Pretendo fazer um rápido comentário de conscientização sobre o diaconato
permanente, com ajuda de subsídios de fácil alcance, inclusive com destaque a
matéria do cardeal dom Aloísio
Lorscheider, de saudosa memória. É uma
forma de lamento contra algumas dificuldades que encontramos para o exercício
do nosso ministério.
Para não tornar exaustivo,
fracionarei a matéria.
Vamos
começar pelo começo, como se diz no popular.
Diac. Narelvi
CONTINUAÇÃO:
Testemunho favorável ao diaconato permanente:
Lição
apostólica do bispo dom Aloísio Cardeal
Lorscheider que com autoridade e forte
vinculo com o Sagrado e normas da Igreja enobrece o diaconato, a exemplo de
tantos outros bispos.
2ª PARTE:
O que significa isso de fato?
“Paulo VI, no Motu Próprio "Ad pascendum" (para apascentar e fazer
crescer cada vez mais o povo de Deus, o Cristo Senhor instituiu na Igreja
diversos ministérios, destinados ao bem de todo o seu corpo), oferece-nos uma
pista muito rica. Diz o Papa: "o
Concílio Vaticano II anuiu aos pedidos e desejos de que o diaconato permanente,
onde isso viesse a contribuir para o bem das almas, fosse restaurado como Ordem
intermediária entre os graus superiores da hierarquia eclesiástica e os demais
membros do povo de Deus. Dessa forma, os diáconos seriam como que intérpretes
das necessidades e aspirações das comunidades cristãs, animadores do serviço ou
da diaconia da Igreja junto às comunidades cristãs locais, bem como sinal ou
sacramento do próprio Cristo Senhor, que 'não veio para ser servido, mas para
servir”.
Temos neste texto o seguinte:
-o diaconato permanente uma Ordem intermediária entre os graus
superiores da hierarquia eclesiástica e os demais membros do povo de Deus;
-o diácono como intérprete das necessidades e aspirações das comunidades
cristãs;
-o diácono animar do serviço ou da diaconia da Igreja junto às
comunidades cristãs locais;
-o diácono sinal ou sacramento do
próprio Cristo Senhor Servo.
Observamos: o diaconato é sacramento, o 1º grau do sacramento da Ordem e
como tal um sinal sacramental de Cristo na comunidade.
É necessário que o diácono tenha esta convicção de fé: eu sou um sinal
sacramental de Jesus Cristo, sou um sacramento de Jesus na comunidade. Ora, o
específico do sacramento é ser uma presença eficaz da realidade da qual é
expressão visível. E o diácono é sinal de que realidade? É sinal do Cristo
Servo e da diaconia (= do ser serva) da Igreja. Daí segue o seu ser intérprete
das necessidades e aspirações das comunidades cristãs e o seu ser animador do
serviço da Igreja nas comunidades cristãs locais. Não se trata aqui unicamente de uma atividade humana assistencial, que
também faz parte da diaconia do diácono, mas de uma participação, difundida na
Igreja por graça do Espírito Santo, da atitude de Cristo, o Servo de Jahvé, o
servo humilde e paciente que tomou sobre si o nosso pecado e a nossa miséria
humana (Is. 53,3-5), que se inclinou amorosamente sobre cada necessidade
concreta (Lc. 10,33-34: o bom Samaritano!), que se imolou dando a sua vida (Mt.
20,18), que testemunhou o seu amor até o fim, até o extremo (Jo. 13,1).
Esta participação no ser servo de Cristo, possui uma eficácia salvífica e de cura. Cristo se fez Servo (se
fez diácono, se fez servidor!) para salvar a partir de dentro da situação em
que o pecado colocara a humanidade. São Paulo em Filip. 2, 7, diz que Jesus se
esvaziou a si mesmo, e assumiu a condição de servo, fazendo-se, como diz São
Paulo na 2Cor. 5,21, pecado por causa de nós, Ele que não conhecera pecado, e
isso tudo, a fim de que nós nos tornássemos justiça de Deus (= para que nós
fôssemos salvos). O ser servo de Jesus, servo por amor (Filip. 2,7) liberta a
nós seres humanos servos do pecado, servos por coação.
Deste ser servo de Jesus, faz parte o lava-pés e a instituição da
Eucaristia. Lava-pés e eucaristia ligam-se intimamente. Ligam-se intimamente
sobretudo na vida do diácono. A Eucaristia é a prova do amor maior:
"Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus
amigos" (Jo. 15,13). Além de ser prova do amor, Ela é incremento de amor.
Ora, a graça sacramental do diácono consiste em promover o serviço, a diaconia,
exercício de amor. O lava-pés, por sua vez, foi um gesto concreto do ser servo
de Jesus e do que Ele quer dos seus seguidores: "Se eu, o Mestre e o
Senhor, vos lavei os pés, também deveis lavar-vos os pés uns aos outros.
Dei-vos o exemplo para que, como eu vos fiz, também vós o façais" (Jo.
13,14-15). Aqui insere-se muito bem a passagem de Lc. 22,24-27, onde Jesus
lembra aos Apóstolos, na última Ceia, que o maior é aquele que serve. E Jesus
esteve no meio deles como aquele que serve.
Há toda uma mística para o diácono
no lavapés - serviço e na Eucaristia-doação.”
CONTINUA
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