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sábado, 11 de junho de 2022

 

O PAPA E A PROPRIEDADE PRIVADA

 Boa noite. Estou repassando algumas mensagens que recebi de amigos, dias trás.  Esta achei interessante e merecedora do meu comentário -  padrão para todos -  com crítica ao Papa sobre propriedade. Dá para notar que o comentarista do vídeo pinçou algumas palavras ou textos que lhes pareceu conveniente. Li e entendi as mensagens do Papa na integra e não achei comprometedora sobre o assunto que agora transmito. Abraços.

 Pois é!

Tudo por que o Papa teria se referido à propriedade privada como um direito fundamental ao que chamou de “direito secundário”, colocando-a subordinadamente ao direito universal do uso dos bens “direito primário”. Disse que todos tem direito de usa-los.

Essa declaração foi dada pelo Papa no dia 17 de junho de 2021 em mensagem enviada à Organização Internacional do Trabalho, à OIT, órgão da Organização das Nações Unidas, em sua reunião anual.

Entendendo a mensagem do Papa:

Retrocedendo à criação do mundo encontramos em Gn 1, 26-30 que Deus confiou aos homens o reinado de tudo o que Ele criou, inclusive a TERRA. Então temos que a terra é um bem universal colocado por Deus à disposição de todos os homens. Logo, o Papa está certo quando fala em direito primário.

Na medida em que o homem passou a cuidar desses bens, por uma questão natural e convívio em grupos (primeiras comunidades) o instinto de “dono” já despertava entre eles desde a antiguidade.

Essa ideia de propriedade nós já a encontramos no Antigo Testamento desde Adão e Eva assim chamados os primeiros seres humanos brindados que foram com toda a criação como utilidade e meio de sobrevivência. Dentre os Mandamentos da Lei de Deus a proibição de “não furtar”, de cobiçar tudo o que pertence aos outros, já indica que devia existir alguma coisa de propriedade de alguém. Também em At 5,1.  Logo o Papa está certo quando fala em direito secundário.

Esses direitos chegaram até nós pelas leis divinas e leis humanas.

A Constituição Federal garante no artigo 5º o direito à propriedade. Todos sabem disso. E o Papa também com maior sabedoria cristã.

Humanamente falando não costumamos assimilar no dia a dia o chamado “direito primário”, porém, mesmo assim a CF e Leis inspiradas em princípios religiosos cristãos garantem a destinação social dos bens (no caso, da terra) por expropriação remunerada mediante necessidade comprovada.

Essa garantia é preceito democrático respeitando o estado de direito dos indivíduos. Não é comunismo onde as propriedades são APROPRIADAS[1] abruptamente pelo Estado sem nenhuma indenização.

O Papa sabe de tudo isso. Portanto sua fala não o compromete com comunismo ou socialismo nem o seu Pontificado. O que ele quis dizer é que o homem não deve se apegar aos bens materiais gananciosamente, supérfluos, sem que tenha a mínima preocupação com os mais necessitados. A bíblia ensina isso.

Mt 6, : “19Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a ferrugem e as traças corroem, onde os ladrões furtam e roubam.20Ajuntai para vós tesouros no céu, onde não os consomem nem as traças nem a ferrugem, e os ladrões não furtam nem roubam”.

Destarte, todos tem o direito de usar a propriedade. Nesse prisma é um direito secundário que nasce do direito universal (primário) do uso dos bens que vieram do Criador.

O jornalista vê no texto algo terrível e blasfema raivosamente contra o Papa. De cara, o comentário deixa de merecer credibilidade por evidente parcialidade e ódio contra o Papa e quiçá contra a Igreja. Vomita ofensas chamando-o de comunista, anticristo, defensor dos cubanos, Venezuelanos etc. Nada disso encontrei no texto do discurso do Papa em comento.

Um homem de Deus como o Papa que ocupa o lugar de Pedro, chefe universal da Igreja Católica, que celebra a Santa Missa, que por suas mãos assim como de todos os sacerdotes católicos Jesus torna-se presente na Eucaristia (transubstanciação), não dá para imaginá-lo compactuando com o comunismo ou socialismo político inimigos da doutrina cristã.   

Ademais, saibam que certas opiniões pessoais do Papa eventualmente expostas, e que não sejam proferidas ex cathedra sobre moral e fé, não obriga os católicos e não alcança outras religiões ou pessoas não religiosas.

O cristão católico é livre para fazer suas críticas até ao próprio clero quando erra e fere o Evangelho, e a se opor a regimes políticos e a tudo o mais que agrida a família, a fé e a moral cristã, porém respaldado na verdade refletida sem se deixar levar por impulsos que possam trazer consequências desastrosas, e não esquecer o significado que o Papa tem para a Igreja de Jesus. Não existe Igreja cristã sem Jesus e sem o Papa aqui na terra a quem o Mestre credenciou: “Sobre esta pedra edificarei na MINHA Igreja”. Tenhamos então cuidado como católicos para evitar que, em sentido inverso ao da doutrina crista católica e pelo mau testemunho levemos a nós mesmos e aos outros a perder a crença no Evangelho e na religião que professamos.

 Paz de Cristo.



[1] Tornar seu uma coisa alheia

 

 

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