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sábado, 14 de abril de 2012

ONDE É QUE NÓS ESTAMOS ? POBRES ANENCÉFALOS !


Consumatum est

 Na Semana Santa ouvidos alguns versículos da Bíblia:

“Disse-lhes Pilatos: “Mas que mal ele fez?” Eles, porém, gritaram com mais veemência: “Crucifica-O!” (Mc 15,14). “Pela terceira vez, disse-lhes: "Que mal fez este homem? Nenhum motivo de morte encontrei nele! Por isso vou soltá-lo depois de o castigar" (Lc 23,22). “O Sumo Sacerdote interrogou Jesus sobre os seus discípulos e sobre a sua doutrina. Jesus lhe respondeu: "Falei abertamente ao mundo. Sempre ensinei na sinagoga e no Templo, onde se reúnem todos os judeus; nada falei às escondidas. Por que me interrogas? Pergunta aos que ouviram o que lhes falei; eles sabem o que eu disse". A essas palavras, um dos guardas, que ali se achavam, deu uma bofetada em Jesus, dizendo: "Assim respondes ao Sumo Sacerdote?". Respondeu Jesus: "Se falei mal, testemunha sobre o mal; mas, se falei bem, por que me bates?" (Jo 18, 19-230). 

Agora, no calvário do STF julgaram o destino dos nenezinhos anencéfalos: Quem apresentou a queixa foi a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde (CNTS). Entregaram-nos aos ministros. O Relator inicia a justificativa do seu voto:

“Esses bebês tem malformação ou ausência do cérebro e tubo neural”. Sabemos  que “existem outras deficiências como a ausência de membros ou sexo dúbio”. Mas se o problema do neném for anencefalia, vamos reconhecer “o direito das mães escolherem a chamada "antecipação terapêutica do parto” (expressão para camuflar o aborto)”.
Outros membros do “sinédrio” também acrescentaram suas vozes que assim compilo:

“A gravidez de anencéfalo fere a dignidade da mãe, que teria que levar até o fim uma gestação em que a criança não tem chances de sobrevivência”.  “A antecipação do parto evitaria riscos à saúde da mãe”. “O Estado não tem direito de intervir, delegue-se então à mãe  ou ao casal o direito de abortar mantendo-se, assim, a saúde da mãe, o corpo dela, e a sua dignidade”, afinal, porque manter uma gestação “em que a criança não tem chances de sobrevivência?”. “A mulher atravessou gerações em busca de igualdade e reconhecimento de seus direitos fundamentais. O direito de não ser propriedade do marido, o direito de se educar, o direito de votar e ser votada e, hoje, perante este Tribunal, estão em jogo os seus direitos reprodutivos”. “Interromper a gravidez não é aborto e incriminar! Criminalizar é um fenômeno do subdesenvolvimento. Estamos atrasados e com pressa.”
         E assim, um por um foi dando a sua justificativa, mesmo sob os protestos das Igrejas e da grande maioria do povo brasileiro que defendem a preservação da vida  desde a concepção até a morte natural, e consideram que aborto do portador de anencefalia é uma discriminação contra os doentes.
Dois votos contrários ao aborto foram manifestados: dos ministros Ricardo Lewandowski e Cezar Peluso (Pres. do STF). Insuficientes para reverter a decisão do processo, mas significativos para demonstrar que o aborto, seja por qual motivo for, não tem apoio do povo brasileiro.     
         Meus irmãos. Não estou desrespeitando o Tribunal, mesmo porque também sou advogado, nem o satirizando. Mas uma alfinetadela é merecida.
         Prestem atenção para a pobreza dos argumentos:  bebê  malformado, ausência de cérebro; o bebê  com defeito físico fere a dignidade da mãe, a criança não tem chance de viver, a mulher conquistou tantas coisas que conquiste agora o direito de procriar, a mulher é dona do seu corpo, e nesse nível prosseguem os perversos e esfarrapados pretextos. Acharam até que o feto do anencéfalo não é uma criança nem será uma pessoa. Um dos ministros abusou dos sentimentos quando disse que o anencéfalo é um organismo  que teria a sua inscrição "não no registro civil, mas numa lápide mortuária”, e comparou a uma borboleta: “O feto anencéfalo é uma crisálida que jamais se transformará em borboleta, porque não alçará voo jamais”, e dramaticamente completou: “É preferível arrancar a plantinha ainda tenra no chão do útero do que vê-la precipitar no abismo da sepultura”. Que horrivel!
        
           Ainda bem que nem todos os cientistas, juristas, especialistas e o povo em geral pensam assim.
         O que será então esse bebê fetal? Um monstrinho? Um ET? Um bicho do outro mundo???
         Não! É um filho de Deus que foi fecundado e recebeu uma alma. Uma criança gerada pelo seu pai e pela sua mãe que devem amá-la sob quaisquer circunstancias. Alguém que involuntariamente não lhe foi possivel ser fisicamente perfeito, assim como aqueles bebes gerados e que nasceram com ausência de membros, cegos, surdos, ou com síndrome de Down, siameses, com sexo dúbio,  com câncer, doenças cardíacas, aids ... mas que têm assegurados o direito de resistirem, de serem curados, de adaptarem-se à vida mesmo como deficientes ou especiais,  ou correrem o risco de morte seguindo o rumo natural da vida.  Mas aos indefesos anencéfalos, querem retirar o direito de viver pelo tempo que Deus e a ciência permitirem.   
E traçando uma comparação metafórica com a lembrada paixão de Cristo, respeitadas as devidas proporções, os fetos (que são nenês ainda não nascidos) e possuem almas perfeitas,  através delas certamente também perguntarão a quem, se atrever aborta-lo: “Que mal eu te fiz?” “Eu nunca menti”, “Falei mal dos meus pais, de vocês, da sociedade, da ciência?” “Por que me bate?” “Por que estão me julgando?” Mas a resposta estimulada sob o amparo legal (mas não moral nem cristão) poderá assim ser ouvida pelo anjinho: CRUCIFICA-O, pois ele é um anencéfalo. Não servirá para nada!
Como dizia minha inesquecível nona: “Credo em cruz. Maria Vergine!
      Cheira um pouco a eugenia negativa com eliminação dos indivíduos geneticamente “inferiores” e a perfeição da raça que Hitler idiotamente procurava, o que, a propósito me faz lembrar, de uma tribo indígena do nosso litoral paranaense, paupérrimos, incultos, “não civilizados”, mas aonde não se vê no seu grupo nenhuma pessoa fisicamente defeituosa nem mentalmente deficiente. Dizem (não se tem prova) de que o seu costume é eliminar as crianças “anormais” já que nascem. Lamentável!


Longe de mim a intenção de menosprezar os sentimentos e até sofrimentos dos pais, da mulher principalmente, ao saber que seu filhinho ou filhinha  que está esperando o momento para nascer sofre de anencefalia. Mas creio firmemente que o sentimento materno é tão forte, que mesmo assim continua amando o seu bebê intra uterino ou após o nascimento, mesmo que por poucos minutos ou dias. Não acho justo que um pequeno numero de mulheres (e pais também) queiram sacrificar a criança sob os pretextos que ouvimos de alguns dos membros julgadores.
Existem questões que por motivo de competência jurídica não deveriam ser levadas ao julgamento do judiciário como foi a da união homoafetiva e agora permissão para a pratica do aborto (apelidado de interrupção da gravidez) para a categoria dos humanos anencéfalos.  Abortar uma criança porque ela cientificamente morrerá logo ao nascer, é desumano. É arriscado pelos precedentes que trarão. É imperdoável. E o pior é que praticamente quase todos os que defendem essa forma de eliminação de um ser humano, se dizem religiosos . . .!
Resta-nos invocar os valores morais, sentimentais e religiosos, o respeito à vida e ao direito de nascer, e lembrar que o pecado fere e mata,  para que ninguém se deixe levar pelas teorias materialistas e demoníacas, e que entreguem-se a Deus que saberá como prover as suas vidas e aliviar as suas aflições.
 Diác. Narelvi

2 comentários:

  1. Narelvi:
    Belíssima a tua página sobre os anencéfalos. Os argumentos são muito fortes, vejo nele,(o artigo), não apenas a tua competência, desenvolvida por anos e anos de estudos, pesquisas e o bom senso sempre falando alto, mas também a inspiração de entidades celestes que para nós têm diferenças apenas na denominação, mas que são nossos aliados sempre que nos empenhamos em ações de bondade, as quais, nos caso dos anencéfalos e de seus pais chamamos de compaixão.
    Calorosos aplausos do
    Nazir

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  2. Obrigado, prof. Nazir.
    Abraços.
    Diac. Narelvi

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