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segunda-feira, 15 de outubro de 2012

ANO DA FÉ

     

Carta Apostólica Porta Fidei, de Bento XVI, sobre o Ano da Fé
Carta Apostólica sob forma de Motu Proprio
Porta Fidei 
com a qual se proclama o Ano da Fé (out/2012 – out/2013

         O Papa Bento XVI ao proclamar o Ano da Fé apresenta a carta apostólica “Porta da Fé” e quase como uma abertura lembra-se do que disse no inicio do papado: “Desde o princípio do meu ministério como Sucessor de Pedro, lembrei a necessidade de redescobrir o caminho da fé para fazer brilhar, com evidência sempre maior, a alegria e o renovado entusiasmo do encontro com Cristo”.
         Redescobrir o caminho da fé. É o que me parece ser o objetivo do documento.
         Falamos tanto em fé, palavra que chega a parecer expressão quebra-galho aplicada para qualquer situação honrosa ou desonrosa que muitas vezes sai da nossa boca sem pensar, assim como quando se diz “Nossa Senhora”, “meu Deus” e outras exclamações. 
         Mas o assunto é “FÉ” no sentido profundo de quem crê em Deus e Nele confia e espera.
         Não se trata, portanto, apenas de acreditar como quem acredita na existência do sol ou da lua, mas de colocar essa crença num plano mais transcendental, divino, servindo-se dos conhecimentos adquiridos no dia a dia, seja na família, na igreja, na escola, na rua, em qualquer espaço deste mundo, e principalmente na experiência de vida.
         Podemos dizer que a fé nesse sentido de elevação para o mistério do conhecido ou desconhecido é nato do ser humano.
         Se encontrássemos um homem nascido e criado na natureza desacompanhado de qualquer outro semelhante, com certeza encontraríamos nele um sentimento de crença e de fé, mesmo que rudimentar.
         Entendemos, então, que a fé se educa e mesmo que adquirida ou desenvolvida em outras culturas, amolda-se à estrutura conhecida para se confiar no desconhecido.
         Como somos cristãos e reconhecemos em Jesus a mesma pessoa de Deus, naturalmente que o Papa preocupa-se com a fé cristã católica.
         Dentre tantas e sábias citações presentes na Carta Apostólica, situo-me no que diz  São Tiago 2, 17-18 de que a fé sem obras é morta,  com o desafio de que com as obras se revela a fé, mas a fé sem as obras não é transparente, embora possa ser verdadeira. 
        Podemos, então, dizer que para o cristão a fé que pedimos no batismo deve crescer com consciência e que se desenvolve com o aprendizado sobre o Sagrado, por intermédio de um exercício espiritual que desabrocha desde a pequenez do nosso ser criança até o amadurecimento da idade adulta e da velhice quando se chega ao fim da vida terrestre, momento em que a fé abstrata se transformará na certeza de tudo aquilo que a fé em vida sugeriu. 
           Esse exercício da fé se repete em todos os momentos, mas essencialmente nas orações, no Sacrifício de Jesus na Santa Missa e em outras manifestações de religiosidade.
         Não basta, portanto, julgar-se possuidor de fé, escondendo-a. Por isso somos chamados a ser Luz do mundo, testemunhas e imitadores de Cristo sem deixar de lado os exemplos dos Santos do Céu pelos seus passados  e especialmente dos santos vivos que estão conosco.
         Somos dotados de inteligência e ela deve nos fazer chegar a Deus pela razão e pelo intimo convencimento (a fé) de que o Senhor existe e é o único autor da vida, provedor da perfeição do homem e capaz de retirar o pecador do que a Carta chama de deserto para ingressar definitivamente na plenitude da vida no Reino dos Céus.
         Precisamos, então, avaliar a intensidade e consistência da nossa fé. Precisamos fazer das nossas vidas de Igreja não um costume rotineiro de prática religiosa pela simples tradição de fazer, mas de momentos de entrega e confiança num Deus real que se fez outro em Jesus para poder falar de si mesmo aos homens  propiciando-lhes a felicidade desde já.
“A Igreja é a porta aberta que acolhe a todos para ouvir a Palavra de Deus anunciada, deixando o coração plasmar pela graça que transforma, passando pela Porta da Fé permitindo embrenhar-se num caminho que dura a vida inteira”, diz o Papa.
         Precisamos de uma nova catequese. Igualmente reaprender a sermos cristãos católicos, confiar naqueles que dirigem a Igreja de Cristo porque eles foram autorizados por Jesus para falar em seu nome embora também precisem como primeiros, de renovação espiritual, formação permanente, intelectualidade sem perder a caridade, e com muito zelo manter a unidade e diretrizes do clero e da Igreja.
Abandonemos o relativismo religioso como se os compromissos cristãos se limitassem aos três tempos: Batismo, primeira Eucaristia e Exéquias já que até o casamento religioso está sendo desprezado.
         Precisamos nos orgulhar da nossa crença, das nossas celebrações litúrgicas e por sermos católicos, defender a nossa fé, fazer dos Sacramentos verdadeiramente sinais da presença de Cristo.
Sem precisar dos exageros antigos das borlas fixadas nas roupas pelos filhos de Israel para lembrar e praticar os mandamentos (Nm 15,38-40), e com todo o respeito, nem andar com a bíblia debaixo do braço, saiamos do anonimato católico e nos transformemos em fiéis anunciadores e praticantes da Palavra. Espaço existe na Igreja. 
         A Igreja e o Papa nos convidam, portanto,  a “readquirir o gosto de nos alimentarmos da Palavra de Deus e do Pão da Vida” que acontecem nas Missas.
         O Ano da Fé é convite para uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do mundo”.
         Somos fortes. Somos fiéis e estamos na Igreja certa instituída por Jesus. É só se deixar guiar pelo Espírito Santo, buscar Jesus na Eucaristia, fazer das nossas famílias verdadeiras igrejas domésticas e das nossas comunidades, comunidades do Povo de Deus que caminham lado a lado com o irmão sabendo que “A Igreja no seu conjunto, e os Pastores nela, como Cristo devem pôr-se a caminho para conduzir os homens fora do deserto, para lugares da vida, da amizade com o Filho de Deus, para Aquele que dá a vida, a vida em plenitude”.
         Temos o ano todo (out/12 a out/13) para refletir buscando soluções e crescimentos para o redescobrimento do caminho da fé e fortalecimento da Igreja de Cristo e da nossa religiosidade consciente.
Mãos à obra meus irmãos bispos, presbíteros e diáconos e todos os leigos que compõem a força viva da Igreja. Busquem nas suas paróquias intensificar através dos diversos movimentos e pastorais, principalmente naqueles em que devem estar presentes crianças e jovens, as formações que levem a descobertas de lideranças, transmitam um melhor conhecimento do catolicismo, das Sagradas Escrituras, do Catecismo da Igreja Católica e documentos da Igreja; a uma religiosidade que verdadeiramente religue o homem a Deus, e que é na Santa Missa que a Fé mais se desperta pelo ritual em que se celebra o memorial da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo. Não deixem latente a sua fé.
Diac. Narelvi
(Publicado também no site:  http://missasalette.com.br)

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