O Brasil enfrentará dentro de poucos dias, mais uma eleição para escolha
dos Prefeitos e Vereadores.
Considerando o vendaval de escândalos
que norteiam as administrações governamentais atingindo os três Poderes, vamos
excluir do comentário o Judiciário que não depende de eleição. Ficam à mercê do
voto, o Executivo e o Legislativo.
Sem dúvida alguma, e felizmente, somos
providos do melhor dos regimes políticos que possa existir: o Democrático.
Contudo, para o exercício da democracia
existe um pressuposto: o de que todos os eleitores sejam conscientes, politizados
e cidadãos patrióticos. Afinal, “A democracia é o governo do povo, pelo povo,
para o povo” segundo Abrahan Lincoln. Ótimo!
Combina com a palavra grega “demos” que
significa povo. E que “Nas democracias,
é o povo quem
detém o poder soberano
sobre o poder
legislativo e o executivo”.
Ainda, pedindo ajuda para o filósofo
grego Aristóteles, aprendemos que “a política
é a ciência que
tem por objetivo
a felicidade humana
e divide-se em ética
(que se preocupa com
a felicidade individual
do homem na Cidade-Estado, ou pólis), e
na política propriamente dita (que se
preocupa com a felicidade
coletiva). A política
situa-se no âmbito das ciências práticas,
ou seja, as ciências
que buscam conhecimento
como meio
para a ação”, que ainda dizia: “Vemos que toda
cidade é uma espécie
de comunidade, e toda
comunidade se forma
com vistas
a algum bem, pois todas as ações
de todos os homens
são praticadas com
vistas ao que
lhes parece um
bem; se todas as comunidades
visam algum bem,
é evidente que
a mais importante
de todas elas e que
inclui todas as outras, tem mais que todas, este
objetivo e visa
ao mais importante
de todos os bens;
ela se chama
cidade e é a comunidade
política" (Pol., 1252a).” Que
maravilha!
Então é isso que o povo brasileiro fará
no dia 7 de outubro próximo: Buscar eleger homens preparados para o bem estar
tanto individual como coletivo, a felicidade humana, todos com vistas a algum
bem que pareça ser o melhor, o mais importante de todos os bens imaginados para
o bem estar dos indivíduos e, via de conseqüência, para toda a comunidade.
Então a coisa é seria!
Iremos confiar por um período a nossa
cidade a um chefe do Executivo Municipal que se chama Prefeito, auxiliado por
um Legislativo, a Câmara Municipal representada
pelos Vereadores.
Como escolher as pessoas certas? Aqui a
dificuldade, pois que para se alcançar qualquer emprego ou assumir
responsabilidade empresarial ou trabalhista, são exigidos provas de formação,
testes e concursos para conferir conhecimentos e capacidade, enquanto que para
administrar o povo brasileiro, serve
qualquer um, mesmo que desclassificado culturalmente, moralmente, ou
semianalfabeto. É o fenômeno negativo que vem tomando espaço na seara política.
Sempre ressalvando a presença de homens
honrados e dignos, infelizmente a predominância caminha em sentido contrário. E
quem escolhe é o povo.
Quem não sabe das falcatruas, dos
acertos políticos, do toma lá, da cá, do prejudicial populismo faccioso que
cega os humildes, dos “mensalões” e outros casuísmos que se praticam por aí.
Inimigos de hoje serão amigos nas próximas eleições e vice-versa, com as
inimizades e reconciliações acontecendo desavergonhadamente como se fosse algo normal, aceitável.
Isso acontece em toda a parte. Mas nas
cidades pequenas é muito mais perceptível quando se vê grupos de amigos
tornarem-se inimigos agressivos, malcriados, difamantes e caluniadores... Que pena!
Isso tudo está afastando as boas
lideranças das disputas políticas, pois que, via de regra, ao concorrerem os
votos são destinados a favor de candidatos menos capacitados além do
risco de verem a sua idoneidade moral ilibada de uma vida toda ser achincalhada.
Éh! . . . Esperava-se uma nivelação
cultural política por cima, mas até agora não aconteceu. O baixo nível dos
debates mostra rusgas contra os concorrentes, mais preocupados em apontar os
defeitos alheios do que falar das suas próprias virtudes e propostas. Ainda falta
muita cultura, melhorias escolares, formação política, conscientização, bons
exemplos, e voltar a disciplina de educação moral e cívica nas escolas para
preparar uma nova geração de políticos e eleitores, e de uma forma prática, que
nas atitudes pessoais nos diversos segmentos, os políticos e a sociedade em geral
testemunhem a honestidade, o amor ao seu município e à pátria.
Enquanto não mudar, o brasileiro deve
alegrar-se pelos poucos bons que tem e contentar-se com o resto, afinal, eles
foram escolhidos pelo povo, daí porque sou obrigado a admitir: Eles não têm
culpa por terem sido eleitos!
Diac. Narelvi
Nenhum comentário:
Postar um comentário