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terça-feira, 29 de junho de 2010

A (in)disciplina estudantil e a (des)autoridade dos mestres

          Como professor, mesmo que inativo, muito me preocupa uma realidade que aflige o Brasil todo no que se refere ao rendimento escolar, a disciplina dos alunos, a eficiência e autoridade do professor abatidas nesses últimos tempos. Quantos profissionais na área da Educação estudam fórmulas e projetos para tentar corrigir as falhas que prejudicam o Ensino.
          Não é função primordial da Escola ensinar boas maneiras, obediência, respeito, que são lições de casa. À Escola compete ensinar a ler e a escrever, aprofundando-se cada vez mais nos conhecimentos e ciências humanas preparando os educandos culturalmente para o exercício da cidadania.
          Naturalmente que a Escola deve complementar, reforçar e aprimorar a educação primária trazida de casa e transmitir aos alunos conceitos educativos, tais como sobre Ética, Diálogo, Violência, Respeito mútuo, Justiça, Preconceito, Discriminação, Convivência, Solidariedade, Responsabilidade. Eu lembraria ainda da religião, e vocês certamente acrescentariam outros mais.
          Quando se fala em responsabilidade, deve-se lembrar da autoridade de quem administra ou ensina e da educação e respeito da parte dos alunos. Ressalva-se desde já para evitar injustiças ou mal entendidos, que essas virtudes estão presentes em muitos professores e alunos.
          Porém, o que preocupa é a exceção quase predominante que assistimos hoje, como no descaso de alunos demonstrando desinteresse pelos estudos e indiferença para com o futuro que os espera. Sem ideais e sem objetivos de vida definidos, a escola transformou-se para esses alunos num ponto de encontro onde se aproximam sem vontade de entrar, ou entram com vontade de sair, ou quando nas salas de aulas não têm interesse de aprender deixando o tempo passar em algazarras. Existem ainda aqueles que permanecem ociosos nas ruas nos horários de aulas favorecendo a pratica de atos de vandalismos quando se juntam com desocupados não estudantes que costumam fazer ponto perto de escolas, até favorecendo o tráfico de drogas.
          Na sala de aula ou fora, o professor muitas vezes se depara com algum ousado que desobedece ao seu comando e até o desafia e adverte de que nada pode fazer contra ele socorrendo-se no Estatuto da Criança e do Adolescente, legislação que certamente nunca leu. E para qualquer exercício de autoridade pelo professor insurgem-se alguns pais e aí vem o risco de ter que prestar contas à Direção ou até ao Conselho Tutelar.
          O estudante deve saber que como educando sua obrigação é submeter-se à orientação do educador, com respeito e tolerância hierárquica. A isto se dá o nome de disciplina, cabendo aos pais ou responsáveis colaborar e marcar presença nas reuniões convocadas pela Escola, não devendo interferir negativamente em favor do filho conforme as vezes acontece. Aprenda-se que ao lado dos direitos existem os deveres e um bom mestre é capaz de discernir e julgar contando com o apoio das autoridades competentes a quem poderá recorrer ou denunciar na medida em que se fizer necessário.
          É evidente que ao professor também cabe rever e avaliar a sua parcela de responsabilidade e limites que devem estar alicerçados na competência e boa formação moral e profissional.
          Também a Direção que apesar de depender do voto dos alunos, deve sentir-se livre para decidir e impor-se democraticamente diante dos seus comandados sem ficar refém dos eleitores para fazer valer o interesse da Educação e a ordem na casa impondo disciplina e respeito recíprocos.
          E se normas legais causarem efeitos prejudiciais ao ensino, então que as direções, professores, pais, sindicatos, associações, reúnam-se e contestem, pois o que não se pode mais, é permitir que as estatísticas continuem demonstrando a violência nas escolas, o desprestígio aos professores, a diplomação de mal formados, para que a nossa cultura e as futuras gerações não paguem pelas deficiências de hoje.
Diac. Narelvi
Publicado no jornal MCLitoral de junho/2010

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