. Adolescentes se relacionam com beijos sexuais e sensuais publicamente. Estão priorizando e endeusando o sexo!
     E assim as crianças vão armazenando mesmo sem entender esse tipo de relacionamento, compreendendo-se porque a idade para a prática do sexo vem sendo reduzida cada vez mais.
Crianças que deveriam ter respeitadas as suas fases importantes de formação como o caráter, a personalidade e a honra, são inconscientemente feridas e deturpadas em seus valores. Alguns pais já estão substituindo o beijo inocente e carinhoso no rosto dos filhos crianças ou não, pelo beijo na boca (lábios). Tudo contribui para o estímulo doentio e criminoso da pedofilia.
     Por favor, não se está aqui generalizando essas situações, nem procurando justificar as atitudes diabólicas dos verdadeiros pedófilos, mas apenas trazendo para questionamento algo bem real, presente em nossa sociedade, que na sua hipocrisia estimula a prática do sexo sem amor desde cedo, para depois bradar como carrasco contra aqueles que aprenderam a lição como aconteceu com aquele Italiano surpreendido na piscina beijando sua filhinha na boca e que assim aquecido parece ter feito algo mais.
     Quanto mais livre e precoce for a prática sexual, ou se expor imprudentemente a beleza física e até provocante dos infanto-juvenis; ou não se voltar para um social sério e uma educação familiar e religiosa que alcance também os adultos,  maiores serão os riscos e estímulos à lascívia e mais facilitada a exploração sexual vitimando inocentes crianças.
Diac. Narelvi
Publicado no jornal MCLitoral, edição de agosto/2010

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

A carta de Dom Luiz Gonzaga Bergonzini e a voz do Pr . Paschoal Piragine

Repercutiu bastante a carta de Dom Luiz Gonzaga Bergonzini onde  propõe que não se vote em candidatos do PT. Não me consta que tenha a participação da CNBB. Entretanto, inegavelmente partiu de um conceituado bispo que em razão do seu episcopado tem o dever de defender os valores cristãos em qualquer lugar e em qualquer circunstância.
     Certamente que a Igreja Católica não toma posição partidária nem faz indicação de candidatos. Entretanto, sempre fez parte da sua ação orientar e alertar os seus fiéis para que fizessem uma escolha consciente levando em consideração a idoneidade dos candidatos, os seus ideais políticos, filosóficos, morais e cristãos.
     Entretanto, a cautela de sempre não significa que deva ser omissa em relação a temas que interferem na formação e na religiosidade de um povo. No momento em que partidos políticos ou candidatos com suas metas ferirem pontos básicos da doutrina cristã, da família, da liberdade de expressão e da prática religiosa, e principalmente no que toca a defesa da vida desde a concepção, a Igreja deve sim, se não oficialmente, ao menos pelos seus representantes eclesiásticos, alertar sobre os perigos evidentes.
    Com relação a oportuna carta de Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, vai direto ao assunto como sinal de alerta. E a sua eficácia é tão forte que, felizmente, encontrou eco em muitos brasileiros, católicos ou não, e o que é mais interessante ainda, em muitas Igrejas Evangélicas com a iniciativa do Pr. Presidente da Primeira Igreja Batista de Curitiba, Paschoal Piragine.


     Para os católicos principalmente, a família se constitui sacramentalmente entre homem e mulher, e todos os cristãos abominam o aborto porque é pecado, é crime bárbaro e covarde. A liberdade religiosa deve ser assegurada a todos.
     Esses e outros princípios estão em jogo. E verdadeiramente o PT posicionou-se de forma bem exposta favoravelmente a essas mudanças e chegou  a punir dois deputados petistas Luiz Bassuma e Henrique Afonso, por se posicionarem contra as orientações do partido quanto ao  projeto que libera o aborto e o descriminaliza, e enfoca outras medidas também reprováveis.
     Os brados de Dom Luiz Gonzaga Bergonzini e do Pr.  Paschoal Piragine podem até ser que não resolvam politicamente. Mas não importa! O que importa é que ambos e outros mais estão expressando o que sentem como religiosos inspirados até, quem sabe, na Segunda Carta de São Paulo a Timóteo, 3,16: “Toda a Escritura é inspirada por Deus, e útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para formar na justiça”. Desta vez foi contra o PT e seus candidatos comprometidos. Se outros também tiverem idênticos envolvimentos, a eles o mesmo tratamento.
     A carta do bispo e o apoio do pastor não retiram a liberdade de ninguém. Mas chama a consciência de todos, e muito especialmente, dos seguidores das religiões que representam, às quais estão comprometidos os destinatários com os seus princípios doutrinários. 

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Reflexão dominical: A nossa sabedoria e a Sabedoria de Deus



23º DTC - Ano C - 05/09/2010
(Sb 9, 13-18b; Fm 9b-10.12.17; Lc 14, 25-33)

Prezados amigos e irmãos em Cristo.

     Começamos as leituras falando em conhecimento. Conhecimento lembra sabedoria.
     Leva-nos a refletir sobre a noção que temos a respeito de tudo aquilo que aprendemos durante a nossa vida.
     Quando a discussão é sobre quem sabe das coisas, somos levados a analisar primeiramente o conteúdo intelectual das pessoas através das suas escolaridades. E ai nos deparamos com médicos, advogados, professores, cientistas, psicólogos, técnicos, homens e mulheres diplomados  nas diversas áreas das ciências humanas. Não podemos deixar de reconhecer a enorme relevância que têm esses exímios conhecedores nas relações humanas, inclusive aqueles que aprenderam nas pequenas escolas primárias e nas escolas da vida.  Como é importante nesse sentido a intelectualidade para quem quer ensinar, administrar, governar e dirigir materialmente e até espiritualmente as pessoas do seu reduto. E nos admiramos e exclamamos: “Como são inteligentes!”
     Porém, no livro da Sabedoria, traz um outro desafio. É o da sabedoria que antes das nossas escolas e faculdades, vem de Deus.
    “Qual o homem que pode conhecer os desígnios de Deus? Quem pode sondar as intenções do Senhor?”. “Quem poderá então descobrir o que há nos céus?”.
    Deus aprova a sabedoria humana. Mas acima de tudo, Ele quer que tenhamos uma sabedoria que venha Dele. Uma sabedoria gratuita que não dependa só da intelectualidade acadêmica, mas acima de tudo, que não precise ver, palpar, mas que se expresse através do sentir.
    Nenhuma ciência conseguira dar respostas às perguntas retro apresentadas. Somente o nosso coração com inspiração no Sagrado é que conseguirá se manifestar sobre o que existe de melhor na honestidade, no amor, na fraternidade, na caridade, no perdão, através do que sentimos e dita a nossa consciência.
    Os conhecimentos materiais, humanos, poderão se perder e serem desprezados  antes ou após a morte. Mas a sabedoria que vem de Deus permanecerá conosco até na eternidade.

     E foi justamente pela sabedoria de Deus que São Paulo se tornou o grande evangelizador a ponto de por causa da sua fé, como crente em Cristo, ser preso em Roma.  E até na prisão vivendo a caridade e a fraternidade, converte Onésimo que lhe confessou ter sido escravo de Filêmon de quem havia roubado, lá numa província da Ásia. Paulo também conhecia Filêmon, igualmente por ele convertido e batizado.

Vejam! Lá estava Paulo entre dois amigos ressentidos para quem os serviu com sua sabedoria evangélica. E a predisposição do perdão e da reconciliação são resultados da conversão que leva a incondicionalidade do amor, razão do pedido que faz na carta a Filêmon: receba-o, não mais como escravo ou inimigo, mas como irmão, lembrando que esse gesto fraterno é agradável ao Senhor.
      Para quem realmente é servidor e seguidor de Jesus Cristo, não há prisão,  nem perseguição, nem obstáculo algum que possa impedir de praticar o bem.


    Aliás, a grande mensagem de Jesus no Evangelho de hoje está exatamente no mandamento Amar a Deus sobre todas as coisas. É a opção preferencial ensinada por Jesus Cristo que mesmo respeitando o amar ao próximo, ensina que viver a religiosidade cristã seja como bispo, padre ou diácono, ou como fiel leigo, impõe uma renuncia muitas vezes daquilo que nós amamos e nos apegamos familiarmente e materialmente falando, lançando o desafio: “Quem não toma a sua cruz para Me seguir, não pode ser meu discípulo”.
    É, meus irmãos. Somos criaturas e filhos de Deus colocados neste mundo para servir. Com o batismo, recebemos dentro de nós metas e projetos santificantes que deverão ser cultivadas até o fim. Jesus não quer que criemos embaraços e se interfira negativamente na caminhada  de ninguém que possa interromper o projeto de Deus.

Louvado seja N.S. Jesus Cristo
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