Diac. Narelvi
Sei que o
assunto não é muito simpático, mas resposta é resposta, em defesa da fé. É a
lição do Evangelho.
O que me
leva a tocar nesse assunto é a badalação, o apego exagerado ao diabo como se
ele reinasse a nossa vida, e também por confundirem imagens de santos com
materialização do demônio.
Queremos
aqui, mais fortalecer a confiança em Deus do que prestigiar e enaltecer o
diabo, e mostrar o que nós católicos pensamos sobre as imagens.
O motivo desta
intervenção é considerar a promoção e credibilidade exageradas que muitas
denominações “evangélicas” estão dando para o diabo. Até parece que a
engrenagem movedora de suas pregações é o demônio que os inspiram a motivar
seus membros a ter medo de tudo o que vem de fora de seus centros religiosos,
principalmente do catolicismo contra quem centralizam seus bombardeios.
Você tem
medo do diabo?
Pois
é, reconhecemos que o demônio existe e pode exercer influências negativas nas pessoas,
pois o diabo é um anjo mal e foi ele quem instigou o homem a pecar. Admitimos
também que o diabo pode ocupar coisas e objetos e até pessoas para por em
prática suas tentações.
Chamou-me
a atenção um dos programas evangélicos de TV que as vezes acompanho pela
curiosidade dos temas abordados (alguns proveitosos), com a participação de
pastores que quase sempre coerentemente
com a livre interpretação da bíblia se desencontram em suas opiniões.
Um
dos que assisti versava sobre “Os demônios podem
se materializar?”
Acabei
por me deparar com um debate defendendo a presença do diabo praticamente em
tudo, materializando-se em animais, plantas e imagens para justificar a maldade
e o pecado. Tema interessante quando abordado com seriedade e sem
fundamentalismo ou fanatismo.
Mas
o assunto foi sendo direcionado para as imagens, e daí para as imagens de
santos na Igreja Católica não precisou nem mesmo de um pulo.
Não
perderam tempo e euforicamente passaram a afirmar que todas as imagens eram a
materialização do diabo. Que absurdo pecaminoso!
Um
dos participantes, naturalmente sem divergência dos demais, lembrou de uma “imagem
de santa”, disse, encontrada num rio, com o corpo num lugar e a cabeça em
outro, fazendo de conta que não sabia se tratar da imagem de Nossa Senhora
Aparecida, aquela que outro pastor chutou num palco, lembram? Até citou o gesto
de levantar a imagem nas mãos, numa alusão ao que se costuma fazer na Igreja
Católica.
E
o assunto prosseguiu empolgadamente, e uma das perguntas que fizeram entre si,
era de como eles se desfaziam das imagens apresentadas pelos “convertidos”. “Quebramos", responderam! “Quebramos para
que outros não aproveitem a imagem”. Quanta baboseira e imaturidade cristã
e religiosa! É o primeiro sentimento de ódio contra o catolicismo impingido
àqueles que abandonam a fé cristã católica: Quebrar as imagens e rasgar
estampas de santos como iniciação ao protestantismo. Esse ódio realmente existe
embora sutilmente camuflado. Que pena!
Um
dos pastores chegou a supor que a imagem a que se referiu (de N.Sra. Aparecida)
muito provavelmente teria sido quebrada propositadamente e jogada no rio por
alguém justamente para que a mesma não fosse aproveitada... Meu Deus!
Aí
passei a fazer algumas considerações.
Primeiro,
nunca, em toda a minha vida, presenciei nem soube de ninguém que as imagens de
santos existentes na Igreja Católica ou mesmo em casas, tivessem provocado
qualquer ação demoníaca. E olhe que são milhares de imagens.
Também
lembrei que nunca presenciei, assim como certamente você, católicos dentro da
Igreja participando de celebrações serem possuídos pelo demônio. E já estou com
meus 71 anos ... Seria possível? Sim,
mas de probabilidade rara (graças a Deu).
Entretanto,
em denominações protestantes brasileiras como não existem imagens, - embora
algumas já estejam introduzindo emblemas e cruz e até se ajoelhem diante dela
para agradecer coletas, - estariam livres da materialização do diabo pelas
imagens.
Mas
livres das imagens, a possessão demoníaca acontece nas pessoas conforme a
televisão mostra nos cultos apresentados ao vivo e sabemos por testemunhos de próprios
membros. Então, não são as imagens que atraem o diabo, mas a falta de santidade
dos “crentes” possuídos, vulneráveis a satanás. Isso não é valorizar demais o diabo?[1].
Aí
seria de preocupar os “evangélicos” santos, pela facilidade com que o diabo se
materializa ou incorpora no corpo vivo de fiéis, situação comprometidamente
pior do que se acontecesse numa imagem inerte e sem vida. Triste, então, imaginar
que tantos sejam tão frágeis na fé e pecadores a ponto de permitir a
incorporação do diabo, pois quem é submisso a Deus não teme o demônio. São
Tiago diz “Portanto, sede submissos a Deus; resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” Tg 4,7.
Peçamos sempre em nossas orações que
Deus nos livre das tentações do demônio. Mas não nos curvemos a ele, pois somos
tementes a Deus, fiéis seguidores de Jesus, e por isso não temos medo nem somos
abrigos do diabo e sabemos por experiência e certeza de fé que em nenhuma
imagem dentro de nossa Igreja e nossas casas, o diabo encontra espaço. A tônica
de nossas celebrações e pregações é Jesus e as imagens de Maria e outros santos são objetos destinados a
pratica devocional, lembranças de homens e mulheres que em vida exemplarmente
testemunharam Cristo e receberam a recompensa no Céu, e devocionalmente (sem
adoração) são expostas para relembrar o amor de Nosso Senhor Jesus Cristo[2] e
que por eles e por Maria, pessoas reais que as imagens representam assim como a
própria Bíblia, nos ajudam a aproximar de Jesus.
Encerro com duas frases de Martinho Lutero, PAI DO
PROTESTANTISMO:
"Ninguém nunca se esqueça de invocar a Virgem e os santos pois eles
podem interceder por nós." (Lutero, Prep.
ad mortem)[3]
"Agora, nós não pedimos mais do que gentileza em considerar um crucifixo ou a imagem de um santo, como testemunha, para a lembrança, como um sinal, assim como foi lembrado à imagem de César. (Lutero - Contra os Profetas Celestiais, 1525; LW, vol. 40,96)"4.
"Agora, nós não pedimos mais do que gentileza em considerar um crucifixo ou a imagem de um santo, como testemunha, para a lembrança, como um sinal, assim como foi lembrado à imagem de César. (Lutero - Contra os Profetas Celestiais, 1525; LW, vol. 40,96)"4.
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