Junho . . . Julho . . . Santo Antonio . . . São João . . . São Pedro . . .
Dois meses de festas alegres e contagiantes que antes tomava conta de todos os arraiais com fogueiras iluminando as ruas, comidas típicas, pinhão, o quentão...
Aos poucos foram se concentrando em escolas e outros locais mais reservados, mas continuando com suas fogueiras a desafiar alturas, danças, cantos, pau-de-fita, mastros coloridos, pau-de-sebo, tudo envolvendo moças e rapazes, amigos, vizinhos, professores e alunos, namorados, a maioria com trajes caipiras fazendo alusão ao povo campestre.
Não faltavam as barraquinhas para a venda de quitutes, nem os foguetes e traques com seus estrondos misturando-se às músicas.
E naquele ambiente aconchegante, decorado de bandeirinhas, alegravam-se adultos e crianças como se não houvesse diferença de idades, mas apenas pessoas animadas pelos nomes dos santos, a pular fogueiras, contando histórias, espantando o frio com o gostoso quentão, sempre destacando-se a dança da quadrilha com o casamento caipira e divertidos noivos diante de um não menos divertido padre, e sob o domínio controlador e autoritário dos pais dos nubentes que queriam ver bem consumado o casamento de seus filhos.
E naquela brincadeira sadia, como os rapazes gostavam de admirar e até desejar em namoro as meninas graciosamente vestidas de caipiras. Cada uma mais linda do que a outra.
As mães, orgulhosamente apontando para os seus filhinhos que debutavam nas danças da quadrilha ou do pau-de-fita: “Olha lá a Carlinha” desafiando a mãe do lado que de pronto respondia: “E o nosso Pedrinho?”
Os pais, então, cheios da masculinidade, queriam ver seus filhos vencerem o obstáculo da subida no ensebado mastro para demonstrar sua destreza e ainda conseguir o prêmio que lá no pico desafiava os concorrentes.
Que bela confraternização! Pena que parece estar diminuindo as iniciativas. Mas as festas caipiras ainda continuam apesar de algumas retrancas legais quanto aos locais e das ideologias negativas de crenças que incutem na idéia de muitos que as festas junina e julina são frutos “do demo” porque trazem danças e algumas origens de costumes pagãos, como se isso fosse pecado.
Já não vejo mais tais festas tendo por motivo principal uma comemoração religiosa, mas também uma tradição que enriquece a cultura de um povo, sem distinção de credo ou raça, anima e reúne amigos e famílias onde as crianças e jovens são os que mais se divertem e aprendem a conviver em harmonia, tirando-os do enjaulamento dos computadores e de outros entretenimentos perigosos.
Esperamos que as Escolas, Igrejas e outras instituições filantrópicas e recreativas aproveitem sempre dessas datas dos Santos de Deus para a promoção das festas junina e julina oportunizando e colaborando com uma boa parcela na formação educacional, cultural, fraternal e sobretudo comunitária das novas gerações mantendo sempre viva as nossas festas caipiras.
“Com a filha de João, Antonio ia se casar ...”
“Olha pro céu meu amor. Vê como ele esta lindo ...”
“Pula a fogueira Iaiá, pula a fogueira Ioiô ...”
“O balão vai subindo, vem caindo a garoa ...”
Hoje é dia de São João.
Então, viva São João!
Diac. Narelvi
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