O ditado popular “diga-me com quem andas e direi quem tu és” traduz a idéia de que a conduta de alguém se mede na mesma proporção e intensidade da conduta da pessoa com quem ele se relaciona. Em física, tratando do magnetismo, ensina-se que “os pólos opostos se atraem e os pólos iguais se repelem”. São teorias muito presentes na política e que agora, às vésperas das eleições, saltam aos olhos.
Seja no ditado popular, seja no conceito cientifico, imaginariamente existe um ponto de referencia. Seria igualmente ladrão quem anda com ladrão; corrupto com corrupto; honesto com honesto; trabalhador com trabalhador, e assim por diante. Ou se atraem ou se repelem, por exemplo, os bons e os maus, os honestos e os desonestos, os íntegros e os imorais, os políticos de “ficha limpa” e os de “ficha suja”, os bem intencionados e os mal intencionados.
O momento agora é das eleições para Presidente, Senador, Dep. Federal, Dep. Estadual e Governador.
O ponto de referencia do ditado popular e do magnetismo da física, no presente caso, por estar no alto da pirâmide, fica atribuído aos candidatos a presidência da república. Eles são o ponto, agora não mais imaginário, entre os extremos. O que se disser deles, estender-se-á aos demais.
Do ponto de vista cristão e no exercício da cidadania é imprescindível conhecer do presidenciável a sua história moral, cívica, partidária, o passado, a convicção democrática já que vivemos numa democracia; a tendência e respeito à liberdade religiosa; se está comprometido com a vida repudiando o aborto e outros meios que violentem o ciclo natural do ser humano; os seus propósitos com a segurança pública, educação, saúde, meio ambiente e outras prioridades; se está comprometido com os pobres sem recorrer ao populismo prejudicial e tendencioso; se já praticou crimes contra a vida, contra o patrimônio alheio, roubos, assaltos, terrorismos, mortes, corrupções; se o seu nome se encontra lançado na “ficha suja”; se está vinculado a lideranças internacionais detentoras de regimes ditatoriais e tantos outros propósitos que devem nortear a vida dos brasileiros.
Mas, “nem tanto ao mar nem tanto à terra”. A pecha nem sempre é só do candidato. Ao eleitor também cabem as comparações devendo zelar pelo seu voto. E quando conscientemente se escolhe mal pode acontecer como o que São Mateus narra em 7,6: “Não lanceis aos cães as coisas santas, não atireis aos porcos as vossas pérolas, para que não as calquem com os seus pés, e, voltando-se contra vós, vos despedacem”.
Em torno dos candidatos formam-se grupos de apoio, políticos de alto a baixo escalão que se encaixam muito bem nos mesmos vícios, deixando de lado os ideais da moralidade para petiscarem uma possível oportunidade no contexto governamental e político talvez falando baixinho “o povo que se dane”. A esses que se juntam ou se repelem ao sabor dos ventos, ou sendo desiguais se revestem de iguais para conchavos, também cabe grande parcela de responsabilidade pelo testemunho e cumplicidade com os candidatos.
Por isso, para que realmente o “povo não se dane”, deve repudiar o interesseiro paternalismo eleitoreiro, o apadrinhamento, a reciprocidade de favores, e parar de achar que as benesses distribuídas sob diversas formas aos pobres e menos favorecidos, decorrentes de programas sociais muitas vezes advindas de governos anteriores devem ser pagas com o voto. Ninguém deve favor quando o que lhe é oferecido já éra seu por direito.
Jamais descobriremos o que se esconde em cada candidato embora saibamos que felizmente existem os virtuosos como em todos os setores da sociedade. Os indícios prós e contras estão aí à disposição de todos, bastando navegar pelas leituras, internet e outros meios informativos.
Quem se esforça para votar bem honra-se a si mesmo, estará consolidando a democracia e colaborando para a renovação da consciência e valorização do político.