3º Domingo da Quaresma – Ano C – 03.03.2013
Reflexão dominical
Ex 3,1-8a.13-15; 1Cor
10,1-6.10.12;
Queridos amigos e irmãos em Jesus Cristo.
1ª PARTE
Moisés teve a graça de conhecer Deus de perto. Mas
como foi isso, se Deus como Espírito é invisível?
Estava Moisés no monte Horeb e
visualizou uma sarça em chamas, mas que não se consumia. Não se consumia porque
aquele fogo não estava ali para fazer valer os elementos químicos do combustível,
oxigênio e o calor, mas para que Deus fosse enxergado em forma de chama de
fogo.
E foi do meio do calor do fogo que
Deus se manifesta a Moisés.
O importante dessa narração bíblica
foi a voluntariedade de Moisés de se aproximar daquela planta incandescente de
onde ouviu o chamado “Moisés, Moisés”, a quem prontamente respondeu: “Aqui
estou!”
Irmãos, como vocês reconhecem
a presença de Deus? Falamos tanto nele. Acreditamos Nele. Vivemos para Ele. Por
isso O aceitamos mesmo sem vê-lo fisicamente. O reconhecemos, portanto, pelos
nossos instintos, pelos nossos sentimentos, pela nossa fé.
E nessa apresentação Deus para
satisfazer a pergunta de Moisés, adota um pseudônimo: “EU SOU AQUELE QUE SOU”
depois simplificando para “EU SOU”. Era assim que Deus deveria ser citado por
Moisés aos enviados.
“Eu sou” foi uma expressão de
soberania, de um Ser supremo, de quem reúne os atributos da Onisciência, Onipotência e Onipresença.
No caso, Deus já se revela acima de
tudo um Ser que ama e acolhe.
A iniciativa do chamado foi primeira
de Deus e Moisés respondeu. E se mostrou como Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó,
isto é, DEUS DE TODOS OS HOMENS tanto que contou para Moisés que foi para atender ao clamor de seu povo que
vivia em aflição no Egito que veio, para tirar-lhe da opressão e colocá-lo numa
terra maior e melhor onde corria “leite e mel”.
Não importa onde estejamos,
continuamos sendo o mesmo Povo de Deus sujeito às misérias, perseguições,
opressões, muitas vezes subjugados às autoridades e representantes religiosos até,
sem deixar de lembrar dos redutos mais próximos como os da família, das
atividades funcionais e tantos outros relacionamentos que, respeitadas as exceções,
deprimem e humilham o homem.
Resta-nos fazer como os Egípcios na
leitura do Êxodo de hoje. Colocar nas mãos de Deus, confiar, orar bastante na
certeza de que Deus é um Juiz Justo que não condena, mas estende as mãos a
todos que o procuram.
2ª PARTE
Todos os ensinamentos que vêm das Sagradas Escrituras
e da Igreja de Cristo nos trazem proveito como exemplos a serem seguidos
para que Deus possa dirigir a nossa vida como nosso Pai Eterno.
Somos continuadores do mesmo Povo de
Deus. Assim como os nossos antepassados passaram por todas as experiências da
vida sentindo as forças do bem e do mal, podemos olhar para o alto e lembrar
que eles estiveram debaixo do mesmo sol, da mesma lua, das mesmas nuvens,
comeram e beberam do mesmo Corpo e Sangue de Cristo, e mesmo assim muitos deles
não perseveraram e como diz São Paulo, “morreram e ficaram no deserto”. Desviaram-se
do caminho de Jesus renunciando a fé, dividindo o cristianismo, perderam seu
tempo murmurando e blasfemando contra irmãos esquecendo-se das lições de Cristo
de que o amor é o maior dos mandamentos e que Deus e seu Filho Jesus Cristo
querem unidade em torno de seu nome.
E reforçando aqui sobre o que
falamos a respeito da leitura do Êxodo, é preciso colocar um basta na soberba e
na ânsia de poder para cujos pretensiosos o versículo 12 capítulo 10 da 1ª Carta
de Paulo aos Corintos é bem apropriado: “Portanto, quem julga
estar de pé tome cuidado para não cair”.
3ª PARTE
Chama-nos também a atenção no Evangelho de hoje ao
falar sobre os sacrifícios pelos quais passaram os galileus mortos por Pilatos,
a impressão equivocada que muitas vezes nos assolam de que quando alguém sofre é
porque ele é um pecador contra quem, pretensiosamente,
nos colocamos em grau de superioridade, a lição de Jesus é NÃO!
Que ninguém se sinta superior
material ou religiosamente falando e Jesus adverte: “Se não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo”. É também um
convite para a conversão que a Igreja nos apresenta neste tempo de Quaresma.
“EU
SOU” é o nosso Deus que perdoa, que não quebra a cana rachada nem apaga o fogo que
fumega, mas insiste em oportunizar o arrependimento.
A parábola da figueira nos ajuda a entender o
quanto Deus se esforça para nos dar nova oportunidade de aproximação ao
Sagrado.
A
figueira no meio da plantação de uva não produzia figo já há três anos. Então se
pensou em cortar a figueira pela sua aparente inutilidade. Mas o vinhateiro
reivindica esperar mais um ano dedicando a ela melhor atenção, inclusive colocando
adubo à sua volta.
Muitos
de nós somos como aquela figueira. Deus sempre nos proporciona muitas
oportunidades para uma vida nova, convertidos e fiéis seguidores de Cristo. Entretanto,
a própria parábola estabelece o resultado para quem rejeita as oportunidades de conversão:
“Se não der fruto, então tu a cortarás”, que se traduz como sentença de condenação.
Irmãos
e irmãs. Sempre é tempo de conversão.
Louvado seja N.S. Jesus Cristo.
Diac. Narelvi
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