QUEBRADORES DE
IMAGENS[1]
Dc Narelvi
Cada vez mais temos visto e ouvido
falar em pessoas e grupos quebradores de imagens (iconoclastas) por motivos religiosos.
Quero iniciar com uma afirmação do
Pe. Antonio Briogido de Lima, da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição e
São José, em Montes
Claros (MG) quando um rapaz de 18 anos, evangélico, membro do
grupo de jovens da IURD quebrou sete imagens de santos: “Não acusemos de forma alguma
evangélicos, pois nós conhecemos sérios irmãos evangélicos, sérios pastores que
não pregam desrespeito e violência. Que seja investigado, que seja aplicada a
lei e que esse irmão receba de nós, católicos, o perdão.” Pois bem! Essa é a premissa.
Mas “vamos e venhamos” como dizia
um tio meu, o assunto é sério e merece, ao menos, um comentário de repudio e
até de advertência contra a ignorância e
fanatismo religioso, sempre respeitando as exceções.
A primeira determinação para quem
entra numa religião evangélica é de se desfazer das imagens de santos sob o
argumento de que se trata de idolatria, e também, porque, segundo um pastor afirmou
num programa de TV “Vejam Só”, nelas se esconde o diabo, e um outro explicou
que quando um católico se transforma em evangélico a sua recomendação é para
que quebre suas imagens e rasgue as estampas, para evitar que venham a ser
utilizadas por outras pessoas. Vejam só, que coisa! Depois vem a questão dos
santos, de Nossa Senhora (a mãe de Jesus) e assim por diante.
Ocorre que como água mole em pedra
dura tanto bate até que fura e mentira repetida vira verdade, realmente as
imagens passam a ser vistas pelos congregados como algo demoníaco. E conseguem
convencer os adeptos de que os católicos adoram imagens.
Como caso interessante, cito
novamente um amigo que participava assiduamente das Missas dominicais em
Morretes, e com sacrifício, pois que vinha de longe de bicicleta, de repente
desapareceu da Igreja. Passados alguns meses o encontrei e perguntei-lhe o porquê
da sua ausência e a resposta foi “evangélica”, tirada da cartilha: “porque
os católicos adoram imagem”. Não resisti e perguntei-lhe por quantos
anos ele foi católico e com voz firme e
quase orgulhoso pela mudança de religião, respondeu: “mais de trinta anos!”. Rebati com outra pergunta sobre se ele,
durante todos esses longos anos, alguma vez adorou ou lhe mandaram adorar
imagem na Igreja Católica, e ele respondeu: “NUNCA!”. Pobre incoerente! Tenho certeza que os católicos que
renegaram o catolicismo passaram pela mesma experiência.
Cria-se então, no “convertido”, um
discreto sentimento de ódio ou medo a ponto de muitos nunca mais entrarem numa
Igreja Católica devido as imagens que lá estão, e outro tanto (digo não todos),
quando ocorre uma celebração especial preferem ficar do lado de fora,
esquecendo que dentro da Igreja e só nela, dentre algumas inspiradoras imagens
e no local mais importante e imponente que é o Sacrário, lá se encontra vivo, real, presente na
Eucaristia, Nosso Senhor Jesus Cristo.
Essas orientações são dadas por
desconhecimento da doutrina cristã católica, e aos poucos vão se aprofundando e
arraigando-se no (sub)consciente dos membros a ponto de cegá-los sobre o verdadeiro
significado de imagem, transformando
alguns em fanáticos praticantes desse absurdo, infiel, desleal, desonroso,
profano, criminoso e porque não acrescentar, demoníaco ato de invadir igrejas e
quebrar as imagens de santos em desrespeito ao próprio Cristo pois que até a
sua figura ou imagem esculpida e da mãe
dele são dilaceradas pelos quebradores de imagens.
Sem dúvida, alguém destruiu o bom
senso, a inteligência e a consciência desses que assim agem, pois que não se tratando de doentes mentais, não fariam isto se não lhes tivessem incutido na mente tamanho
descalabro.
[1] Recomendo
ler a respeito de imagens no meu blog nos links abaixo além de vasta publicações
a respeito.
http://livrodiacononarelvi.blogspot.com.br/search/label/21%20-%20As%20Imagens
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