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terça-feira, 17 de agosto de 2010

Culpar o Papa? (pedofilia)

            A Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR) se agredida por alguns meios de comunicações, destacadamente algumas emissoras de televisão avessas ao catolicismo, que, a pretexto de noticiários expõem matérias sensacionalistas contra o seu decoro, aproveitando para atingir a pessoa do Papa.
           Para inicio de conversa, todos sabem que existem falhas humanas na Igreja, afinal, ela é humana e divina. E apontar falhas com imparcialidade, sem deturpação da verdade, é plenamente aceitável.
           O tiroteio, agora, é contra o Papa Bento XVI. Querem desacreditar a ICAR e o seu chefe saboreando gulosamente o tema “pedofilia”.
Sabemos que a prática da pedofilia é um mal presente em muitos segmentos familiares, sociais, religiosos, artísticos, etc. sobre cujo tema falarei oportunamente.
           Agora quero me referir ao alvo dos comentários. Não para negar o que possa ser verdadeiro, mas para refletir sobre o que se pode considerar dentro da razoabilidade.
           Vejo alardes em torno de informações de abusos sexuais com adolescentes que teriam ocorrido em alguns países, inclusive no nosso, com acusações contra padres e bispos, fatos que teriam acontecido na atualidade e até há 30, 50 ou 60 anos atrás desenterrados como se fossem de hoje. E para alguns deles, o Papa Bento XVI que não foi autor de nenhum desses crimes é chamado a atenção por fatos da sua alçada junto a Congregação para a Doutrina da décadas quando ainda era o Cardeal Ratzinger e Prefeito desde 1981.
           Fatos horríveis como o abuso sexual de crianças ou de pessoas de qualquer idade, devem ser combatidos e divulgados. Porém, com verdade, equilíbrio emocional, moral e ético, sob pena de se transformar em ação oportunista e preconceituosa contra a instituição Igreja.
           Basta acompanhar alguns informativos imparciais para se convencer de que dentro de um volume de denúncias sobre abusos sexuais, uma ínfima parcela é, verdadeiramente, atribuída a clérigos. Apesar de não se justificar essa conduta mesmo que fosse de um só, esquecem da mesma prática por pastores evangélicos e de outras crenças conforme páginas da Internet, no momento silenciadas nos jornais e televisão.
Seria preciso mais do que ler noticias deturpadas e festejar em cima delas. Precisaria retroagir às épocas dos fatos, conhecê-los bem para opinar com segurança.
E o Papa virou alvo mesmo sem ter qualquer envolvimento pessoal com a pedofilia. O que tinha de agir e decidir como prefeito da Congregação para a Doutrina da , antes de ser Papa, o fez corretamente, e agora, como chefe da ICAR, a sua posição contra o abuso sexual por clérigos é firme, definida e incontestável, e com coragem e humildade pede perdão em nome da Igreja por aqueles que realmente foram ou são culpados por tal delito.
Também eu tenho algumas contrariedades com relação a certas decisões pessoais do clero, e pode-se até discordar de algumas decisões suas com relação à direção eclesiástica, mas nem por isso posso deixar galopar desembestadas informações distorcidas contra a integridade de um chefe de Igreja cuja biografia o coloca no rol dos mais cultos, nobres e zelosos religiosos do Cristianismo.
Repudie-se o mal onde ele se encontrar, mas estejamos atentos contra o fermento da infâmia e dos interesses escusos. (Mc 8,15). 
Diac. Narelvi
Publicado no Jornal MC Litoral Edição de abril/maio 2010

Um comentário:

  1. Rui Scucato dos Santos26 de agosto de 2010 às 20:25

    Pedofilia: O então Cardeal Ratzinger, ao ser escolhido Papa, optou pelo título "Bento VI" em referência a Bento de Nursia, considerado o patrono da Europa em vista da preservação do cristianismo diante das ameças que povos não cristãos impunham à civilização de sua época. É considerando, assim, um protetor do cristianismo (do catolicismo) ao seu tempo.
    Certamente, o Cardeal Ratzinger, ao referir "Bento", sinalizou que a sua missão seria proteger a Igreja do ataque dos oponentes. É o que estamos vendo acontecer. A escolha do Papa, mais uma vez, demonstra ser influenciada pelo Espírito Santo.

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