Reflexão Dominical - 10 DTC- Ano B - 10.06.2012
Gn 3,9-15; 2Cor 4,13-18- 5,1;
Prezados amigos e irmãos em Jesus Cristo.
1ª PARTE
De quem é a culpa pelo pecado?
Sabemos que o pecado nasceu da desobediência.
Deus tudo criou. E viu que tudo era bom. E dentro da sua liberdade criadora, ao mesmo tempo quis testar as suas criaturas impondo limites para saber até onde o homem resistiria na sua liberdade já que livres foram criados e com o livre arbrítrio. Alguma razão Deus teve para estabelecer essa disciplina, talvez até para que desde o início tornasse possível saber da existência do bem e do mal, afinal o demônio já existia e para se manter no lado do bem bastaria obedecer a Deus, pois foi Ele quem afirmou em outro tempo: “Eu sou o Senhor teu Deus, aquele que te ensina para o teu bem, aquele que te conduz pelo caminho que deves trilhar” (Is 48,17)
Portanto Deus já havia criado o homem e a mulher concedendo-lhes todas as regalias do bem estar, da felicidade, com a restrição da árvore do conhecimento do bem e do mal. Não lhes era permitido comer o fruto daquela árvore. Nisto estava a esperada obediência mas a tentação levou-os a querer tornarem-se como Deus. E livremente deixaram-se levar pela tentação demoniaca.
Interessante, meus irmãos, é como o pecado envergonha o pecador. Adão passou a ter vergonha de seu corpo nu e quando foi chamado por Deus, escondeu-se. E ao responder ao chamado de Deus foi logo passando a culpa para a mulher Eva: “Foi ela...”
Assim nasceu o pecado original. Embora possa parecer simples o gesto do comer o fruto, na verdade foi um pecado horrível porque não aconteceu distante de Deus e foi contemporâneo àquele momento mais importante da vida humana. Criador e Criatura mal começaram a se relacionar, o sopro de Deus ainda era sentido por eles e já os nossos primeiros pais humanos se deixaram dominar pela inveja de Deus, julgando-se superiores e atrevidos pela influencia do mal de tamanha intensidade que contagiou toda a sua descendência fazendo-nos portadores desse mesmo pecado que somente se apaga com o batismo.
Irmãos, não seria oportuno questionar porque ainda hoje continuamos pecando, e porque o pecado nos leva a vergonha, e ainda muitas vezes jogamos a culpa nos outros?
A serpente da qual nos fala o Gênesis lembra de que o demônio é especialista em camuflagem: um gesto, uma palavra, um escrito, uma atitude, uma ação ou omissão ... pode ser fruto da perversidade exclusivamente do homem, mas também pode ser ação do diabo e tudo o que se relaciona com o mal, pela influência do diabo ou não, é maldito.
2ª PARTE
Mas existe o reverso da medalha. Se o pecado entrou em nossa vida pela desobediência a Deus, Deus é essencialmente amor e por Jesus Cristo nos tornamos um novo homem. Aprendemos a crer. Segundo diz São Paulo, “mesmo se o nosso homem exterior se vai arruinando, o nosso homem interior, pelo contrário, vai-se renovando, dia a dia”. Jesus nos redimiu. O Batismo nos deu nova vida. Aprendemos a olhar para o nosso interior invisível que pleno de sabedoria e virtudes robustece a nossa fé levando-nos a valorizar, acreditar e querer a eternidade celeste.
3ª PARTE
Marcos, narrando o Evangelho de Jesus nos faz enxergar o quanto Ele amava e conduzia o seu povo estimulando-o a uma vida em unidade destacando que o mal da divisão apenas destrói e separa a exemplo de um reino ou de uma família que se divide a si mesmo. O demônio e o pecado como comparsas provocam a divisão, mas jamais conseguirão superar o bem. Não existe pecado que não possa ser perdoado mediante o arrependimento. Dai a citação de que “ tudo será perdoado aos homens, tanto os pecados, como qualquer blasfêmia que tiverem dito. Mas quem blasfemar contra o Espírito Santo, nunca será perdoado, mas será culpado de um pecado eterno”. Esse pecado contra o Espírito Santo, para que não traga a impressão de contradição, deve ser entendido como a recusa do perdão. Somente não alcançará o perdão e a misericórdia de Deus quem, por livre escolha e opção disser NÃO a Deus, ou não quero o teu perdão. É como diz no Gênesis: escolher entre ficar com a árvore do conhecimento do bem ou do mal. Sendo o homem um ser livre lhe é possível até negar o próprio Deus e fazer a sua escolha pelo pecado que é justamente a negação de Deus.
Deus não condena ninguém. Somos nós mesmos que nos sentenciamos enquanto que Deus, como Juiz, na sua forma de julgamento apenas respeitará o merecimento de cada um: separará os bons arrependidos e perdoados acolhendo-os na Sua Casa e permitirá aos pecadores não convertidos seguirem o seu caminho que em vida escolheram para uma eternidade sem Deus para cuja ausência se diz inferno.
“Confia em Deus e faze o bem, habita na terra e vive tranqüilo, coloca tua alegria em Deus e ele realizará os desejos do teu coração, Entrega teu caminho a Deus, confia nele, e ele agirá” (Sl 37,3-5).
Louvado seja N.S. Jesus Cristo
Diac. Narelvi
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