Reflexão dominical
2º Domiongo da
Quaresma – Ano C – 23.02.2013
Gn 15,5-12 17-18; Fl
3,17-4,1; Lc 9,28b-36
1ª PARTE
“Olha para o céu e conta as
estrelas, se fores capaz!”. Assim inicia o Gênese deste domingo.
Leitura difícil de interpretar, mas
que nos leva a confiar na promessa de Deus.
Deus prometeu a Abrão uma
descendência enorme e uma terra para nela habitarem. Abrão acreditou, mas queria saber como isso
aconteceria.
Aqui entra um costume dos antigos
povos da Mesopotania[1]:
Quando se fazia uma promessa selava-se o compromisso com um ritual. Animais
eram esquartejados e as pessoas que prometiam passavam por entre os pedaços de
carne e como forma de juramento diziam: “Se eu quebrar a aliança, aconteça-me o
mesmo que aconteceu com este animal!”.
Abrão adormeceu, mas ao acordar
testemunhou a passagem de Deus por entre as carnes em forma de “um braseiro fumegante e uma tocha de fogo”.
Deus fez a
promessa e mostrou que a cumpriria. Por outro lado, Abrão apenas confiou e
esperou acontecer. Deus nada exigiu nem impôs a Abrão.
Irmãos e
Irmãs, É assim que devemos encarar nosso Deus. Precisamos Dele, e somente Ele é
capaz de realizar as obras necessários para que nossa vida seja uma vida plena,
justa e conforme os próprios desejos de Deus. Não somos nós que mandamos nem
determinamos. A nossa posição é de espera, de confiança, de fé. E a promessa de
Deus se cumpriu.
2ª PARTE
Foi a
confiança de Abrão que nos conduziu por vontade de Deus ao mundo de hoje. Agora
não mais somente com o PAI, mas também com o FILHO.
Nesta quaresma
sofremos as dores de Cristo, mas com a certeza da sua vitoria sobre a morte com
a ressurreição. E ressurreição significa
ressurgir novamente como éramos antes: corpo e alma. Não mais um corpo corruptível,
mas um corpo glorificado, transformado, um corpo espiritual. Corpo e alma
novamente. Bendito seja Deus!
Mas para que
isso aconteça existe uma caminhada de sacrifício, de renuncia, e também de um
trabalho em mutirão cristão para que o mundo de hoje não sofra mais pelos
desajustes sociais que levam aos crimes, às drogas, à pobreza, à miséria, à
destruição da família moral e religiosamente
constituída, ao aborto, à banalização religiosa e tantos outros desvios
que o pecado alimenta.
Esse caminho
que transforma as pessoas e as leva para a conversão, apesar do peso que o
maligno tem, se torna mais leve e fácil de ser percorrido pela fé em Jesus Cristo.
São Paulo é um
exemplo do poder de Jesus. Conhecemos senão tudo, muitas coisas maravilhosas
que Paulo fez não como fosse um anjo eterno, mas como um homem que errou e se
converteu e sem deixar de ser humano colocou acima de tudo a missão
evangelizadora, a religiosidade e a espiritualidade sincera e indestrutível
tornando-se um dos pilares da Igreja.
“Sede meus imitadores”..
“Observai os que vivem segundo o nosso exemplo e os que vivem segundo os
costumes terrenos, apenas, conquistando pessoas pelo estomago”.
Jamais se dispôs que a vida terrena
com seus costumes e culturas, não possam fazer parte dos nossos habitats sociais
e familiares. Afinal, tudo foi feito para o homem.
Entretanto, a advertência de Paulo é
para aqueles materializados que adotaram
o mundo como o único bem do homem, esquecendo que acima de tudo, o que gera e
movimenta tudo, é Deus que por Jesus Cristo nos trouxe uma nova aliança. E quem
despreza o que vem de Deus, a vivência em oração, a vida sacramental,
comportam-se como “inimigos da cruz de Cristo e o fim deles é a perdição”.
Portanto é Jesus Salvador que pelo
Pai Criador transforma o nosso corpo corruptível em corpo incorruptível. De um corpo humilhado num corpo glorificado.
E como São Paulo sente-se feliz por
aqueles que adotaram Cristo como caminho, verdade e vida. Paulo faz a sua
declaração de amor fraterno demonstrando a sua satisfação quando vê no irmão
recompensa como resultado da sua evangelização. “Minha alegria, minha coroa,
meus amigos, continuai firmes no Senhor”, é o arremate da sua carta de hoje.
3ª PARTE
Jesus mostrou a Pedro, João e Tiago
um pouco a experiência do Céu. A Oração levou Jesus à montanha. La se encontra
pela visão apresentada, Moisés e Elias. “O rosto de Jesus mudou de aparência e
sua roupa ficou muito branca e brilhante”.
Enquanto Jesus orava Pedro e Paulo
adormecem. Mas ao despertarem puderam ver e sentir a glória de Jesus.
Podemos imaginar irmãos e irmãs, a
beleza daquele lugar e os três apóstolos extasiados com a beleza e paz daquele
pequeno pedaço do Céu. O entusiasmo tomou conta deles e Pedro toma a iniciativa
de propor: “Mestre,
é bom estarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e
outra para Elias”. E mais uma vez a revelação que vem do Pai: “Este é o meu
Filho, o Escolhido. Escutai o que ele diz!”
Queridos
amigos. Vocês já perceberam quantos paraísos temos à nossa disposição para
contemplarmos Deus e contarmos com a presença de Jesus?
Experimentem
olhar para as estrelas do céu, as montanhas, os pássaros, as flores, a natureza
toda enfim e recolha-se no seu silêncio. Experimente entrar numa Igreja e
contemplar o Sacrário, as imagens dos santos, a cruz, as velas, as artes
estampadas nas janelas, os bancos ... Quem sabe até nem precise orar em
palavras bastando permitir que sentimentos floresçam de dentro do seu coração e
que a cada batida um pensamento te faça renascer deixando-se levar pela brisa
suave do Senhor e estender as mãos para o infinito na certeza de que ela tocara
nas mãos de Deus. E perceber que Jesus está ali com suas vestes brancas e
brilhantes na Hóstia Consagrada a te
dizer: AQUI VOCÊ ENCONTRA A EXPERIENCIA DO CÉU. E você certamente respónderá: SENHOR, É BOM ESTAR AQUI!
Louvado seja N.S. Jesus Cristo.
Diac. Narelvi.
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