A Igreja Católica, mantendo a sua convicção e responsabilidade cristã, não desanima diante de decisões judiciais sobre interpretações constitucionais e legais envolvendo questões que lhe são submetidas pertinentes à vida. Em alguns julgamentos que envolvem o direito a vida, o correto seria colocar antes de tudo os princípios éticos e cristãos, pelo menos por aqueles batizados que se dizem cristãos e até possivelmente tenham de forma bem visível na parede da sala de julgamento, um crucifixo.
Saiu a decisão do STF: o uso de células-tronco embrionárias em pesquisas cientificas, não é inconstitucional.
Uma informação atribuída a geneticista da USP, Mayana Zatz (Gazeta de ontem): “95% dos embriões congelados, se usados, não gerariam vida”. E os outros 5%?
Cremos que no momento da fecundação a vida humana passa a existir. Até a ciência não nega. Então, os 100% dos embriões congelados são seres humanos, criancinhas que não nascerão, pois foram condenadas à morte como cobaias a pretexto de que alguns pedacinhos poderão servir para salvar vidas.
Não é irônico: Tirar uma vida para ver se dá para curar ou salvar outra? No mínimo é uma troca criminosa em que, de um ser indefeso lhe é tirada a vida, como rato de laboratório.
Além do mais, para os católicos e outros cristãos, a alma é criada por Deus e colocada naquele novo corpo. A vida humana surge com a participação do homem e da mulher criando o corpo, e no mesmo momento da fecundação recebe de Deus uma alma especial e única, personalizada, digamos assim. Todos somos criaturas de Deus, que com a participação do homem e da mulher formam a trindade criadora na descendência humana.
Significa que o embrião é uma vida composta de microscópico corpinho em desenvolvimento e de uma alma pronta, imortal. Fazer experiência com célula-tronco embrionária é matar o corpo e desprender dele a sua alma. Um cristão verdadeiro não pode admitir que isso aconteça.
Para o bom cristão, não importa que a “justiça” pronuncie-se afirmando a constitucionalidade de uma experiência com seres humanos embrionários, ou que se venha a editar leis abortivas, pois que ninguém é obrigado a submeter-se a lei ou opiniões que a sua consciência reconheça como danosa à vida. A defesa da vida deve ser a opção em qualquer circunstância. Afinal, a vontade de Deus é soberana e muito mais segura do que decisões dos homens. “Antes que no seio fosses formado, eu já te conhecia; antes de teu nascimento, eu já te havia consagrado, e te havia designado profeta das nações. “ Jer 1,5.
A cada dia, mais opções de origens deste tipo de células (cordão umbilical, medula óssea, etc.), estão sendo utilizadas para diversas finalidades médicas, bem demonstrando que o assodamento dos ditos cientistas diante da utilização dos embriões (vidas em sentido pleno) foi um equívoco. Lamentavelmente, por ocasião das decisões sobre este tema, tanto no Congresso Nacional, quanto no STF, houve participação de denominações ditas cristãs em movimentos que apoiaram a liberação do uso de seres humanos concebidos para este fim. Foi uma desastrosa, trágica, interferência de interesses políticos eleitorais (eleitoreiros ??) distorcendo a visão do cristianismo diante da vida. De Bíblia na mão, alguns sedizentes "bispos" e "pastores", diante do clamor de alguns populares, deram interpretações casuístas aos mandamentos sagrados.
ResponderExcluirÉ claro que as pessoas que têm problemas de saúde de diversas naturezas, clamam por celeridade nas pesquisas e, mais que estas, na utilização das células tronco para vislumbrarem a cura, a recuperação, a melhora dos seus males. Isto é natural, é certo, é de direito. Contudo, faltou a toda a sociedade o esclarecimento das implicações éticas, morais e cristãs da opção pelas células tronco embrionárias, diante da possibilidade das demais células tronco (umbilical, medular, dentre outras).