TODOS IRÃO PARA O CÉU?
O Céu está aberto para todos, mas ...
Dc Narelvi
Não existe religiosidade sem Deus, nem
Deus sem Religião, nem Religião sem compromisso.
Todos, ao que parece, dizem acreditar
em Deus e numa vida além da morte, uma Vida Eterna, cujo “lugar” chamamos de
CÉU. Logo, todos querem ir para o Céu. Mas será que todos alcançarão essa graça
celeste? Será que basta dizer que crê na existência de Deus e pronto, estará
salvo? É a impressão que tiramos de muitas pessoas.
O Universo teve um criador: Deus. E por
toda a eternidade Deus sempre esteve. Antes da criação do Mundo Deus criou os
anjos. Na criação do mundo tudo o que existe foi criado por Ele. Os homens
tiveram a predileção divina desde então.
Portanto, de cara sabemos que o que
somos e o que temos veio de Deus. “Tudo foi feito por
ele, e sem ele nada foi feito”, veja em João o capitulo 1.
Então, tudo, mas tudo
mesmo (menos o pecado) tem sua origem em Deus. Significa que não tem como separar
o nosso mundo e nossa vida, do Criador. Daí que o que deve nos mover é pensar
que dependemos de Deus e a certeza de fé e biblica de que o veremos face a face
(I Cor 13,12). Esse ciclo pelo qual os homens passaram desde a criação, e nós,
crentes de hoje, passamos por essa experiência que não pode ser marcada pelo
isolamento, sem Deus em nosso cotidiano.
Como viveu a humanidade
antes de Jesus Cristo, quando se falava e sentia Deus como “único” fora da
Trindade? Ele lá longe, no céu, e o povo
aqui na terra cada um fazendo o que bem entendia, com as ressalvas dos bons
profetas com seus anúncios e mensagens divinas? A história da humanidade,
conta. A história das religiões conta. O Antigo Testamento, conta.
O Extraordinário e o comum se misturavam. Entre
os fiéis e os infiéis, Deus e deuses para todos os gostos. As criaturas humanas
perdendo-se nas suas desobediências e pecados. Ídolos passaram a invadir o espaço
divino. Deus precisou dizer um “basta!” Não um basta de revolta ou vingança, mas
um basta de conversão, de perdão, de vida nova.
E Deus se fez homem e habitou entre nós.
Passamos a ter uma nova maneira de religiosidade, agora não mais com Deus
invisível, mas visível em Jesus Cristo, Deus Salvador.
Este Deus na segunda pessoa da Santíssima
Trindade, Jesus, não mais sozinho, estrategicamente começa sua missão
compartilhando com os homens o serviço da evangelização, da nova aliança. Doze
homens, apóstolos com função episcopal dentre eles o Papa, uma cruz, morte e ressurreição, não sem
antes instituir a Eucaristia, deu-se início ao cristianismo. E conforme Jesus
prometeu, no Pentecostes inaugura a Sua Igreja mandando os Apóstolos com a
força do Espírito Santo, em ação missionária com amplos os poderes: “Quem vos ouve, a mim ouve; e quem vos
rejeita, a mim rejeita; e quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou” (Lc
10,16); “Dito
isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos alegraram-se ao ver o
Senhor.21Disse-lhes
outra vez: A paz esteja convosco! Como o Pai me enviou, assim também eu vos
envio a vós. Depois dessas palavras, soprou sobre eles dizendo-lhes: Recebei o
Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados;
àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos” (Jo 20, 20-23); “Mas Jesus,
aproximando-se, lhes disse: Toda autoridade me foi dada no céu e na terra.19Ide, pois, e ensinai a
todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.20Ensinai-as a observar
tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do
mundo.” (Mt 28, 18-20).
Enfim, com Jesus nasceu o cristianismo com proposito
único e indivisível (Ef 4,5), que com o Protestantismo no século XVI passou a
ser identificado como católicos, ou Igreja Católica, Apostólica, Romana, que
ainda hoje continua a missão de Cristo com fundamento na Bíblia, Tradição e
Magistério, como depositaria da fé dos Apóstolos.
Para viver, então, a religiosidade cristã
católica temos ainda os mandamentos e preceitos, como principalmente a
participação da Santa Missa, a Eucaristia que é celebrada pelo próprio Cristo
assim como o fez na Ceia com os Apóstolos, e demais Sacramentos.
Como se vê, não condiz com a espiritualidade
uma vida sem religião – e aqui incluo todas as crenças religiosas sem abdicar da
convicção acima - assumida não “esportivamente” ou como “não praticante”, mas
com lealdade, firmeza de fé, crente em tudo aquilo que Jesus através da Igreja
ensina e espera de cada um, notadamente o compromisso de cristão.
Portanto a prática da religião é maravilhosa,
se for ativa. Em contraponto, viver uma religião passivamente, sem nenhuma
outra forma (se é que existe) de sincera intenção fortalecedora da fé, sujeita
o agente ao oposto da salvação, isto é, à condenação. “Por isso, como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo
pecado a morte, assim a morte passou a todo o gênero humano, porque todos
pecaram...” (Rm 5,12); “Porque
todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3:23)”; “Eles
sofrerão como castigo a perdição eterna, longe da face do Senhor, e da sua
suprema glória” (II Ts 1,9).
Destarte, são duas verdades eternas,
definitivas: a salvação e a condenação.
Justamente a relativização da religião que
infelizmente tem tomado rumos não desejados pala Igreja e nem querido por Jesus,
zoa por aí a ilusória ideia de que morreu, pronto, vai pro céu, seja quem for.
É muita presunção!
Pessoas que não se dedicam às coisas de Deus
e ainda criticam a Religião e a Igreja, traem princípios e valores morais e cristãos, são contra a vida, família,
corruptos e criminosos na conduta humana, ENFIM PECADORES que chegam ao final da sua vida sem qualquer demonstração de arrependimento
e pedido de perdão, muitas vezes são confundidas na sua morte como meritórias do Céu.
Deus quer a salvação de todos, e assim quer
Jesus por sua Igreja. Mas exige uma busca constante, e será conseguida até
mesmo no último instante da sua vida pelo sincero arrependimento e pedido de
perdão. Contudo, não vale a pena deixar esse proposito para o último minuto da
vida, pode não dar tempo.
Espera-se então dos crentes, uma vida de
integração e comunhão com Jesus e a Igreja em todos os dias que estão disponíveis,
participando ao menos das Missas dominicais e Sacramentos. Isto permitirá desde
já viver na terra a alegria do Céu e nos fortalecerá para, como São Paulo,
poder testemunhar no final: “Combati
o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé. Resta-me agora
receber a coroa da justiça, que o Senhor, justo Juiz, me dará naquele dia, e
não somente a mim, mas a todos aqueles que aguardam com amor a sua aparição”
(II Tm 4,7-8).
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