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terça-feira, 17 de agosto de 2010

Saindo do celibato. Será?

Vamos pensar um pouquinho sobre a questão do celibato para padres e bispos da Igreja Católica Apostólica Romana. Mas de pronto, deixemos de lado as opiniões que falam sobre a pedofilia atribuída a alguns padres como decorrência do celibato, porque basta navegar pela internet para se encontrar uma lista enorme de pastores evangélicos e de outras crenças, casados, acusados de pedófilos, e noticiários falando sobre pais que violentam sexualmente seus filhos.  Portanto,  celibato é uma opção de vida e não provoca desvios de condutas sexuais.
O regime do celibato sacerdotal é antigo e a transição foi bem sofrida para muitos daqueles clérigos que eram casados. Apesar de não ser de origem divina, do ponto de vista Igreja Católica Romana, foi e ainda é benéfico para o exercício ministerial do presbítero e do bispo, não devendo, sob esse prisma, causar espanto mesmo nos dias de hoje porque é uma opção livre para quem quer ser padre. E se o vocacionado não quiser renunciar ao matrimônio, é melhor que seja diácono que também é um chamado de Jesus, afinal na igreja existe espaços para todos. Quantos viúvos e solteirões leigos existem por aí felizes e saudáveis e ninguém os censura por causa disso. A propósito, lembro-me de uma conversa entre dois amigos meus, um católico e outro pastor protestante, entusiasticamente criticando o estado celibatário dos padres com argumentos de que como machos precisariam de uma mulher, quando os interrompi perguntado se eles aplicariam as suas criticas a São Paulo ou a Jesus, um homem com 33 anos de idade e solteiro!!! 
O que me levou a escrever sobre o tema foi a noticia do Papa oferecendo aos pastores (padres) anglicanos casados, a oportunidade de se tornarem presbíteros católicos. Ao que me consta também os seminaristas casados poderão ser ordenados presbíteros e os Bispos que, se casados, aceitarem a ordenação no grau presbiteral.  A oportunidade seria decorrente de descontentamentos de fiéis e clérigos tradicionais com a conduta  do clero anglicano como ordenar mulheres para o sacerdócio.   
É uma historia histórica e interessante que ainda precisa ser bem entendida e interpretada depois de conhecida a Constituição Apostólica de Bento XVI e colocada na prática. Virão explicações teológicas, bíblicas, doutrinárias, pontos de vista pessoais, enfim, uma série de justificativas para explicar sobre o o porque da tolerância e abertura aos pastores anglicanos casados, sabendo-se que passariam a pertencer a uma estrutura especial de “ordinariatos pessoais”.
De uma forma ou de outra, mesmo que a Igreja Romana continue afirmando como posição definitiva o celibato dos seus presbíteros e bispos, não deixa de ser uma luz no final do túnel para os adeptos da idéia dos “padres casados”. E se a solução que o Papa encontrou para amainar o descontentamento de uma  parte dos fiéis e do clero anglicano, acolhendo-os na Igreja Católica Romana abrindo as portas para ordenações de casados foi esta, quem sabe se num futuro mesmo que longínquo,  outros motivos não apareçam para que presbíteros Católicos Apostólicos Romanos  também possam ser casados!
            Vejam que a Igreja Romana já restaurou o ministério ordenado do diaconato (permanente) para homens casados revelando-se um sucesso na caminhada do catolicismo completando o tripé do clero: bispo, presbítero e diácono.  Para quem pensa na possibilidade de casamento do padre, o diaconato (permanente) com seus ministros casados ajuda muito servindo de experiência e inspiração para a modificação da norma eclesial do celibato sacerdotal, e até, quem sabe, para que, a exemplo da abertura dada aos anglicanos, se acolha no seu seio também os padres católicos romanos que em grande número se afastaram por motivo da opção pelo casamento  e que gostariam de retornar às suas funções sacerdotais.  Seria ótimo!
            De minha parte não vejo nenhuma objeção ao presbítero casado visto que tem dado certo em outras religiões cristãs mais ligadas ao catolicismo romano como a Ortodoxa, a Igreja Católica Apostólica Brasileira, e a própria Anglicana, assim como das denominações protestantes. Seja padre celibatário ou casado, o importante é que se coloque como um dom a serviço do Reino de Deus.
Diac. Narelvi
Publicado no jornal MC Litoral edição de janeiro/2010

Um comentário:

  1. Rui Scucato dos Santos26 de agosto de 2010 às 20:24

    O celibato clerical, trata-se de opção e, como tal não há legitimidade na parcela da sociedade que reclama desta norma disciplinar da Igreja. É decorrência da opção dos sacerdotes católicos. A eles cabe, no caminhar da Igreja, decidir a respeito. Tem de ser uma (mais uma) opção destes. Qualquer decisão deverá brotar de dentro da Igreja. Não faz sentido que a pressão venha de fora, de quem não vive o sacerdócio.

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