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sábado, 18 de setembro de 2010

Reflexão dominical: Deus, os pobres e a idolatria do dinheiro



25º DTC – ano C – 19/09/2010
(Am 8, 4-7; 1 Tm 2, 1-8; Lc 16, 1-13)

Prezados amigos e irmãos em Cristo.

         Amós viveu 750 anos A.C. e já naquele tempo as diferenças sociais entre ricos e pobres eram assustadoras.
        S
itua-se o texto numa época em que fala do rei Jeroboão II que politicamente administrou e conseguiu prosperidade às “classes empresariais” e lavradores proporcionando-lhes lucros.
        M
as contra a propaganda dos sucessos, levanta-se Amós, um homem simples, pobre, pastor de ovelhas que grita não contra o direito de ser bem sucedido, mas contra os privilégios de apenas alguns na obtenção de riquezas. Contra também aqueles que fazem as suas riquezas às custas do esmagamento dos pobres e por meios desonestos do roubo, da exploração, da opressão, da corrupção, das propinas e de outras ilicitudes.
        A
mós levanta a sua voz para defender os pobres. Não com artimanhas do paternalismo político como reina hoje iludindo famílias com presentes que ajudam a matar a fome naquele momento com as cestas básicas e outros “projetos sociais”  “dominando os humildes com um par de sandálias” conforme diz Am 8, 6, mas os mantém famintos no dia seguinte.
        A
idolatria pelo dinheiro e a ambição,  cegam o homem  fazendo com que a sua ganância parta dos setores empresariais estendendo-se para os cargos políticos e até altares de algumas igrejas. São as gorjetas, os subornos, as corrupções, os envelopes de dízimos e doações na expectativa de riquezas que quase sempre se revertem aos próprios proponentes, o nepotismo exacerbado, comissões ou superfaturamentos em obras públicas e outras vantagens mais.
        O
profeta em nome do Senhor dizia: “Ai de voz que maltratais os humildes e causais prostração dos pobres da terra”. Para esses Deus afirmou: “Nunca esquecerei o que vocês fizeram”.
          São Paulo, escrevendo a Timóteo faz clara menção aos que governam e ocupam altos cargos lembrando-lhes que para ter uma vida tranqüila é preciso que cheguem ao conhecimento da verdade em Deus e no mediador Jesus Cristo, e pede oração por eles.
        Hoje sabemos que não bastam as orações que fazem parte da fé. Mas precisamos também das obras, gestos concretos que pelas nossas ações cívicas e religiosas ajudarão a fazer deste mundo, deste nosso Brasil, uma nação mais justa.
        São Lucas cita uma parábola de Jesus Cristo do rico e do administrador.
     O Administrador esbanjava os bens do patrão e por isto foi chamado a prestar contas e já percebeu que seria demitido.
      Usando de esperteza, passou a negociar com os devedores reduzindo os seus débitos numa troca de favores, com a intenção de contar com eles posteriormente. Para quem devia cem barris de óleo, diminuiu para cinqüenta; cem  medidas de trigo, reduziu para oitenta. Com isto o administrador adquiriu a simpatia dos devedores, mas lesou o seu patrão.
        O patrão criticou a forma errada da esperteza e censurou a prática de se fazer amigos de forma ilícita e sorrateira.
       De fato, nas pequenas coisas se expressam as virtudes. O ditado “tanto é ladrão quem rouba um tostão como quem rouba um milhão”  tem a ver com o v.10 de Lucas16. 

        A riqueza lícita não é sensuravel quando se partilha de alguma forma com os pobres  e quando não se idolatra o dinheiro.
        Todos são chamados à honestidade. Todos são chamados a amar e respeitar o próximo principalmente os pobres que sempre tiveram um amor preferencial de Jesus Cristo e da sua Igreja.
        O repúdio e a ira de Deus ficam para aqueles que corrompem e destroem politicamente ou não, a sociedade em que vivem e sufocam a dignidade humana

Louvado seja N.S. Jesus Cristo.

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