Autor:Odilon Ramos
Ao reponte do sol que descamba / no dia se aprochega para o arremate / pelos campos e nos matos da querência / no revoar da bicharada voltando ao ninho / é hora de recolhimento.
No rancho que há no interior / de mim mesmo / eu, gaúcho de fé me arrincono e medito
Despindo o poncho da vaidade e do orgulho / tiro o chapéu, apago o pito / e me achego pra uma prosa
com o patrão maior.
Na sua presença / meu sangue quente de farrapo se faz manso caudal / entrego-lhe minha alma
afoita de alcançar lonjuras / e abrir cancha em busca do destino / renuncio à minha xucra rebeldia
me faço doce de volta / e macio de tranco para dizer-lhe Gracias patrão por tudo que me deste
por esta querência Senhor / que meus ancestrais regaram com seu sangue / e que aprendi a amar desde piá
Pelos meus parceiros / nessa ronda da vida / sempre de prontidão para / me amadrinharem na campereada mais custosa / ou para matearem comigo na hora do sossego
Reparte com eles, patrão / esta fé que me deste / e este orgulho pela minha querência
Ajuda patrão a manter acessa esta chama / concede sempre ao gaúcho a força no braço
e o tino pra saber o que é correto.
Dá-nos consciência para preservar a nossa cultura / livre da invasão dos modismos / conserva a essência e a beleza da nossa tradição
E agora, com licença patrão / que vou aproveitar a olada / para um dedo de prosa com Nossa Senhora:
No rancho que há no interior / de mim mesmo / eu, gaúcho de fé me arrincono e medito
Despindo o poncho da vaidade e do orgulho / tiro o chapéu, apago o pito / e me achego pra uma prosa
com o patrão maior.
Na sua presença / meu sangue quente de farrapo se faz manso caudal / entrego-lhe minha alma
afoita de alcançar lonjuras / e abrir cancha em busca do destino / renuncio à minha xucra rebeldia
me faço doce de volta / e macio de tranco para dizer-lhe Gracias patrão por tudo que me deste
por esta querência Senhor / que meus ancestrais regaram com seu sangue / e que aprendi a amar desde piá
Pelos meus parceiros / nessa ronda da vida / sempre de prontidão para / me amadrinharem na campereada mais custosa / ou para matearem comigo na hora do sossego
Reparte com eles, patrão / esta fé que me deste / e este orgulho pela minha querência
Ajuda patrão a manter acessa esta chama / concede sempre ao gaúcho a força no braço
e o tino pra saber o que é correto.
Dá-nos consciência para preservar a nossa cultura / livre da invasão dos modismos / conserva a essência e a beleza da nossa tradição
E agora, com licença patrão / que vou aproveitar a olada / para um dedo de prosa com Nossa Senhora:
Ave Maria / primeira prenda do céu / contigo está o Senhor, / na estância maior tu és bendita entre todas as prendas / e bendito é o piá que trouxeste ao mundo, Jesus.
Maria, mãe de Deus / E mãe de todos nós / roga pela querência e pelos gaudérios que aqui moram / nesta hora e no instante / da última cavalgada. Amém
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