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quarta-feira, 30 de junho de 2010

Obrigado, Pe. Anacleto Ortigara

          No ano de 1997 tornei-me paroquiano de Nossa Senhora da Salette, e no dia 28 de novembro de 1999 fui ordenado diácono (permanente) e provisionado na mesma paróquia. Foram quase dez anos numa gostosa convivência com o querido Pe. Anacleto. Pouco fiz, mas muito aprendi com este homem que sabe ser padre. Um padre que ensina, que ama a todos, que respeita, que acolhe com carinho paternal as crianças; um padre escritor que conhece, vive e ensina sobre a Bíblia; um padre que sempre respeitou a mim e à minha família dedicando um carinho especial a Belisa, minha esposa; um padre que aconselha e consola; um padre que sempre confiou em mim transmitindo-me segurança e confiança quando eu celebrava ou pregava a Palavra ou quando o auxiliava no Altar, sempre reservando-me as funções litúrgicas próprias do diácono. Jamais me apresentou qualquer reclamação, ao contrário, sempre me apoiou e tinha as suas preocupações com as minhas viagens, deixando-me a vontade dizendo: “Se você quiser vir, será ótimo, mas se não quiser, fique aí descansando”.
          Mas eu nasci e moro em Morretes cuja paróquia pertence a diocese de Paranaguá sendo que sempre aguardei uma oportunidade para exercer o meu diaconato na minha terra natal. Paranaguá agora conta com um novo bispo e uma nova expectativa surgiu para mim. Assim resolvi pedir a minha incardinação na diocese de Paranaguá em mesmo sem definição optei ao mesmo tempo por pedir a minha dispensa da Arquidiocese de Curitiba e da Paróquia de Nossa Senhora da Salette permanecendo, enquanto isso,incardinado na Arquidiocese e provisionado na Salette por questões canônicas.
          Não sei o que será do meu diaconato no futuro. Sei apenas que tenho as minhas aspirações e alternativas e que não pretendo deixar, nem devo, de Evangelizar e de exercer o meu ministério ordenado. O Espírito Santo saberá me orientar e para onde me soprar.
          Já me despedi dos paroquianos. Agora quero agradecer e demonstrar publicamente o meu carinho e afeto pelo Pe. Anacleto de quem espero conservar o seu exemplo e testemunho de bom padre e amigo que respeita o Sacramento da Ordem diaconal e sabe zelar pelo seu rebanho. Ao Revmo. Pe. Anacleto, muitíssimo obrigado. E que este agradecimento se estenda a todos os padres saletinos, especialmente ao Pe. Adilson B. Schio, Pe. Bolívar Hauck e Pe. Carlos Baldine, com quem também convivi e mantive ótimo relacionamento, sem deixar do agradecimento soberano ao bondoso Deus.
Un forte abbraccio
Diac. Narelvi Carlos Malucelli
Publicado no jornal Voz do Leigo/Curitiba,edição de junho/2008

Entrevista com o Diac. Narelvi


Nascido em Morretes onde sempre morou, trabalhou e constituiu sua família ao casar com Belisa Amélia de Freitas Malucelli, sendo seus filhos Marcos Flávio Malucelli e Miriane Malucelli Royer, e netos Felipe e Gabriel, Narelvi integra-se na comunidade morretense como filho ilustre que formou-se Técnico em Contabilidade e aos dezoito anos de idade já era professor da disciplina de Contabilidade no Colégio Comercial Prof. Antonio José Gonçalves Filho onde lecionou por trinta anos. Foi Tabelião, Oficial do Registro de Imóveis e Escrivão do Cartório Cível nesta Comarca, tendo se formado em Direito no ano de 1970 quando deixou de ser serventuário para exercer a profissão de advogado que com muita eficiência exerce até hoje, tendo sido contemplado por duas vezes com a homenagem “Os melhores do Paraná” na advocacia com o seu nome incluído no “Pergaminho de Ouro do Paraná” juntamente com outras personalidades do Judiciário, do Executivo e do Legislativo do Estado e outros segmentos da sociedade paranaense. Exerceu também com muito zelo e capacidade o cargo de vereador do nosso município (mais votado naquela eleição) por seis anos dos quais quatro como Presidente da Câmara, e concorreu ao cargo de Prefeito no ano de 1983 obtendo expressiva votação, mas não eleito. Na sociedade civil participou como presidente e/ou membro de diretorias do Clube Literário e Recreativo Sete de Setembro, do Operário F.C., do Iate Clube de Morretes e de outras entidades assistenciais. Como religioso católico, teve a sua vida dedicada à Igreja desde criança como Congregado Mariano, Cursilhista, presidente e membro de Comissões da igreja, Ministro Extraordinário da Comunhão Eucarística, dirigente de Grupo de Jovens, participante ativo de encontros e pastorais paroquiais e diocesanos, ainda como leigo atendeu por mais de dez anos com celebrações de Cultos Católicos em Capelas da Paróquia, incluída a Matriz de N.Sra. do Porto, e foi quem regularizou como advogado o patrimônio da diocese em Morretes e auxiliou nas diversas reformas e manutenção da Igreja Matriz, Casa das Irmãs, e principalmente na restauração da Igreja de São Benedito com ajuda extraordinária da comunidade. A sua conquista mais recente foi ter recebido o Sacramento da Ordem no grau Diáconal da Igreja Católica chegando a exercer a presidência da Comissão Regional de Diáconos do Sul II (Paraná). Pessoa de fácil acesso e atenciosa, enfileira a lista dos nossos entrevistados.
JMN – Ainda nos encontramos sob os efeitos dos resultados da última eleição municipal. Como ex-vereador e político como está vendo a mudança política em nosso município?

Narelvi – Com naturalidade democrática. Porém, não posso deixar de notar uma certa desmotivação à liderança comunitária e até política como conseqüência de ausência de formação cívica e de cidadania pós revolução. Concorrem às eleições pessoas de níveis de formações diferentes, muitos sem condições ou sem os ideais de servir e outros mais preparados que se destacam pelos seus relacionamentos de amizade dentre os quais nove receberam as preferências dos eleitores ocupando os primeiro lugares e foram eleitos. A mudança é sempre esperada como possibilidade de novos avanços. Temos um Legislativo a assumir em janeiro aparentemente melhor no conjunto, quase totalmente renovado a exceção de um vereador reeleito, e um novo Prefeito de quem o povo morretense espera um trabalho tão bom quanto o do atual e dos anteriores e que traz a obrigação de ser até melhor em razão do próprio instinto de superação. Vejo a futura administração com os mesmos olhos do povo: com bastante torcida para que os eleitos sejam capazes de fazer valer a “arte de administrar” cujo objetivo principal é o alcançar o bem comum do povo.

JMN - E o senhor não pensa em retornar mais ativamente à política? Concorrer novamente?

Narelvi – Certamente que a gente sempre pensa, mas pensar e concretizar traz em certos casos uma distância muito grande. Ademais, a Igreja (CNBB) pede que os bispos, presbíteros (padres) e diáconos não participem de política partidária justamente em razão da opção feita pelo Ministério Ordenado. A Igreja estimula e deixa para os leigos essa participação eleitoral, com o que concordo. Como diácono, afasto-me dessa possibilidade, ao menos enquanto eu puder exercer o meu diaconato.

JMN - Conhecemos a sua dedicação à profissão de advogado o que estimulou também sua filha para a advocacia. Como sente esta profissão?

Narelvi – Com muito contentamento. Não como fonte de riqueza, muito limitada aos profissionais do direito em nosso município, mas como uma das formas de servir (e gratuitamente aos pobres) e colaborar com os que buscam os seus direitos, sem precisar tornar-se instrumento de mentiras ou de ofensas, buscando encontrar nos compêndios jurídicos e na consciência cristã a maneira certa de agir processualmente falando. Gosto de ser advogado.

JMN - E sua vida religiosa? O que é ser diácono?

Narelvi – Sou Católico Apostólico e sempre gostei da vida de Igreja. Sou feliz como diácono já há nove anos, e quando celebro Culto, Batismo, Casamento, Exéquias, quando abençôo, prego a Palavra, dirijo retiros ou palestras, sinto-me realizado como servo de Deus.
          Ser diácono significa ser servidor a exemplo de Jesus Cristo. Na história da Igreja Cristã, tudo começou quando Jesus, pessoalmente, escolheu os Apóstolos fazendo-os os primeiros bispos do cristianismo. Logo em seguida os Apóstolos escolheram e ordenaram os diáconos e depois os presbíteros como seus auxiliares. Por isto a Igreja se completa com os bispos, presbíteros e diáconos que formam o clero católico. Está em At 6 a instituição do diaconato.
          Na verdade o diácono sempre existiu na Igreja, sendo que para os casados o Concilio Vaticano II apenas restaurou deixando a critério dos bispos a instituição na sua diocese (infelizmente uma vez que o diaconato permanente é de suma necessidade e importância para a evangelização em todas as paróquias do Brasil, sem exceção). A indicação para o curso de formação se faz através do presbítero da paróquia ou do bispo da diocese. No meu caso foi Dom Alfredo Novack quando bispo de Paranaguá, quem me indicou e apresentou ao Arcebispo de Curitiba para a Ordenação quando lá eu exercia atividade profissional, razão pela qual, depois de Jesus, é ao Dom Alfredo, à minha família e à comunidade católica que devo o meu diaconato.
          Embora continue diácono da Arquidiocese de Curitiba na Paróquia de Nossa Senhora da Salette, com ministério universal como é a Igreja Católica, no momento estou, digamos assim, “licenciado”, enquanto aguardo definição do bispo de Paranaguá sobre um pedido que apresentei solicitando a minha incardinação na Diocese de Paranaguá, ou até que o Espírito Santo me aponte o que devo fazer.

JMN – Por falar em diácono casado, o que diz sobre a polêmica dos padres casados, outra vez retornando aos noticiários?

Narelvi – É a situação do Pe. Osiel, de Goiânia que despertou a polêmica. Para formar um juízo correto seria preciso conhecer melhor as circunstâncias, canonicamente falando.
          Mas posso afirmar que quem recebe o Sacramento da Ordem é para sempre e sem limite de tempo ou território. É irrevogável, irrenunciável. Ainda que um clérigo venha a ser afastado ou impedido de exercer o seu ministério por força canônica que é uma lei humana da igreja e que se aplica mediante um processo formal com direito a defesa e tudo, o mesmo, se desobedecer, estará agindo ilegitimamente ou ilicitamente pelo Código Canônico, mas, teologicamente, entendo que são válidos os Sacramentos e sacramentais ministrados nessas condições.
          Quanto ao padre casar, não tenho nada contra nada tenho contra e o Papa poderá, quando quiser, devolver aos clérigos o direito ao casamento. Mas enquanto a Igreja Romana não mudar, o celibato continuará obrigatório para os seus bispos e presbíteros.
          No inicio do cristianismo os presbíteros e bispos podiam casar. A Igreja Ortodoxa e a Igreja Católica Apostólica Brasileira, por exemplo, (pelas quais tenho respeito e simpatia), na Ortodoxa não permite que o presbítero case mas ordena quem já for casado, e a ICAB ordena homem solteiro ou casado como diácono, presbítero ou bispo.

JMN – Pela sua experiência como professor, advogado e diácono, cite uma das prioridades importantes para a humanidade.

Narelvi – O respeito à vida humana. De tudo o que Deus criou, foi a criação do homem e da mulher que mais O agradou. E quando se fala de vida humana em todos os sentidos, entenda-se primeiramente e principalmente, a vida desde a fecundação até a sua morte natural. Nada de aborto, nada de eutanásia, nada de experiência embrionária, nada de sentença de morte aos anencéfalos, nada que sacrifique o ser humano, mas SIM À VIDA!

JMN – E os jovens nesse redemoinho social, moral, familiar na época atual?

Narelvi – Ah, os jovens! Convivi mais de quarenta anos com eles e ainda convivo com os meus queridos jovens netos. Sempre protelados para o futuro. Só que quem vive esperando o futuro deixa passar em branco o presente. Mas os jovens são realmente importantes! Tanto quanto nós também o fomos na nossa juventude. Importantes na medida em que consigam compreender e aprender no presente com os seus pais e educadores, dentre outros valores, os valores da família, da religião, do respeito, da moral, da seriedade, da responsabilidade, da cidadania, do civismo. Isso tudo e outros que possam ser acrescentados aos seus naturais e potenciais ideais impedirão que a sua formação seja contaminada pela exploração consumista e fantasiosa que destorce e impera no momento e farão dos jovens, aí sim, no futuro deles, brilhantes homens e mulheres das nossas famílias e da nossa nação.

JMN - Que mensagem pode nos deixar?

Narelvi – Mensagem única de Justiça e de Paz. Como estamos em dezembro e os nossos corações se tornam mais sensíveis ao amor e à espiritualidade pelo aniversário de nascimento de Jesus, o meu desejo é que o Natal seja comemorado com verdadeiro espírito cristão deixando-se para um segundo plano a justa confraternização material.
         Que as famílias se unam, perdoem-se, rezem e façam dos seus corações um aconchegante berço de Jesus Cristo. Que os cristãos de todas as crenças procurem o caminho da união e do respeito e que tenhamos um 2009 bastante fecundo. A minha bênção diaconal e um Feliz Natal a todos, em especial aos leitores.
Publicado no jornal JMN, edição de dezembro de 2008

terça-feira, 29 de junho de 2010

Páscoa da Ressurreição

Terminadas as celebrações da Quaresma, a Igreja chega à Semana Santa e ao Tríduo Pascal que se encerra com a Celebração da Ressurreição de Jesus Cristo, no domingo.

Para os Cristãos a comemoração mais importante do calendário litúrgico é, sem dúvida, a RESSURREIÇÃO. Mais do que o próprio Natal porquanto que nessa festividade natalina é lembrada o nascimento de Jesus como o Messias prometido mas que apesar de todas as profecias e da própria fé, o seu nascimento guardava ainda para muitos uma forte expectativa divina ainda não revelada de forma clara. Mas foi com a Sua ressurreição que Jesus demonstrou que verdadeiramente é Deus.

Depois de um tempo fortemente levado à penitência e reconciliação, lembrando do sofrimento e morte humana de Jesus para a Salvação dos homens, a Ressurreição confirma a vitória de Jesus sobre a morte, a Páscoa, que significa passagem para uma vida nova.

A morte humana de Jesus (Deus não morre) foi um oferecimento da sua natureza humana por todos nós (I Cor 15,3; I Tm 1,15; etc).

A lembrança da morte de Jesus nos faz sentir a sua paixão e os momentos da cruz, e a compreender o seu infinito amor por nós. Mostra-nos que a morte foi necessária, pois que foi para morrer por nós que Ele veio (Jo. 12,27). Cristo morreu por nós diz São Paulo (Rm 5,8), e ainda João 10,18 confirma que Jesus deu sua vida livremente, por amor.

Entretanto, o tempo forte e pesado da quaresma e da Semana Santa não termina com Jesus morto, não! Ao contrário, marca o reinício de uma vida nova que a RESSURREIÇÃO nos traz. “Eu sou o pão da vida” (Jo 6,48); “Eu vim para que todos tenham vida” (Jo 10,10); “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6). “Mas Deus o ressuscitou ao terceiro dia” (At 10,40; I Cor 15,4)

É por isso que a Ressurreição de Jesus é a maior data cristã, alegremente comemorada não apenas pelos católicos, mas por todos os cristãos, e não somente no último dia da Semana Santa, mas a cada momento da vida e principalmente nas Missas onde se celebra a morte e ressurreição de Jesus. É a nossa fé, pois “Se Cristo não tivesse ressuscitado, vã seria a nossa fé” (I Cor 15,14).

Portanto, Páscoa da Ressurreição é Jesus vivo que permanece também na Eucaristia em Corpo, Alma e Divindade, e nos dá a certeza de que todos nós também ressuscitaremos.

É preciso que os cristãos repudiem a mercancia e os meios de comunicações usurpadoras dos motivos religiosos em proveito comercial substituindo a Páscoa da Ressurreição de Jesus Cristo por chocolates e coelhinhos, ao absurdo de se ler em manchetes jornalísticas que “Páscoa sem ovo não tem graça”, induzindo as crianças a pensar que Páscoa significa ganhar ovos de chocolate. Ajudariam muito ilustrando os seus cartões alusivos à data com figuras de Jesus e textos de espiritualidade, e nos cumprimentos pessoais saudando: “Feliz Páscoa com Jesus”.

No Tríduo Pascal, momentos de profunda espiritualidade acontecem com celebrações que favorecem a condução de todos ao verdadeiro sentido da Páscoa.

Na Quinta feira Jesus se revela como servo lavando os pés dos discípulos dando-nos o testemunho de serviço e humildade. Lembra a Ceia de despedida com os discípulos onde Ele se dá como “Pão da Vida e Vinho da Salvação” ao instituir a Eucaristia e o sacerdócio ministerial para perpetuar o seu Corpo e Sangue. Foi a primeira Missa.

Na Sexta feira, lembra-se da morte de Jesus. Em algumas paróquias costumam-se fazer a procissão do Senhor Morto e a Via Sacra. A celebração mais importante do dia é a Celebração da Paixão às 15:00 horas, horário da sua morte segundo Mc 15,25 com leituras bíblicas e Adoração da Cruz.

No Sábado, Jesus está morto e sepultado. Celebra-se a Vigília Pascal com Bênção do fogo acendendo-se o Círio Pascal que representa a Luz de Cristo, e Bênção da Água Batismal.

Domingo, é a grande festa da Ressurreição. Cristo ressuscitou. Verdadeiramente ressuscitou ao terceiro dia.

Feliz Páscoa com Jesus.
Diac. Narelvi
Publicado no jornal JMN edição de abril/2009

O Diaconato (permamente) segundo Dom Claudio

São Lourenço era diácono. Morreu martirizado.
É o padroeiro dos diáconos e sua festa comemorada no dia 10 de agosto. O Cardeal Dom Cláudio Hummes, Arcebispo Emérito de São Paulo e Prefeito da Congregação para o Clero no Vaticano homenageou no dia 10 de agosto p.p.os diáconos permanentes, por carta difundida pela CNBB com a seguinte mensagem que reproduzo resumidamente pelo seu magnífico testemunho.
(Fonte: http://www.arquidiocesecuiaba.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=2077&Itemid=2)

“Carta aos Diáconos do Mundo todo. Caríssimos Diáconos permanentes”.



          “Sempre mais a Igreja descobre a inestimável riqueza do diaconato permanente. Quando os Bispos vem à Congregação para o Clero, por ocasião das visitas “ad limina”, o tema do diaconato, entre outros, costuma ser comentado e os Bispos geralmente se mostram muito contentes e cheios de esperança em relação a vós, Diáconos permanentes. Isso nos enche de alegria a todos nós. A Igreja vos agradece e reconhece vossa dedicação e vosso qualificado trabalho ministerial. Ao mesmo tempo, quer encorajar-vos na estrada da santificação pessoal, da vida de oração e da espiritualidade diaconal. A vós pode igualmente aplicar-se o que o Papa disse aos Sacerdotes, para o Ano Sacerdotal, a saber: è necessário “favorecer aquela tensão dos Sacerdotes rumo à perfeição espiritual, da qual sobretudo depende a eficácia do seu ministério” (disc. de 16.3.09).
(omissis)
          Conhecer a Revelação, aderir incondicionalmente a Jesus Cristo, como discípulo fascinado e enamorado, partir de Jesus Cristo e com Ele para a Missão, eis o que se espera, decididamente e num modo totalmente sem reservas, de um Diácono permanente. Do bom discípulo nasce o bom missionário.
          O ministério da Palavra, que, especialmente para os Diáconos, possui em santo Estêvão, diácono e mártir, um grande modelo, exige dos ministros ordenados um esforço constante para estudar a Palavra e fazê-la sua, ao mesmo tempo em que a proclamam aos outros. A meditação, em forma de “lectio divina”, ou seja, de leitura orante, é um método hoje sempre mais utilizado e aconselhado para compreender, fazer sua e viver a Palavra de Deus. Ao mesmo tempo, a formação intelectual, teológica e pastoral apresenta-se como desafio para toda a vida. Um qualificado e atualizado ministério da Palavra depende muito dessa formação aprofundada.
(omissis)
          A segunda reflexão diz respeito ao ministério da Caridade, que pode ver em são Lourenço, diácono e mártir, um grande modelo. O diaconato tem suas raízes na organização eclesial da caridade, na Igreja primitiva. Em Roma, no séc. III, período de grandes perseguições aos cristãos, aparece a figura extraordinária de são Lourenço, arquidiácono do Papa são Sixto II, que lhe confiou a administração dos bens da comunidade. (omissis). De são Lourenço é também conhecida a afirmação: “A riqueza da Igreja são os pobres”. A estes ele assistia com grande generosidade. Eis um exemplo ainda atual para os Diáconos permanentes. Devemos amar os pobres de maneira preferencial, como o fez Jesus Cristo. Ser solidários com eles. Procurar construir uma sociedade justa, fraterna e pacífica. (omissis). Os Diáconos, com efeito, identificam-se especialmente com a caridade. Os pobres constituem um de seus ambientes cotidianos e objeto de sua incansável solicitude. Não se compreenderia um Diácono que não se envolvesse pessoalmente na caridade e na solidariedade para com os pobres, que hoje de novo se multiplicam.
          Caríssimos Diáconos permanentes, Deus vos abençoe com todo o seu amor e vos faça felizes na vocação e na missão. Às esposas e aos filhos daqueles que, dentre vós, são casados, saúdo com respeito e admiração. A eles a Igreja agradece o apoio e a multiforme colaboração que prestam aos seus esposos e, respectivamente, pais no ministério diaconal. Enfim, o Ano Sacerdotal nos convida a manifestar nosso apreço aos caríssimos Sacerdotes e a rezar com eles e por eles”.
Diac. Narelvi
Publicado no jornal JMN, edição de setembro de 2009

Exemplo que vem de fora

O Cristianismo para os cristãos representa o verdadeiro segmento da fé, na pessoa de Jesus Cristo como Revelação do Pai e Salvador, e seu início foi maravilhosamente estruturado nas pessoas dos Apóstolos. Bastaram doze homens com um chefe, onde todos (a exceção de Judas Iscariotes que foi substituído) assumiram os seus papeis seguindo os ensinamentos do Mestre humano e divino Jesus.

Sem nenhum meio de comunicação a não ser a falada e a escrita, na base da tradição oral aqueles santos heróis, marcando a transição do Antigo para o Novo Testamento, conseguiram fazer com que a Boa Nova de Jesus fosse espalhada por grande parte do mundo até chegar até nós. Sob o nome de Católica e Apostólica (circunstancialmente Romana) continua, e historicamente legou à humanidade grandiosas obras e realizações materiais e espirituais.
Mesmo assim, a hegemonia da Igreja foi quebrada por alguns descontentamentos como, por exemplo, o cisma de 1.054 que fez surgir a Igreja Apostólica Ortodoxa em Constantinopla; a criação em 1.945 no Brasil, da Igreja Católica Apostólica Brasileira – ICAB, embora mantenham os laços primitivos da sucessão apostólica e os Sacramentos.

Com a Reforma Protestante ocorrida no século XVI resultou na divisão do cristianismo. E a partir daí multiplicaram-se as religiões cristãs derivadas do protestantismo com diferentes denominações e conhecidas como “Evangélicos”, que também se espalhou por diversos países. No Brasil os Protestantes chegaram em 1.824 e timidamente foram conquistando espaços.
Nessas últimas décadas, seja por falta de melhor formação catequética, ou insatisfações dos fiéis ou por outros motivos, adeptos católicos foram adotando as Igrejas Evangélicas.

A Igreja Católica no Brasil vê seus membros diminuírem quantitativamente, e ressente-se pela falta de presbíteros com a maioria deles não conseguindo atender de perto a espiritualidade e anseios das suas ovelhas, o que exige dos senhores bispos e padres, uma revisão das estratégias pastorais e missionárias, - embora já se perceba esforços bem sucedidos nesse sentido, - ressaltando-se que a Igreja já pode contar com o inegável reforço dos Diáconos (Permanentes, para homens casados ou solteiros), um Ministério Ordenado (Sacramento da Ordem), realidade que retornou por vontade do Papa, contando com a aclamação do Povo de Deus e com experiências já comprovadas nas dioceses e paróquias onde atuam, sem deixar de lado os valorosos leigos engajados.

Retornando ao tema, sem entrar na questão teológica nem histórica das religiões cristãs e refletindo sobre as atitudes, pode-se entender o crescimento dos evangélicos pela maneira de ensinar, o congraçamento entre os irmãos, a consideração que têm para com os dirigentes a quem orgulhosamente chamam de Pastor, a espontaneidade e transparência da fé, o apego à Bíblia, o jeito peculiar de louvar e de evangelizar que projetam e popularizam os seus trabalhos, e a unidade idealista permitindo a instalação das suas igrejas em todos os lugares. E com que facilidade chega onde a Igreja Católica não consegue. E para cada lugarzinho desses sempre se encontra um pastor disponível normalmente saindo do meio da própria comunidade.
Os Evangélicos já não veem mais o catolicismo como uma instituição inatingível. Se antigamente o fato de ser “crente” ou “evangélico” era motivo de estranheza, hoje não é mais assim porque de um modo geral já se tornaram comuns, iguais, e as vezes até melhores.

Mesmo que nem tudo seja perfeito tanto na liderança católica como na evangélica com condutas e pontos controvertidos, calçando as sandálias da humildade devemos reconhecer que os evangélicos trabalham de igual para igual, dão exemplos e testemunhos de evangelização.

Daí, então, que na medida em que a religiosidade mantiver lealdade, coerência, equilíbrio emocional e a serenidade de Jesus Cristo, seja de dentro ou de fora e sem perder a sua identidade, dignificantes exemplos podem ser compartilhados.
Diac. Narelvi
Publicado no jornal JMN edição de junho/2009

Menores! Toque de recolher?

          Juízes decretaram recentemente o toque de recolher de menores em dois municípios do interior de São Paulo. A idéia correu o Brasil e uma emissora de TV até fez uma enquete que resultou numa forte aprovação da opinião pública. Como encarar essa medida?
Alguém já comentou: “filho não é propriedade dos pais”. Bem, depende de como se interprete o significado de “propriedade paternal”. Os menores de 18 anos estão sob o pátrio poder dos pais e sob a vigilância do Estado. No bom sentido os filhos, enquanto menores, são, sim, propriedades dos pais.
          Como sempre digo, a educação primeira e principal das crianças, inquestionavelmente é da responsabilidade dos pais, com direito de fazer valer os seus princípios e valores morais, religiosos, sociais, e demais normas de conduta, evidentemente nos limites da razoabilidade. Ela é necessária para que o direito natural e constitucional dos menores alcance os objetivos e ideais da cultura do povo a que pertencem, assim como as leis são feitas para a garantia desses direitos. E não se esqueça das lições de cidadania e de civismo tão ausentes nos estabelecimentos de ensino.
          Muitos pais ou responsáveis já não estão conseguindo preservar e fazer valer os seus critérios de educação e encaminhamento dos filhos na fase da menoridade diante de tantas intervenções adversas que são impostas por intromissões e interesses externos além de organizações preocupadas mais com os direitos dos menores do que com os deveres. A liberdade desenfreada, a ambição, a perturbação da ordem pública, a procura do supérfluo e do poder, os traficantes, a corrupção dos valores estão levando menores de todas as classes sociais à desobediência, ao desrespeito, a irreverência, e até a prática de crimes nunca antes imaginados. As estatísticas estão aí para quem quiser conferir.
          Não me parece que aconteçam muitas situações comprometedoras de menores em nossa cidade.
          Mas algumas existem não somente à noite como também durante o dia, bastando um pouco de competência e boa vontade para evitá-las.
          Antes dos doze anos de idade a pessoa é considerada criança e entre doze e dezoito anos, adolescente segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente. E somente ao completar dezoito anos é que cessa a menoridade na forma do Código Civil. E enquanto menor, são os pais que respondem pelos atos dos seus filhos.
Ao pai: “Corrige a teu filho enquanto há esperança; mas não te incites a destruí-lo.” (Pv 19.18). Ao filho: “Cessa, filho meu, de ouvir a instrução, e logo te desviarás das palavras do conhecimento.” (Pv 10,27)
         Sabemos que os pais tentam evitar que seus filhos adotem o habito de permanecer desnecessariamente até altas horas da noite na rua e para que durante o dia comportem-se civilizadamente. E é evidente que a grande maioria consegue manter a regra através da sua autoridade e diálogo orientando e conduzindo seus filhos a um comportamento adequado à sua idade. E é justamente na exceção à regra que o corrompimento pode acontecer e advir daí uma série de obstáculos causadores de sombrias perspectivas para a educação e segurança desses mocinhos e mocinhas.
          Quantos menores de vida noturna já se tornaram vítimas ou agressores? Mesmo que seja verdade que nem todos se corrompem, a prevenção ainda é a melhor solução e deve partir de dentro das próprias casas. Mas, se de outra forma não se puder resolver, onde precisar e depois de uma cautelosa análise, a medida do toque de recolher para os menores no horário noturno se apresenta como uma conveniente medida de proteção educacional das crianças e adolescentes visto que o Estado tem também o dever constitucional de zelar pelos mesmos, sobrepondo-se até aos próprios pais.
Diac. Narelvi
Publicado no jornal JMN edição de agosto/2009

A (in)disciplina estudantil e a (des)autoridade dos mestres

          Como professor, mesmo que inativo, muito me preocupa uma realidade que aflige o Brasil todo no que se refere ao rendimento escolar, a disciplina dos alunos, a eficiência e autoridade do professor abatidas nesses últimos tempos. Quantos profissionais na área da Educação estudam fórmulas e projetos para tentar corrigir as falhas que prejudicam o Ensino.
          Não é função primordial da Escola ensinar boas maneiras, obediência, respeito, que são lições de casa. À Escola compete ensinar a ler e a escrever, aprofundando-se cada vez mais nos conhecimentos e ciências humanas preparando os educandos culturalmente para o exercício da cidadania.
          Naturalmente que a Escola deve complementar, reforçar e aprimorar a educação primária trazida de casa e transmitir aos alunos conceitos educativos, tais como sobre Ética, Diálogo, Violência, Respeito mútuo, Justiça, Preconceito, Discriminação, Convivência, Solidariedade, Responsabilidade. Eu lembraria ainda da religião, e vocês certamente acrescentariam outros mais.
          Quando se fala em responsabilidade, deve-se lembrar da autoridade de quem administra ou ensina e da educação e respeito da parte dos alunos. Ressalva-se desde já para evitar injustiças ou mal entendidos, que essas virtudes estão presentes em muitos professores e alunos.
          Porém, o que preocupa é a exceção quase predominante que assistimos hoje, como no descaso de alunos demonstrando desinteresse pelos estudos e indiferença para com o futuro que os espera. Sem ideais e sem objetivos de vida definidos, a escola transformou-se para esses alunos num ponto de encontro onde se aproximam sem vontade de entrar, ou entram com vontade de sair, ou quando nas salas de aulas não têm interesse de aprender deixando o tempo passar em algazarras. Existem ainda aqueles que permanecem ociosos nas ruas nos horários de aulas favorecendo a pratica de atos de vandalismos quando se juntam com desocupados não estudantes que costumam fazer ponto perto de escolas, até favorecendo o tráfico de drogas.
          Na sala de aula ou fora, o professor muitas vezes se depara com algum ousado que desobedece ao seu comando e até o desafia e adverte de que nada pode fazer contra ele socorrendo-se no Estatuto da Criança e do Adolescente, legislação que certamente nunca leu. E para qualquer exercício de autoridade pelo professor insurgem-se alguns pais e aí vem o risco de ter que prestar contas à Direção ou até ao Conselho Tutelar.
          O estudante deve saber que como educando sua obrigação é submeter-se à orientação do educador, com respeito e tolerância hierárquica. A isto se dá o nome de disciplina, cabendo aos pais ou responsáveis colaborar e marcar presença nas reuniões convocadas pela Escola, não devendo interferir negativamente em favor do filho conforme as vezes acontece. Aprenda-se que ao lado dos direitos existem os deveres e um bom mestre é capaz de discernir e julgar contando com o apoio das autoridades competentes a quem poderá recorrer ou denunciar na medida em que se fizer necessário.
          É evidente que ao professor também cabe rever e avaliar a sua parcela de responsabilidade e limites que devem estar alicerçados na competência e boa formação moral e profissional.
          Também a Direção que apesar de depender do voto dos alunos, deve sentir-se livre para decidir e impor-se democraticamente diante dos seus comandados sem ficar refém dos eleitores para fazer valer o interesse da Educação e a ordem na casa impondo disciplina e respeito recíprocos.
          E se normas legais causarem efeitos prejudiciais ao ensino, então que as direções, professores, pais, sindicatos, associações, reúnam-se e contestem, pois o que não se pode mais, é permitir que as estatísticas continuem demonstrando a violência nas escolas, o desprestígio aos professores, a diplomação de mal formados, para que a nossa cultura e as futuras gerações não paguem pelas deficiências de hoje.
Diac. Narelvi
Publicado no jornal MCLitoral de junho/2010

domingo, 27 de junho de 2010

Programas! Na barraca de sucos e nas televisões. (critica ao BBB)

          No dia 18 de janeiro p.p. uma reportagem no Fantástico: “Barracas de suco são utilizadas como ponto de prostituição em rodovia de São Paulo”.
          Acompanhei a matéria que dava ênfase aos encontros amorosos que lá ocorriam e informava que a Policia Federal Rodoviária flagrou tudo à distância, acabaram com a festa e o caso foi para a polícia com inquérito e tudo.
          Mas, logo em seguida vejo a mesma Globo transmitindo em horário nobre o programa Big Brother Brasil e me chamou a atenção para o que vem acontecendo em alguns programas de diversas redes de televisão, a exemplo desse, de novelas e outros, bem parecidos com a prostituição da barraca de sucos lá da notícia.
          Inspirou-me fazer algumas comparações e como não é possível fazê-las com todos, mesmo não sendo telespectador do programa conhecido como BBB, o mesmo serve muito bem de parâmetro visto que o conteúdo é bem conhecido, e tracei uma comparação com algumas informações da internet:
Bar: Local, um acanhado espaço no acostamento da rodovia Marechal Rondon.
BBB: Local, o Brasil todo.
Bar.: Ponto, barraca de suco, margem de rodovia.
BBB: Ponto, a Rede Globo, com 55 câmeras e 75 microfones espalhados pela casa, apresentadores como o Bial “emocionando” o público com os seus estímulos: “Espie 24 horas ao vivo tudo o que acontece na casa mais vigiada do Brasil”.
Bar.: O proprietário vendia suco e permitia a garotas fazerem programas ali mesmo, atrás da cortina, reservadamente.
BBB: A proprietária Rede Globo de Televisão apresenta o show com direito dos participantes extravasarem seus instintos sexuais ali mesmo, ao vivo para muitas famílias, inclusive menores.
Bar.: Padrão do programa: encontros sexuais eventuais e oportunistas, na base da rapidinha.
BBB: Padrão do programa: Acasalamento desde o primeiro dia. Intimidades transmitidas ao vivo com beijos, abraços, agarros, seminus, relações sexuais, libertinagens na cama, no banheiro, fofocas, intrigas, baixaria, confusões, etc. durante três meses por ano, com entrevistas perguntando: “quem você levaria para o quarto”.
Bar.: Preço do “programa”: R$ 20,00 por cliente. Sem cliente, nada ganha.
BBB: Preço do programa: R$ 1,5 milhão liquido para o vencedor, 2º lugar R$ 150 mil, 3º lugar R$ 50 mil. Os participantes não classificados também recebem gordos prêmios e vantagens.
Bar.: Comissão do proprietário, o produto da venda do suco, talvez R$ 1.000,00 por mês.
BBB: Comissão do proprietário (Globo): “mais de R$ 400 milhões”, para ser modesto.
Bar.: Hospedaria, um cercado de lona, improvisado, escondido dos olhares dos outros.
BBB: Hospedaria: “Casa com dois quartos: um com cinco camas de solteiro e uma de casal decorada, e o outro para o líder, contendo frigobar, banheira de hidromassagem, tudo 24 horas no ar " .
Bar.: Participação: Qualquer pessoa ocasionalmente necessitando de sexo.
BBB: Participação: homens e mulheres selecionados à dedo, na busca de fama e prêmios estimulantes através do sexo.
Bar.: Infração: crime por atos obscenos em público.
BBB: Infração: crime por atos obscenos e outras infrações.
Bar.: Reação de autoridade: denuncia ao Ministério Público, inquérito e diligencias para impedir o alvará de licença dos vendedores de suco. Afinal, a barraquinha não pode.
BBB: Reação de autoridade: nenhuma. A Globo pode.
          Pois é! Vocês não acham que os personagens do BBB são iguais ou piores do que as personagens da barraquinha?
          A diferença é que para o BBB, apesar de algumas reações de grande numero de pessoas que qualificam o programa como imbecil, medíocre, ridículo, indecência, desvalorização da condição humana e outros adjetivos, nenhuma providencia é tomada pelos Ministérios da Justiça, das Comunicações, pelo Ministério Público. Afinal a Constituição Federal no artigo 221 obriga a televisão aos princípios da finalidade educativa, cultural, informativa, e principalmente o respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família. 
Diac. Narelvi
Publicado no jornal MC Litoral, edidção março/2010

sábado, 26 de junho de 2010

Dia das Mães. Dia das Nossas Senhoras.

          O mês de maio ganha destaque pelas datas comemorativas que registra, como o Dia do Trabalho, Dia da Comunidade, Dia do Silêncio, Dia da Vitória, Dia da Abolição da Escravatura, Dia das Comunicações Sociais, Dia da Fraternidade Brasileira, Dia Internacional das Famílias, Dia do Espírito Santo, Dia da Ascensão do Senhor, Semana de Oração pela unidade dos Cristãos, Mês de Maria, Mês das Noivas, DIA DAS MÃES.
          Quantos cantos e encantos as mães inspiram. E donde vem essa criatura incomparável repleta do dom maternal? Só pode ter vindo do Senhor Deus que a criou para que o homem não ficasse só. E ao tê-la como companheira Adão a chamou de Eva. Considere-se Adão como um homem especifico, ou significando o ser humano, e Eva como uma mulher em especial, ou “a mãe de todos os viventes”, Deus está presente na criação dos homens e mulheres e graças a elas filhos e filhas foram gerados.
          A mulher nasceu de Deus, mas a maternidade nasceu da mulher valendo, aqui, a frase de Rajneesh: "No momento em que uma criança nasce, a mãe também nasce. Ela nunca existiu antes. A mulher existia, mas a mãe, nunca. Uma mãe é algo absolutamente novo."
          Em que pese o preceito divino-cristão para a maternidade que deve ser interpretado como a necessidade do homem e da mulher, do casamento, da responsabilidade de cada um na concepção, nada, absolutamente nada retira da mulher o privilégio de gerar naturalmente em seu ventre uma nova criatura. Sejam a mãe que gera ou a mãe que cria, rica ou pobre, fisicamente bela ou não, de qualquer raça ou cor, socialmente bem amparada, culta ou não, presidiária, excluída, abandonada, mãe biológica ou de criação, excepcionalmente solteira; sejam os seus filhos bons ou maus, inteligentes ou não, saudáveis ou enfermos, a mãe sempre foi e sempre será aquela mulher que ama, protege, acalenta o seu filho e que por ele transforma a sua fraqueza em força e oferece a sua própria vida, e por quem nunca deixa de rezar pedindo a ajuda e a proteção de Deus com uma fé tão profunda que jamais se extinguirá e iluminará sempre a caminhada dos filhos lembrando a frase de Abraham Lincoln: “Eu me lembro das preces da minha mãe e elas têm sempre me acompanhado. Elas se uniram a mim durante toda a minha vida".
          E a Bíblia Sagrada premia quem honra sua mãe comparando-o àquele que acumula tesouro (Eclo 3,5) e chama de infame e causador de vergonha o filho que expulsa ou desrespeita a mãe (Prov. 19,26).
          Podemos enxergar nas mães todos os motivos do mês de maio: o seu trabalho incansável em casa ou fora dela colaborando no sustento familiar, a sua disponibilidade demonstrando a sua integração na comunidade e seu gesto de fraternidade, o seu silêncio nos momentos de dor para que os outros não sofram, a sua realização vitoriosa na vitoria dos filhos, o abrir caminho para a liberdade, o seu testemunho através das ações como instrumento de comunicação social, o símbolo maternal da família presente no mundo; a sua fase de noivado valorizando o casamento, a sua semelhança a Maria sem igualar-se por ser ela a Nossa Senhora, Mãe de Jesus, a sua entrega a oração que junto com todas as mães do mundo inspiram os cristãos a unirem-se em torno do Filho de Deus e de Maria, Jesus Cristo, o demonstrar aos homens a importância de se olhar para o alto na busca das realizações materiais e do encontro com Deus, tudo isso e muito mais justificam a homenagem do DIA DAS MÃES.
          Virtuosas Mães que geram, criam ou adotam, no SIM obediente de Maria, sejam instrumentos do Espírito Santo que em Pentecostes abriu o caminho da Igreja e do Evangelho a todos, e também luz para a conversão das mães que abortam, abandonam ou são indiferentes para com os seus filhos, e que todas elas ajudem as famílias a enxergar na Família de Nazaré um exemplo a ser seguido.
          Parabéns, Mães. Sejam vocês para nós pais, filhos e netos, também as Nossas Senhoras.
Publicado no jornal JMN edição de junho de 2009