Evangelização

Artigos

Perguntas e Respostas

Comentário sobre os temas nas respectivas postagens

Para outros comentários e sugestões clicar o link COMENTÁRIOS DIVERSOS

domingo, 10 de abril de 2011

PORQUE ME TORNEI DIÁCONO


A nossa vida é cheia de inesperados. Durante a minha infância, adolescência e juventude, ninguém me perguntou sobre vocação religiosa, a não ser por uma vez a dona Maricota, esposa de Nho Beco para quem lembra deles, que me perguntou na Igreja se eu queria ser padre.  Ficou somente nisto.
         Mas eu nasci e cresci em Morretes Pr. dentro de uma família maravilhosa e católica que me conduziu desde que nasci à uma vida religiosa. Como quase todas as crianças e  iniciantes no catolicismo, sou batizado, crismado e casado no religioso; fui coroinha; sentia-me orgulhoso badalando os sinos da Igreja;  tive minhas aulas de catequese com o prof. Fabio e professoras dedicadas que não arrisco declinar os nomes para não cometer erros; pertenci e ainda sou Congregado MarianoGraças a Deus fui assíduo participante das Missas e Sacramentos,  e na medida em que fui ampliando as minhas atuações como católico participei de movimentos e pastorais da Igreja como presidente e membro de comissões, colaborei nas festividades externas, fiz parte dos grupos de trabalhos de reformas materiais da Igreja Matriz e de São Benedito, e presente quase sempre nos encontros da diocese com Dom Alfredo, cheguei a Ministro Extraordinário da Comunhão Eucaristica, atendi em Morretes por longos anos (mais de dez) como leigo presidindo cultos na própria Matriz de N.Sra. do Porto e na Igreja de São Benedito, e nas comunidades de Rio Sagrado (Igreja de São Manoel), do Anhaia (Igreja de São Pedro),  Porto de Cima (Igreja de São Sebastião), São João da Graciosa (Igreja de São João) e outras. Participei como dirigente encontros de formação, inclusive criamos junto com o Pe. Estanislau Turbanski, um encontro semanal as segundas feiras na Matriz chamado de “Bate papo religiosocom boa presença, e até chegamos a criar uma caixinha de perguntas na entrada da Igreja que eram por mim respondidas e expostas no mesmo local, também com ótima participação, até de  visitantes.
         Assim fui me educando como católico, sempre contando com padres do meu tempo que eram amigos que me acolhiam após a Missa na casa paroquial e o assunto predominante era: religião.
         Naturalmente que alguns tropeços aconteceram na minha vida, mas que foram superados pela minha firmeza religiosa.
         Houve restauração pelo Concilio Vaticano II de 1961-1965 do diaconato para homens casados. Mas como naquele tempo as noticias não eram tão rápidas não se ouvia falar no diaconato, e mesmo porque a Igreja parecia não se interessar pelo assunto.   
         Esse silencio sobre o diaconato para casados lamentavelmente demorou mas felizmente começou a ser conhecido.
         Certo dia, a irmã Lucia teve contato com um amigo Arthur Conrado Drischel que lhe contou que estava participando da 1ª turma de um curso para diáconos permanentes em Curitiba, Escola São Filipe.
         Interessada pelas coisas da Igreja, a Irmã Lucia passou-me a noticia despertando o meu interesse.
         Senti-me realmente chamado a este ministério e que esta seria uma melhor forma de evangelizar e servir ao Senhor.   
Foi assim que procurei Dom Alfredo Novak, bispo da Diocese de Paranaguá Pr., que, depois de alguns contatos, resolveu me autorizar a freqüentar o curso de formação diaconal em Curitiba, embora com a ressalva de que, naquele momento, não pretendia instituir o diaconato na diocese. Também precisei de autorização de minha esposa tanto para ingressar na Escola como para a ordenação.  Fiz parte, portanto, da 2ª turma da Escola diaconal.
Conclui o curso no ano de 1998, quando me encontrava profissionalmente estabelecido em Curitiba e me engajei como paroquiano do Santuário de Nossa Senhora da Salette, cujo pároco, Pe. Anacleto Ortigara, tinha a expectativa da minha ordenação e trabalho na paróquia, inclusive com apoio de Dom Pedro Fedalto, então Arcebispo de Curitiba.
Chegada a hora de decisão sobre a ordenação, Dom Alfredo mais uma vez concordou por escrito liberando-me para a Arquidiocese de Curitiba para receber o Sacramento da Ordem diaconal, reafirmando que a sua Diocese ainda não estava preparada para o diaconato permanente (pensamento dele, não meu), ressalvando  como pastor episcopal, que por questão de coerência não era contra o diaconato para casado, significando que não havia impedimento de exercer o diaconato eventual a convites de párocos da sua diocese, tanto que cheguei a participar como diácono com Dom Alfredo, e seguidamente colaborava com o Pe. Jose Roberto (falecido) na Paróquia São João Batista de Paranaguá, e na Paróquia de Guaraqueçaba com pleno conhecimento e anuência de Dom Alfredo.  
A indicação para frequentar o curso preparatório é dado pelo pároco. Como na diocese de Paranaguá o diaconato não estava implantado, foi que tive o privilégio de receber a autorização diretamente do bispo diocesano Dom Alfredo. Recebi apoio também do Pe. Carlos, então pároco de Morretes com carta de apresentação.
Por fim, o pároco da Salette, Pe. Anacleto, e a comunidade saletina, manifestaram-se favoravelmente e me consideraram digno.
Assim, fui ordenado diácono por Dom Moacyr Jose Vitti, no dia 28 de novembro de 1999, incardinado na Arquidiocese de Curitiba e provisionado na Paróquia de Nossa Senhora da Salette. Sou o primeiro diácono permanente do Litoral paranaense.
Considero-me, portanto, um vocacionado chamado por Jesus Cristo. A Igreja assim ensina e prega quando fala sobre vocação ministerial. Os bispos e padres professores da Escola Diaconal não se cansavam de lembrar a todos:Vocês foram chamados por Jesus, escolhidos pelo Espírito Santo”. É assim que me sinto.
Devo, portanto, o meu diaconato, primeiramente a Jesus Cristo, e depois ao bispo Dom Alfredo Novak e à minha família.
Diac. Narelvi

NOTA:
Continuo incardinado na Arquidiocese de Curitiba, provisionado na Paróquia de Nossa Senhora da Salette de Curitiba, e aguardo oportunidade para servir na Diocese de Paranaguá e Paróquia de N.Sra.do Porto de Morretes Pr.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário