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sábado, 25 de maio de 2013

PARTICIPAR DE UMA RELIGIÃO EXIGE COERÊNCIA


PARTICIPAR DE UMA RELIGIÃO EXIGE COERÊNCIA.
Diac. Narelvi
1ª PARTE.        

 Afirmamos hoje que os partidos políticos perderam suas identidades. Comunistas integram-se a partidos democráticos e vice-versa, não cristãos filiam-se a partidos políticos cristãos que por sua vez nem sempre seguem o cristianismo, pessoas reconhecidamente comprometidas com a violência ditatorial e amantes do regime totalitário pousam de bonzinhos democratas, enquanto que cada partido político deveria seguir a sua filosofia partidária e seus filiados obedecerem às regras estatutárias. Isto não acontece. Falta fidelidade partidária e são vulneráveis às conveniências pessoais conforme as regras do jogo. Não devia ser assim, mas como são organizações de iniciativas do homem, essas coisas acontecem.
        Mas quando se trata de religião que tem a ver com a religação do homem com Deus, portanto, de fundo espiritual, essa deslealdade e sincretismo não podem acontecer.
       Aliás, a verdadeira religião não é democrática, mas teocrática, isto é, vem de cima para baixo. O Criador, quem dita as regras, quem orienta, quem comanda, é Deus que no inicio dirigia o mundo “pessoalmente” e depois de Jesus, pelos seus escolhidos. Nós, como criaturas de Deus devemos fazemos o que Deus quer, e jamais Deus fazer o que nós queremos. Eu sou o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim. (Ap 22,13), diz o Senhor.
        Inegavelmente Deus permite a liberdade, a utilizar do livre arbítrio, mas sem abdicar da sua essência divina e soberana, como o Senhor do Céu e da Terra com os atributos da Onisciência, Onipotência e Onipresença. O homem é livre até para dizer NÃO a DEUS. Mas no julgamento, no tribunal de Deus, responderá pela errada livre opção e pelos atos de desobediência.

Jesus é Deus.
       Jesus é Deus feito Homem (Jo 1; 8,58; 10,30; 20,28). Deus encarnado que veio a este mundo para redimir os homens do pecado. E os homens foram confiados a Jesus que não quer que ninguém se perca (Jo 6,39). Jesus é o Messias prometido assim reconhecido por Pedro (Mt 16,16).
       Não esqueçamos de que Jesus, sendo Deus e essencialmente amor, é exigente. “Não deixeis que os outros vos chamem guias, pois um só é o vosso guia: o Messias” MT 23,10; “Quem não está comigo, está contra Mim. E quem não recolhe comigo, espalha. Jô 12,30; “Quem não toma a sua cruz e Me segue não é digno de Mim. (Mt 10,38).
      Este mesmo Jesus, cumprida a sua missão, retornou ao Céu (Lc 24,50-53), mas antes concedeu poderes aos seus escolhidos, os apóstolos, para continuarem a missão da nova Igreja Cristã (Mc 16,15; Jo 20, 21-31).

2ª.PARTE.

A Igreja
        Pois bem!
       Essa Igreja, chamada de Igreja Primitiva, conhecida como Igreja Cristã cujos seguidores, por seguirem os ensinamentos de Jesus Cristo e dos Apóstolos, passaram a ser chamados de CRISTÃOS. Não porque seguiam um simples homem, um líder humano, mas principalmente e exclusivamente porque Jesus era o Cristo, o ungido, o Filho de Deus, o próprio Deus.

Religiões cristãs
      Esta Igreja Cristã desde o inicio com Papa, bispos, presbíteros e diáconos, e já conhecida como católica desde os primeiros séculos, definiu-se na Reforma Protestante do ano de 1517 como Igreja Católica, Apostólica Romana e os seguidores de Lutero, de Protestantes, hoje no Brasil, conhecidas como “evangélicas” dividida em algumas religiões mais tradicionais e milhares de seitas, MAS TODAS CRISTÃS apesar das divergências doutrinárias.
       Entre as Igrejas Cristãs, como nasceram da igreja mãe Católica, mantém pontos doutrinários comuns como, JESUS É DEUS. NINGUÉM ALCANÇA A SALVAÇÃO A NÃO SER POR JESUS. EXISTEM O CÉU E O INFERNO. O HOMEM É PECADOR. QUE A BÍBLIA É INSPIRADA POR DEUS. A CONFISSÃO DOS PECADOS. O HOMEM MORRE UMA SO VEZ. A RESSURREIÇÃO DOS MORTOS.

Divergências:
        Divergem, contudo:
       Para os católicos: a Eucaristia é a presença viva, real, verdadeira, de Jesus; o purgatório existe; veneram e amam Maria mãe de Jesus; existem os Sacramentos; a Bíblia contém 72 livros, 27 do NT e 45 do AT. (73 quando se coloca junto ao Livro do Profeta Jeremias o Livro das Lamentações); acreditam na intercessão dos santos; a alma é imortal e julgada imediatamente após a morte do corpo; oram pelos falecidos; têm como fonte da doutrina cristã o Magistério, a Tradição e a Bíblia; A Bíblia não pode ser interpretada particularmente; veneram e respeitam (mas não adoram) as imagens; os bispos, presbíteros e diáconos assim são assumidos pelo Sacramento da Ordem que iniciou com Jesus e a sucessão apostólica, etc. etc.
      Para os protestantes: Na ceia, Jesus está presente simbolicamente; não existe o purgatório; não valorizam Maria; não possuem Sacramentos; a Bíblia contem 6 livros do AT a menos; não há o julgamento imediato da alma após a morte porque a alma também morre[1] e somente será devolvida com a vinda de Jesus (Juízo Final), daí porque não aceitam os santos, não admitem a intercessão dos santos, não oram pelos falecidos; adotam como fonte doutrinaria somente a Bíblia (sola scriptura); a bíblia pode ser interpretada livremente; repugnam as imagens; os pastores são pessoas leigas que se dedicam ao ministério sem o requisito sacramental e sem anterioridade ao tempo da Reforma, etc. etc.
        Sem dúvida, somos uma família de cristãos conflitantes.

Agora, a (in)coerência.
        Seja católico ou protestante (evangélico), cada qual tem um compromisso com sua crença.
       Obviamente que tenho por verdadeira igreja cristã, a Católica e que existe o pecado da separação para quem a abandona. Contudo, feita a escolha jamais retiremos de Deus a sua soberania, misericórdia e a sabedoria do julgamento pela decisão tomada.
       A coerência está em seguir fielmente os preceitos da crença adotada. Podemos juntar tudo o que nos é comum (ecumenismo) como orações, cânticos, conceitos doutrinários, mas jamais viver uma religiosidade dúbia, conflitante, sincrética, desprezando a linha doutrinaria da sua religião para viver uma “igrejinha particular” ou agir como se tudo fosse permitido sob o pretexto dos levianos religiosos de que “Deus é o mesmo”.
      E justamente para que isso seja possível, isto é, para que o religioso seja fiel a Cristo e sua religião, é que se exige a fé acima de tudo, mas também um pouco da razão.
      Perdoem-me os que pensam diferente, mas não dá para tirar tudo da simples leitura da Bíblia como se fossem autodidatas. Lembram do dialogo entre Filipe e o eunuco? “Filipe correu, ouviu o eunuco a ler o profeta Isaías e perguntou: «Entendes o que estás a ler?» O eunuco respondeu: «Como posso entender, se ninguém me explica?» Então convidou Filipe a subir e a sentar-se junto dele” (At 8, 30-31).
       Aliás, foi justamente porque os protestantes passaram a interpretar livremente a Bíblia que fizeram surgir tantas religiões e seitas “evangélicas”, permitindo que mudem de uma para outra denominação no embalo das marés.
      Se essa fraqueza é reprovável entre segmentos cristãos, mais grave ainda é quando cristãos se deixam envolver por filosofias ou crenças não cristãs.
       Cristão não significa ser apenas simpatizante de Jesus - pois ateus e muitos descrentes simpatizam muito com Ele, - mas acreditar que Jesus é Deus e salvador.
     É feio e traição de fé, por exemplo, um católico mandar roupas ou fotos suas ou de parentes para receberem bênçãos nos cultos evangélicos. Ou recorrerem a passes nos centros espíritas ou mesmo acreditar no espiritismo, na macumba, no budismo e outras doutrinas reencarnacionistas que não aceitam Jesus como Deus. A recíproca é verdadeira quando esses, sem renunciar suas crenças, procuram socorro simultaneamente nas religiões cristãs que pregam a ressurreição e a divindade de Jesus.
      Grave, também, quando o devoto renega verdades da sua própria religião como, em sendo católico, não acreditar que Jesus é Deus, no inferno, no purgatório, na sacramentalidade do matrimônio, comunga em estado de pecado, etc. etc.
       E não faltam aqueles que reproduzem mensagens religiosas ou filosóficas nas redes sociais, por exemplo, porque estão bem escritas, acham bonitas, sem atentar para a interpretação que muitas vezes, no fundo, são contrárias aos seus próprios princípios cristãos e religiosos.
         O religioso deve ser verdadeiro. Lembro-me aqui de algo que me impressionou pela sinceridade. Numa das audiências que participei como advogado, o juiz indagou a uma testemunha se ele prometia dizer a verdade. Aquele homem, evangélico, de pequena estatura, simples, humilde, modestamente sempre bem vestido, que sempre andava com seu guarda-chuva e uma pequena pasta maleta onde guardava sua bíblia e documentos pessoais, prontamente respondeu: “Eu sou evangélico, sou verdadeiro”. Que lição!

É isso que Jesus espera do cristão.
      Deus não quer crentes vacilantes, mas pessoas decididas. “Porque és morno, nem frio nem quente, estou quase a vomitar-te da minha boca” Ap 3,16.
     São Paulo é firme na sua lição: “Peço-vos, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo: mantende-vos de acordo uns com os outros, para que não haja divisões. Sede estreitamente unidos no mesmo espírito e no mesmo modo de pensar. Meus irmãos, alguns da casa de Cloé informaram-me que entre vós existem contendas. Eu explico-me. É que uns dizem: «Eu sou de Paulo!» E outros: «Eu sou de Apolo!» E outros mais: «Eu sou de Pedro!» Outros ainda: «Eu sou de Cristo!». Será que Cristo está dividido? Será que Paulo foi crucificado em vosso favor? Ou será que fostes baptizados em nome de Paulo? (1 Cor 1, 10-13).

O que fazer na duvida?
         Todos têm dúvidas. Os filhos não confiam em seus pais? Os enfermos em seus médicos? Os maridos em suas esposas e vice-versa?
         E então, os cristãos não devem confiar em Jesus? E via de consequência, na sua religião?
         A religião que é de Deus, pela luz do Espírito Santo é mais sabia do que nós.
      Procurar nas leituras e estudos bíblicos, nos catecismos, nos documentos da Igreja, nos grupos de reflexão, na confissão, na Eucaristia, nos conselhos dos dirigentes espirituais, nos debates inteligentes, e principalmente na oração, são meios de suprimento de nossas dúvidas, e sempre que persistirem prefiram decidir pelo que diz a Igreja no seu Magistério.
        Sinceridade, irmãos. “Diz apenas "sim", quando é "sim"; e "não", quando é "não". O que disseres para, além disto, vem do Maligno» MT 5,37. E lembrar sempre o que você diz nas suas orações, principalmente no Pai Nosso, Ave Maria e na Profissão de Fé, o Creio.

[1] http://www.jesusvoltara.com.br/descobrindo/24_enfrentando_morte.htm

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