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domingo, 2 de setembro de 2012

HONRAR A DEUS COM O CORAÇÃO




Reflexão dominical – Ano B – 02.09.2012
Dt 4,1-2.6-8; Tg 1,17-18.21b-22.27; Mc 7,1-8.14-15.21-23

Prezados amigos e irmãos em Jesus Cristo.

1ª PARTE

         Em Efesios 4,5 São Paulo afirma que “Há um só Senhor, um só fé, um só batismo”, e em I Corintios 8,6 a existência de um só Deus, o Pai e dele procede um só Senhor, Jesus Cristo na mesma unidade divina.
         Já falamos anteriormente sobre a diversidade de crenças e religiões, com crítica ao próprio cristianismo dividido.
         Afinal, como entender essas interpretações que levam à multiplicação não de fiéis, mas de igrejas?
         No Dt de hoje Moisés manda ao povo que ouça e cumpra as leis e decretos para que possa chegar a terra prometida. E recomenda  que nada seja acrescentado ou alterado, mas que se guardem os mandamentos de Deus que ele, Moisés, os reconhece como formados de justos preceitos e ainda desacredita os “deuses” invocados por certas  nações para valorizar e colocar como único e verdadeiro, o Senhor nosso Deus. 
         Sem desconhecer do mercado da fé, religiões e seitas cristãs embora afirmem e defendam que nada seja retirado da Palavra de Deus referindo-se não apenas aos mandamentos, mas também à Bíblia, na realidade são as interpretações e opiniões pessoais que deturpam a verdade e conflita a fé.
         Em certa ocasião, numa palestra com a presença de um pastor protestante amigo meu, o mesmo lançou uma pergunta sobre o porquê de tantas religiões e escandalizou-se com a minha resposta no sentido de que seria devido a própria Bíblia interpretada ao bel prazer de cada denominação religiosa segundo a liberdade de interpretação pregada por Lutero, pai do protestantismo. Essas interpretações de certa forma podem não retirar nenhum jota dos textos (Mt 5,18), mas mudam o sentido da lei ou da mensagem e confundem. 

 2ª PARTE

         Daí, então, meus irmãos e irmãs, o cuidado que se deve ter para compreensão do Sagrado que está nos Mandamentos e na Bíblia. A dádiva da perfeição vem do alto como luzes que descem do Pai, e bem aplicada tornará a Palavra eficaz e profunda em nós capaz de salvar as nossas almas, diz São Tiago, mostrando a necessidade de não somente ouvi-la, mas de coloca-la em prática.
         O perigo da livre interpretação somado ao fundamentalismo nos chama a atenção para o Evangelho de hoje onde Marcos narra sobre os fariseus e alguns mestres da Lei escandalizados com alguns discípulos de Jesus comendo o pão com as mãos impuras.
         Lavar as mãos é uma norma importante de higiene de  costume até hoje. Entretanto, no episódio dos fariseus, a conotação dada para o “lavar as mãos”, tinha um significado também religioso como centenas de outras exageradas e descabidas normas e costumes como “a maneira certa de lavar copos, jarras e vasilhas de cobre”, ora inútil, ora de difícil cumprimento. Lembra-me dos que não comem peixe que não tenham escama, nem carne de porco ... O fundamentalismo e a falta de razoabilidade levam a isso! 
         A lição de Jesus está na sua declaração de que “o que torna impuro o homem não é o que entra nele vindo de fora, mas o que sai do seu interior”.
         Daí a indignação de Jesus chamando-os de “hipócritas”, acrescentando:  Este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim”.  A maldade é que torna o homem impuro.
         Zelar pela Palavra de Deus, pelos seus Mandamentos, pela Bíblia, requer pureza no coração e também sabedoria para compreender.
         Quando dizemos que “a Luz vem de Deus” para conhecimento da verdade, não significa que todos estejam capacitados e iluminados plenamente para decifrar os mistérios divinos escondidos nas Sagradas Escrituras, sob pena de então de sermos levados a aceitar que todas as interpretações diferentes umas das outras pregadas incoerentemente sobre Jesus e seus ensinamentos são uma única verdade!   Precisamos, portanto, de quem nos explique.
         Vejam a passagem do eunuco que lia sobre o profeta Isaias e Filipe pergunta a ele: «Entendes o que estás a ler?». O  eunuco respondeu: «Como posso entender, se ninguém me explica?» At 8, 30-31. E Filipe ensinou!
         Filipe era um apóstolo e tinha autoridade para ensinar. Portanto, somente os Apóstolos receberam autoridade para pregar e ensinar a Palavra de Deus. E quem sucede os Apóstolos é a Igreja Católica como fiel depositária da fé.  Explica-se, assim, porque nós católicos temos segurança das inspirações da Igreja confiando no que ela ensina sobre a doutrina cristã.
Louvado seja N.S. Jesus Cristo.
Diac. Narelvi

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