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terça-feira, 31 de agosto de 2010

Por trás de cada candidato . . .

    O ditado popular  “diga-me com quem andas e direi quem tu és”  traduz a idéia de que a conduta de alguém se mede na mesma proporção e intensidade da conduta da pessoa com quem ele se relaciona.   Em física, tratando do magnetismo, ensina-se que “os pólos opostos se atraem e os pólos iguais se repelem”. São teorias muito presentes na política e que agora, às vésperas das eleições, saltam aos olhos. 
     Seja no ditado popular, seja no conceito cientifico, imaginariamente existe um ponto de referencia.  Seria igualmente ladrão quem anda com ladrão; corrupto com corrupto; honesto com honesto; trabalhador com trabalhador, e assim por diante. Ou se atraem ou se repelem, por exemplo, os bons e os maus, os honestos e os desonestos,  os íntegros e os imorais, os políticos de “ficha limpa” e os de “ficha suja”, os bem intencionados e os mal intencionados.
    O momento agora é das eleições para Presidente, Senador, Dep. Federal, Dep. Estadual e Governador. 
     O ponto de referencia do ditado popular e do magnetismo da física, no presente caso, por estar no alto da pirâmide, fica atribuído aos candidatos a presidência da república. Eles são o ponto,  agora não mais imaginário, entre os extremos. O que se disser deles, estender-se-á aos  demais.
    Do ponto de vista cristão e no exercício da cidadania é imprescindível conhecer do presidenciável a sua história moral, cívica, partidária, o passado, a convicção democrática já que vivemos numa democracia; a tendência e respeito à liberdade religiosa; se está comprometido com a vida repudiando o aborto e outros meios que violentem o ciclo natural do ser humano; os seus propósitos com a segurança pública, educação, saúde, meio ambiente e outras prioridades; se está  comprometido com os pobres sem recorrer ao populismo prejudicial e tendencioso; se já praticou crimes contra a vida, contra o patrimônio alheio, roubos, assaltos, terrorismos, mortes, corrupções; se o seu nome se encontra lançado na “ficha suja”; se está vinculado a lideranças internacionais detentoras de regimes ditatoriais e tantos outros propósitos que devem nortear a vida dos brasileiros. 
     Mas, “nem tanto ao mar nem tanto à terra”. A pecha nem sempre é só do candidato.  Ao eleitor também cabem as comparações devendo zelar pelo seu voto. E quando conscientemente se escolhe mal pode acontecer como o que São Mateus narra em 7,6: “Não lanceis aos cães as coisas santas, não atireis aos porcos as vossas pérolas, para que não as calquem com os seus pés, e, voltando-se contra vós, vos despedacem”.
     Em torno dos candidatos formam-se grupos de apoio,  políticos de alto a baixo escalão que se encaixam muito bem nos mesmos vícios,  deixando de lado os ideais da moralidade para petiscarem uma possível oportunidade no contexto governamental e político talvez falando baixinho “o povo que se dane”. A esses que se juntam ou se repelem ao sabor dos ventos, ou sendo desiguais se revestem de iguais para conchavos,  também cabe grande parcela de responsabilidade pelo testemunho e cumplicidade com os candidatos.
    Por isso, para que realmente o “povo não se dane”, deve repudiar o interesseiro paternalismo eleitoreiro, o apadrinhamento,  a reciprocidade de favores, e parar de achar que as benesses distribuídas sob diversas formas aos pobres e menos favorecidos, decorrentes de programas sociais muitas vezes advindas de governos anteriores devem ser pagas com o voto. Ninguém deve favor quando o que lhe é oferecido já éra seu por direito.
    Jamais descobriremos o que se esconde em cada candidato embora saibamos que felizmente existem os virtuosos como em todos os setores da sociedade. Os indícios prós e contras estão aí à disposição de todos, bastando navegar pelas leituras, internet e outros meios informativos.
     Quem se esforça para votar bem honra-se a si mesmo, estará consolidando a democracia e colaborando para a renovação da consciência e valorização do político   

sábado, 28 de agosto de 2010

Reflexão dominical: Humildade e amizade com Deus




Reflexão dominical 29/08/2010 - 22º DTC - Ano C
(Eclesiástico 3, 19-21.30-31; Hb 12, 18-19.22-24; Lc 14, 1.7-14)

Prezados amigos e irmãos em Cristo.
   Voce já observou em alguém alguma modificação no seu comportamento pessoal? Algum amigo ou conhecido que antes  era amigo, pessoa de  fácil relacionamento, bom companheiro, e que de repente tornou-se distante, arrogante, antipático, com ar de superioridade? Com certeza,  sim!
   E nós? Onde nos encaixamos?
   Lições de humildade encontramos hoje no Eclesiástico. Marca profundamente a maneira de cada um se comportar diante do outro.
   Todos temos as nossas tarefas e missões, e as realizamos isoladamente ou em comunidade. Mas o mérito não está apenas em fazer, mas em saber servir. A educação, o respeito, a alegria, a prontidão, a mansidão, são algumas das tantas maneiras  que contamos para que possamos ser honrados. A fama e os prêmios devem ser conseguidos pelos seus próprios méritos sem passar por cima dos outros e sem forçar a sua presença no pódio dos vaidosos à custa do sofrimento alheio achando-se merecedor de estar acima de tudo e de todos. Nesse sentido, ninguém é mais digno do que o outro só porque é mais rico, mais inteligente, ou porque ocupa cargos políticos, administrativos ou religiosos. Pois é! Quem se exalta será humilhado. 
   Conseguir uma conquista na vida deve ser motivo de orgulho (no bom sentido), não é nenhum pecado nem desagrada a Deus. Ao contrário, até O agrada na medida em que não se perca as praticas da honestidade  e da humildade.

   São Paulo, escrevendo aos hebreus, lembra-lhes que quando se converte, alguns laços antigos devem ser revistos e adequados.
   Lembra do tempo em que os judeus de antes do cristianismo viviam outra forma de religiosidade à moda dos seus antepassados, e comparativamente mostra o monte Sinai como uma religião antiga quando se sentia Deus por meio de fenômenos assustadores como fogo, treva, trovões, etc. enquanto ensina que os judeus convertidos deviam viver a sua nova religião cristã com novo vigor, sem receios, porque Jesus ensinou uma nova maneira de se relacionar com Deus como amigo, próximo, tolerante, humilde, onde o amor é a grande seta que conduz para o Alto,  monstrando que o homem pude se dirigir a Deus diretamente, sem medo e com coragem e confiança nesta Nova Aliança que é o cristianismo.
   O Evangelho deste domingo se mantém na linha da humildade narrando sobre uma refeição feita por Jesus na casa de um fariseu importante. Os curiosos observaram que os convidados rapidamente passaram a ocupar os primeiros lugares e viram Jesus narrar uma parábola advertindo sobre o risco daqueles que se acham merecedores dos melhores lugares. Cuidado, diz Jesus, alguém pode te pedir para ceder o lugar para outrem.
   São lições de boas maneiras que Jesus transmite advertindo aos ambiciosos que querem se destacar a qualquer custo: “Porque todo aquele que se exaltar será humilhado, e todo aquele que se humilhar será exaltado”.
   Jesus ainda faz uma citação que à primeira vista parece estranha ao mandar não convidar “irmãos, parentes nem vizinhos ricos” porque eles certamente irão retribuir o convite, e sugere que se convidem estranhos, “pobres, os aleijados, os coxos e os cegos” porque esses não terão como retribuir.
   Compreenda-se sem susto que Jesus não está pretendendo afastar ninguém do convívio dos mais íntimos. Apenas quer censurar aqueles que promovem festas, encontros, banquetes, com objetivos interesseiros, justamente esperando alguma retribuição compensadora como status, prestigio, politicagens, oportunidades ilícitas,  favorecimentos, etc.
   O importante nas comunidades cristãs é que o vinculo de amizade, as aproximações, as confraternizações em família ou não, sejam providas de laços fraternos com o objetivo de estabelecer a unidade, o respeito, o bem comum, o amor, colocando como ponto principal a presença unificadora de Jesus Cristo.
Louvado seja N.S. Jesus Cristo.

domingo, 22 de agosto de 2010

Reflexão dominical: Passar pela porta estreita?

Reflexão dominical - 21º DTC - Ano C
(Is 66,18-21; Hb 12,5-7.11-13; Lc 13,22-30)

Prezados amigos e irmãos em Cristo.

    No domingo de hoje as leituras bíblicas nos mostram que nesta terra cheia de contradições, Deus se  manifesta para dizer que nos conhece e que quer reunir todos os povos numa única e grande comunidade. Queremos muitas vezes disputar o melhor lugar porque nos sentimos melhores do que os outros.
    Deus revela que não apenas você ou eu merecemos os privilégios divinos, mas todos, indistintamente, ao ponto de recomendar missionários para levarem a todas as nações a noticia da Sua existência. Deus quer ser apresentado. Deus quer ser conhecido. Deus quer ser amado na mesma proporção em que nos ama.
    Nós não somos tão diferentes daquele povo, daquele tempo do Antigo Testamento. Ainda hoje formamos nossos grupos, e com espírito corporativista os outros passam a ser simplesmente os outros. Até na Igreja vemos como o orgulho e o egoísmo provocam separações e divisões, opondo-se à vontade unificadora de Deus. 

    O ideal de unificação em torno de um único Deus, agora já com a presença de Jesus Cristo, nos é mostrada por São Paulo quando recomenda coragem para perseverar na educação do Senhor.  Vai mais longe ainda, pedindo humildade e aceitação dos ensinamentos doutrinários segundo Jesus Cristo, e que mesmo nos momentos em que somos corrigidos, não devemos regular os nossos ouvidos para ouvir somente o que nos interessa ou convém, mas que as boas noticias do Evangelho e do comportamento humano também sejam bem-vindas.  Pode ser que doa na hora, mas depois a paz e a alegria reinarão em nossas vidas pela transformação que Cristo promove  mesmo em favor daqueles que já sentem-se cansados ou desiludidos como conclui a leitura:   "firmai as mãos cansadas e os joelhos enfraquecidos; acertai os passos dos vossos pés".


    A fraqueza na fé que muitas vezes nos domina, encontra no Evangelho narrado por Lucas a lição de que também depende de cada um reagir.
    Dificuldades serão sempre encontradas. Muitos permanecerão aflitos sobre se serão salvos ou não. E Jesus responde comparando a entrada no Céu como se precisasse entrar por uma porta estreita.
    Na verdade a porta do Céu não é estreita. Aliás, nem porta tem porque a Casa de Deus está sempre aberta porque é para todos. Jesus quer dizer que a porta se estreita na medida em que nós nos avolumamos e crescemos com o peso do pecado.
    Contudo,  a lição de Jesus é de que pela porta do céu não passarão aqueles que durante a vida desrespeitaram os seus irmãos mais necessitados recusando a ajudá-los faltando com a caridade cristã. A esses Jesus responderá: “Não sei quem sois. Afastai-vos de mim, todos vós, que praticais a injustiça!” advertindo sobre choros, ranger de dentes e lançados fora, numa alusão clara sobre o inferno para os que viram as costas para Deus.
    Ao assim ensinar Jesus, deixa evidente de que as suas bases doutrinárias não são fundadas sobre o inferno, mas no oferecimento e acolhida na moradia celeste quando diz Virão homens do oriente e do ocidente, do norte e do sul, e tomarão lugar à mesa no Reino de Deus”.
Louvado seja N.S. Jesus Cristo.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Uso de células-tronco embrionária

    A Igreja Católica, mantendo a sua convicção e responsabilidade cristã, não desanima diante de decisões judiciais sobre interpretações constitucionais e legais envolvendo questões que lhe são submetidas pertinentes à vida. Em alguns julgamentos que envolvem o direito a vida, o correto seria colocar antes de tudo os princípios éticos e cristãos, pelo  menos por aqueles batizados que se dizem cristãos e até possivelmente tenham de forma bem visível na parede da sala de julgamento,  um crucifixo.
     Saiu a decisão do  STF: o uso de células-tronco embrionárias em pesquisas cientificas, não é inconstitucional.
     Uma informação atribuída a geneticista da USP, Mayana Zatz (Gazeta de ontem): “95% dos embriões congelados, se usados, não gerariam vida”.  E os outros 5%?
     Cremos que no  momento da fecundação a vida humana passa a existir. Até a ciência não nega. Então, os 100% dos embriões congelados são seres humanos, criancinhas que não nascerão, pois foram condenadas à morte como cobaias a pretexto de que alguns pedacinhos poderão servir para salvar vidas.
     Não é irônico: Tirar uma vida para ver se dá para curar ou salvar outra? No mínimo é uma troca criminosa em que, de um ser indefeso lhe é tirada a vida, como rato de laboratório.
     Além do mais, para os católicos e outros cristãos, a alma é criada por Deus e colocada naquele novo corpo. A vida humana surge com a participação do homem e da mulher criando o corpo, e no mesmo momento da fecundação recebe de Deus uma alma especial e única, personalizada, digamos assim. Todos somos criaturas de Deus, que com a participação do homem e da mulher formam a trindade criadora na descendência humana.     

    Significa que o embrião é uma vida composta de microscópico corpinho em desenvolvimento e de uma alma pronta,  imortal.  Fazer experiência com célula-tronco embrionária é matar o corpo e desprender dele a sua alma. Um cristão verdadeiro não pode admitir que isso aconteça.
     Para o bom cristão, não importa que a “justiça” pronuncie-se afirmando a constitucionalidade de uma experiência com seres humanos embrionários,  ou que se venha a editar leis abortivas, pois que ninguém é obrigado a submeter-se  a lei  ou opiniões que a sua consciência reconheça como danosa à vida.  A defesa da vida deve ser a opção  em qualquer circunstância. Afinal, a vontade de Deus é soberana e muito mais segura do que decisões dos homens.  “Antes que no seio fosses formado, eu já te conhecia; antes de teu nascimento, eu já te havia consagrado, e te havia designado profeta das nações. “ Jer 1,5.

MANDE O SEU RECADO

O presente espaço fica reservado para manifestações diversas não integrantes das postagens específicas do blog.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Culpar o Papa? (pedofilia)

            A Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR) se agredida por alguns meios de comunicações, destacadamente algumas emissoras de televisão avessas ao catolicismo, que, a pretexto de noticiários expõem matérias sensacionalistas contra o seu decoro, aproveitando para atingir a pessoa do Papa.
           Para inicio de conversa, todos sabem que existem falhas humanas na Igreja, afinal, ela é humana e divina. E apontar falhas com imparcialidade, sem deturpação da verdade, é plenamente aceitável.
           O tiroteio, agora, é contra o Papa Bento XVI. Querem desacreditar a ICAR e o seu chefe saboreando gulosamente o tema “pedofilia”.
Sabemos que a prática da pedofilia é um mal presente em muitos segmentos familiares, sociais, religiosos, artísticos, etc. sobre cujo tema falarei oportunamente.
           Agora quero me referir ao alvo dos comentários. Não para negar o que possa ser verdadeiro, mas para refletir sobre o que se pode considerar dentro da razoabilidade.
           Vejo alardes em torno de informações de abusos sexuais com adolescentes que teriam ocorrido em alguns países, inclusive no nosso, com acusações contra padres e bispos, fatos que teriam acontecido na atualidade e até há 30, 50 ou 60 anos atrás desenterrados como se fossem de hoje. E para alguns deles, o Papa Bento XVI que não foi autor de nenhum desses crimes é chamado a atenção por fatos da sua alçada junto a Congregação para a Doutrina da décadas quando ainda era o Cardeal Ratzinger e Prefeito desde 1981.
           Fatos horríveis como o abuso sexual de crianças ou de pessoas de qualquer idade, devem ser combatidos e divulgados. Porém, com verdade, equilíbrio emocional, moral e ético, sob pena de se transformar em ação oportunista e preconceituosa contra a instituição Igreja.
           Basta acompanhar alguns informativos imparciais para se convencer de que dentro de um volume de denúncias sobre abusos sexuais, uma ínfima parcela é, verdadeiramente, atribuída a clérigos. Apesar de não se justificar essa conduta mesmo que fosse de um só, esquecem da mesma prática por pastores evangélicos e de outras crenças conforme páginas da Internet, no momento silenciadas nos jornais e televisão.
Seria preciso mais do que ler noticias deturpadas e festejar em cima delas. Precisaria retroagir às épocas dos fatos, conhecê-los bem para opinar com segurança.
E o Papa virou alvo mesmo sem ter qualquer envolvimento pessoal com a pedofilia. O que tinha de agir e decidir como prefeito da Congregação para a Doutrina da , antes de ser Papa, o fez corretamente, e agora, como chefe da ICAR, a sua posição contra o abuso sexual por clérigos é firme, definida e incontestável, e com coragem e humildade pede perdão em nome da Igreja por aqueles que realmente foram ou são culpados por tal delito.
Também eu tenho algumas contrariedades com relação a certas decisões pessoais do clero, e pode-se até discordar de algumas decisões suas com relação à direção eclesiástica, mas nem por isso posso deixar galopar desembestadas informações distorcidas contra a integridade de um chefe de Igreja cuja biografia o coloca no rol dos mais cultos, nobres e zelosos religiosos do Cristianismo.
Repudie-se o mal onde ele se encontrar, mas estejamos atentos contra o fermento da infâmia e dos interesses escusos. (Mc 8,15). 
Diac. Narelvi
Publicado no Jornal MC Litoral Edição de abril/maio 2010

É Natal!

É Natal de Jesus, festa de alegria de esperança e luz

Mais um aniversário. Dois mil e nove anos do nascimento (encarnação) de Jesus, aquele que foi predestinado antes da criação do mundo; aquele que desde o principio era Deus, e que sem ele nada foi feito; que nele havia a vida e era a luz dos homens.  Assim João apresenta Jesus (Jo 1,1ss), o Messias prometido que veio trazer a Salvação.
Porém, mesmo fazendo tanto tempo, não conseguimos ainda apresentar Jesus em todos os recantos desta terra. Muitos povos continuam concentrados em um suposto deus filosófico ou panteísta, mas não no Deus único e verdadeiro que se revelou e adoramos na Santíssima Trindade, porque os cristãos não puderam ou não souberam chegar até lá. Assusta-me a idéia de que nem mesmo onde nos encontramos conseguimos apresentá-Lo como verdadeiramente Ele é. Será que aceitam e O respeitam como Deus
O Natal é um momento muito apropriado para se refletir sobre se estamos realmente vivendo as nossas promessas do batismo, do crisma, dos Sacramentos enfim, e fazendo das nossas vidasvidas cristãs. E até mesmo sobre religiões queem nome de Jesus”, vivem de “milagres” e de “prosperidade material”, esquecendo que isso não é o mais importante da vida nem o propósito de Jesus. Jesus resplandece em nossas famílias, comunidades, em nossas vidas. Mas parece que ainda não o compreendemos (Jo 1,5).
Jesus continua vivo na Eucaristia e devia estar vivo em todas as igrejas cristãs para que, como testemunhas, todos cressem por meio dele.
Ressalvadas as exceções, vemos uma inoperância nas boas religiões e umdesvirtuamento da Palavra de Deus em outras, transformando o Evangelho da Boa Nova de Jesus num evangelho da riqueza, da confusão,  do oportunismo, do relativismo, colocando a bíblia no lado esquerdo e os carnês de cobranças no lado direito imperando o leilão das graças na base do quem da mais. Coitados dos pobres!
Seria tão fácil seguir o cristianismo não fossem os manipuladores da . Existe um ditado que diz: Deus quer, os homens é que atrapalham”.
Diac. Narelvi
Da Arquidiocese de Curitiba
Residente em MorretesMas nós, ordenados e leigos, continuamos protegidos ministerialmente para, como João Batista, ser aquela voz que mesmo clamando no deserto faz a sua parte procurando anunciar o Evangelho tal qual a vontade de Jesus, procurando endireitar o caminho do Senhor” (Jo 1,23). Jesus disse: quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida; disse ainda: Eu sou o caminho, a verdade e a vida”.
Seguir os caminhos de Jesus é uma grande graça. Este caminho Ele apresentou e continua sendo apresentado pelos seus fiéis seguidores. Basta confiar no seu itinerário.
 Comemorar o Natal não é simplesmente dar presentes embora isto seja importante. É um dia especial de Ação de Graças. De não se resumir na ceia familiar, mas estender-se às Missas, aos Cultos (também para o Evangélicos), à oração, à meditação e reflexão em família, sim, abrindo o momento especial da confraternização. É cantar parabéns a você a Jesus, talvez com o cantoNoite feliz”. Não se esquecer de que o melhor presente deve ser reservado ao aniversariante.    
Vamos reagir contra a apropriação da nossa confraternização espiritual cristã pelos que se aproveitam do Natal de Jesus para obtenção de lucros. Vamos lembrar de que o Natal não terá sentido sem o espírito de doação, de partilha, de amor, de respeito aos pobres e aos injustiçados. Também não terá sentido enquanto alguns pastores de todas as crenças não seguirem o exemplo de Jesus o Bom Pastor ao ponto de fazer com que, a contrario sensu, as ovelhas se confundam com a voz do pastor.
Afinal, a luz daquela estrela que orientou os magos até a manjedoura ainda continua a iluminar. Como eles, vejam em Jesus, Maria e José a Sagrada Família.  Contemple-se o Natal com a presença principal, soberana e divina do Menino Jesus, mas sem esquecer de que foi o SIM de Maria que nos proporcionou a Festa Natalina o que a torna inseparável desta grandiosa comemoração.       
Feliz Natal com Jesus e Maria. Paz!
Diac. Narelvi
Publicado no jornal MC Litoral, edição de dezembro/2009

Porque amamos Maria!

O respeito e amor por Maria tem sido um dos motivos ou pretextos adotados por quem deixou de ser católico confundindo veneração com adoração e apresentando tolas interpretações.
Afinal quem é essa mulher profetizada no Antigo Testamento, que faz parte do Novo Testamento, que é lembrada em setembro como N. Sra. da Salete e N. Sra. da Luz em Curitiba, N. Sra. do Porto em Morretes, e sob outros títulos todos os dias em todas as localidades,  e é tão amada por Jesus e pelos Católicos?
Reconhecidamente, desde o início MARIA tem a sua presença destacada na família cristã como a mulher mais simples e importante na vida de Jesus Cristo: Foi escolhida por Deus que se manifestou pelo anjo Gabriel ao saudá-la: Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo”; Que seria concebida e daria à luz um filho que seria chamado de “Filho do Altíssimo”. Foi o SIM de Maria que nos legou Jesus Cristo e com Ele a nossa Salvação.
Já grávida,  Maria como missionária segue para Judá e chega a casa da sua prima Isabel onde foi reconhecida como A Mãe do Senhor e recebeu a exclamação: Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre, constituindo-se a saudação do Anjo e a exclamação de Isabel na primeira parte da oração Ave Maria.
Maria faz parte da primeira família de Jesus, junto com José, formando a Família Sagrada.  Por ser mãe biológica, no sangue de Jesus está o sangue de Maria. Maria protegeu, amamentou e alimentou Jesus na sua infância, adolescência e fase adulta; Quanta vez o banhou, e com suas próprias mãos fez e consertou as suas vestes?  Quanta vez se preocupou com as suas travessuras enquanto criança?  E se Jesus crescia em estatura, em sabedoria e graça, diante de Deus e dos homens (Lc 2,52), foi porque sua Mãe na humildade, com a colaboração de José soube ser mãe.
Maria era, além de Deus Pai, a que mais sabia e conhecia Jesus que lhe era submisso, e guardava em seu coração tudo o que aconteceu com Ele (Lc 2, 51).
Na cruz Maria não se intimidou e assistiu os últimos momentos de seu Filho que até na ultima hora preocupou-se com ela entregando-a aos cuidados de João.
A Bíblia testemunha  as  bem-aventuranças de Maria. (Recomendo ler o capitulo 1 de Lucas).
Maria foi presente em toda a vida de Jesus, mais do que os profetas, apóstolosevangelista ou qualquer outro. Na Ressurreição e certamente na Ascensão de Jesus estava ela.
Alguns segmentos cristãos exaltam nomes de personagens da Bíblia, mas omitem preconceituosamente o nome de Maria, ou quando não, muito acanhadamente é citada como mulher comum sem lembrar que a diferença está em ser ela a Mãe de Jesus, seu único filho, virgem, santa, imaculada e bem-aventurada. Valorizam, elogiam, aplaudem outras mães, mas a de Jesus não! Que critério incoerente para os cristãos. 
Maria é, de fato, a maior e mais santa de todas as mulheres assim como Jesus é o maior de todos os homens e isso não deprecia a nenhum de nós. É a intercessora por excelência junto a Jesus. E sobre a sua vida, virtudes e santidade, a Bíblia e tantas outras obras religiosas falam, sendo impossível resumir neste pouco espaço embora caibam em nosso pequeno coração.
Mas para que se possa senti-la melhor e para homenageá-la, faço uso do hino pastoral  de Casemiro V. Nogueira: Quem  é essa mulher: Tão formosa, vestida de sol? Tão bonita como o arrebol? Coroada com estrelas do céu? De sorriso meigo, doce como o mel? De ternura expressa no olhar? Braços fortes, rainha do lar? Que aceitou dar ao mundo a Luz? Que carregou em seu ventre Jesus? Companheira de caminhada? Companheira em nossa jornada? Que nos mostra a face de Deus? Que caminha junto com o povo seu? Que se faz mãe, com todas as mães? Que é senhora, que é serva, que é mãe? Mãe do povo, auxílio na cruz? É a mãe de Deus, a Senhora da Luz! - É Maria, a mãe de Jesus! É Maria, a Senhora da Luz!
Aos Congregados Marianos como eu também sou,  às mulheres Filhas de Maria, e a todos os devotos de Nossa Senhora: Salve Maria!
Diac. Narelvi
Publicado no jornal MC Litoral edição de novembro de 2009

Saindo do celibato. Será?

Vamos pensar um pouquinho sobre a questão do celibato para padres e bispos da Igreja Católica Apostólica Romana. Mas de pronto, deixemos de lado as opiniões que falam sobre a pedofilia atribuída a alguns padres como decorrência do celibato, porque basta navegar pela internet para se encontrar uma lista enorme de pastores evangélicos e de outras crenças, casados, acusados de pedófilos, e noticiários falando sobre pais que violentam sexualmente seus filhos.  Portanto,  celibato é uma opção de vida e não provoca desvios de condutas sexuais.
O regime do celibato sacerdotal é antigo e a transição foi bem sofrida para muitos daqueles clérigos que eram casados. Apesar de não ser de origem divina, do ponto de vista Igreja Católica Romana, foi e ainda é benéfico para o exercício ministerial do presbítero e do bispo, não devendo, sob esse prisma, causar espanto mesmo nos dias de hoje porque é uma opção livre para quem quer ser padre. E se o vocacionado não quiser renunciar ao matrimônio, é melhor que seja diácono que também é um chamado de Jesus, afinal na igreja existe espaços para todos. Quantos viúvos e solteirões leigos existem por aí felizes e saudáveis e ninguém os censura por causa disso. A propósito, lembro-me de uma conversa entre dois amigos meus, um católico e outro pastor protestante, entusiasticamente criticando o estado celibatário dos padres com argumentos de que como machos precisariam de uma mulher, quando os interrompi perguntado se eles aplicariam as suas criticas a São Paulo ou a Jesus, um homem com 33 anos de idade e solteiro!!! 
O que me levou a escrever sobre o tema foi a noticia do Papa oferecendo aos pastores (padres) anglicanos casados, a oportunidade de se tornarem presbíteros católicos. Ao que me consta também os seminaristas casados poderão ser ordenados presbíteros e os Bispos que, se casados, aceitarem a ordenação no grau presbiteral.  A oportunidade seria decorrente de descontentamentos de fiéis e clérigos tradicionais com a conduta  do clero anglicano como ordenar mulheres para o sacerdócio.   
É uma historia histórica e interessante que ainda precisa ser bem entendida e interpretada depois de conhecida a Constituição Apostólica de Bento XVI e colocada na prática. Virão explicações teológicas, bíblicas, doutrinárias, pontos de vista pessoais, enfim, uma série de justificativas para explicar sobre o o porque da tolerância e abertura aos pastores anglicanos casados, sabendo-se que passariam a pertencer a uma estrutura especial de “ordinariatos pessoais”.
De uma forma ou de outra, mesmo que a Igreja Romana continue afirmando como posição definitiva o celibato dos seus presbíteros e bispos, não deixa de ser uma luz no final do túnel para os adeptos da idéia dos “padres casados”. E se a solução que o Papa encontrou para amainar o descontentamento de uma  parte dos fiéis e do clero anglicano, acolhendo-os na Igreja Católica Romana abrindo as portas para ordenações de casados foi esta, quem sabe se num futuro mesmo que longínquo,  outros motivos não apareçam para que presbíteros Católicos Apostólicos Romanos  também possam ser casados!
            Vejam que a Igreja Romana já restaurou o ministério ordenado do diaconato (permanente) para homens casados revelando-se um sucesso na caminhada do catolicismo completando o tripé do clero: bispo, presbítero e diácono.  Para quem pensa na possibilidade de casamento do padre, o diaconato (permanente) com seus ministros casados ajuda muito servindo de experiência e inspiração para a modificação da norma eclesial do celibato sacerdotal, e até, quem sabe, para que, a exemplo da abertura dada aos anglicanos, se acolha no seu seio também os padres católicos romanos que em grande número se afastaram por motivo da opção pelo casamento  e que gostariam de retornar às suas funções sacerdotais.  Seria ótimo!
            De minha parte não vejo nenhuma objeção ao presbítero casado visto que tem dado certo em outras religiões cristãs mais ligadas ao catolicismo romano como a Ortodoxa, a Igreja Católica Apostólica Brasileira, e a própria Anglicana, assim como das denominações protestantes. Seja padre celibatário ou casado, o importante é que se coloque como um dom a serviço do Reino de Deus.
Diac. Narelvi
Publicado no jornal MC Litoral edição de janeiro/2010

domingo, 15 de agosto de 2010

O curioso patriotismo do brasileiro

          “O futebol é uma das maiores paixões dos brasileiros”. Pelo menos é o que a maioria afirma. E não podemos negar que, de fato, é o esporte que mais fascina.
          Pena que o profissionalismo que faz o atleta bater no peito e mostrar a camisa do clube que lhe remunerar melhor, praticamente fez desaparecer das cidades o futebol amador praticado nos pequenos campos com atletas dando tudo de si sem nada cobrar, apenas por amor ao seu time tradicionalmente único com uma paixão passada de pai para filho. Durante a semana trabalhavam nos seus afazeres pessoais na expectativa do jogo do domingo para enfrentar os seus rivais. Uma briguinha ou outra à parte, que saudade!
          Apesar de os atletas mudarem de clubes ao léu em função dos empresários e das propostas financeiras, os torcedores são fiéis. Aquelas briguinhas do amadorismo em algumas disputas se transformaram em batalhas campais no profissionalismo.
          Mas, como se dizia numa propaganda “copa é copa” e quando chega a hora quase todos os brasileiros são envolvidos emocionalmente como resultado de uma preparação psicológica durante quatro anos induzindo o brasileiro a pensar que o “Brasil futebol” é imbatível. Chegou ao penta. Depois exigiu-se o hexa. Mas não deu!
          Nisso tudo não se pode deixar de refletir sobre alguns excessos e incoerências.
          O excesso está na suspensão das atividades rotineiras com o Brasil estabelecendo a sua maior greve decretando “fecha tudo”, “ninguém trabalha” nos dias de jogos. Quase um mês de feriado nacional com o Brasil todo vestindo-se de verde e amarelo, bandeiras e fitas nas casas, nos veículos, nas escolas, no comércio. Vivas aos jogadores e treinador. Juntam-se economias para assistir os jogos de perto. Cantam o Hino Nacional a torno e a direito. Não se fala em outra coisa. Até que a desclassificação, previsivelmente natural, acontece. Aí, coitada da equipe! E tudo volta ao normal.
          São Paulo, quando escreveu a sua primeira carta aos Corintos (9,24), mostrou que entendia de tudo, até de esporte, quando disse: “Nas corridas de um estádio, todos correm, mas bem sabeis que um só recebe o prêmio. Correi, pois, de tal maneira que o consigais”.
          Mas, afinal, o que pode representar mais o patriotismo: só o futebol, ou também e principalmente a nação como um todo no seu contexto político e social? O civismo ou patriotismo não pode ficar somente no futebol.
          Aqui a incoerência! As nossas memórias lembram das datas comemorativas de Tiradentes? Independência do Brasil? Proclamação da República? Dia da Bandeira? O aniversário da cidade? E outras também importantes?.
          Estamos quase nos aproximando de 7 de Setembro. Quantas pessoas estarão cantando o Hino Nacional no hasteamento das bandeiras? Participando dos desfiles cívicos? E na Semana da Pátria, veremos o mesmo entusiasmo patriótico com bandeiras e fitas nas repartições públicas, nas casas, nos veículos, e distintivos nas lapelas?
          Quando teremos as bandeiras hasteadas nas escolas com cantos semanais dos hinos Nacional, do Estado e do Município?
          A mensagem do soneto à Pátria, de Olavo Bilac: “Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste! Criança! Não verás nenhum país como este! . . .”  não faz o Brasil merecer mais do que o futebol?
Diac. Narelvi

Publicado no jornal MCLitoral edição de julho/2010