REFLEXÃO
DOMINICAL
3º
DOMINGO DA QUARESMA – ANO A – 23.03.2014
Ex
17,3-7; Rm 5,1-2.5-8; Jo 4,5-42
Prezados amigos e irmãos em Jesus Cristo.
1ª
PARTE
Desculpem
a introdução, mas você, por acaso, já não foi mal agradecido alguma vez? Talvez
sua primeira resposta seja NÃO!
Moisés
recebeu do Senhor a incumbência de retirar do Egito o povo hebreu que lá se
encontrava escravizado. E eles esperavam o dia da libertação visto que ninguém
quer ser escravo e menos ainda pelo resto da vida.
A
fuga do Egito, o retorno para Israel, assim como em todos os episódios iguais
são difíceis e cheios de transtornos. Mas eles conseguem.
Contudo,
as dificuldades próprias da caminhada de fuga aos poucos desanimaram os caminhantes
que depois de uma partida entusiasmada e esperançosa, o cansaço dominou e exaltou
os ânimos. Além de todos os percalços
imagináveis o êxodo fala em
sede. Deserto e água não se dão bem.
E
aos poucos a alegria do retorno passa a ceder espaço para agitações e
intolerâncias contra o líder Moisés: “Por que nos fizeste
sair do Egito? Foi para nos fazer morrer de sede, a nós, nossos filhos e nosso
gado?”.
Moisés quase que se perde na sua
missão e recorre ao Senhor, já não sabendo como acalmar o povo. “Por
pouco não me apedrejam!”, observa.
O Senhor, então, orientou Moisés
sobre como conseguir fazer jorrar água
da pedra.
Irmãos e irmãs. Será que nossa vida
não se assemelha à caminhada dos hebreus? Vamos pensar um pouco, desde o nosso
nascimento. Imaginem quantas e quantas
vezes nossos pais nos tiraram dos perigos naturais da vida orientando,
aconselhando, cuidando da nossa saúde, educação, alimentação, da nossa
religiosidade... E nossos mestres e educadores o quanto fizeram por nós? Nossos
padres, freiras, catequistas, parentes, amigos, conhecidos, e tantos outros com
quem nos relacionamos, o quanto nos ajudaram!
Será que ainda nos lembramos deles
com carinho e reconhecimento? Ou será que devido as situações adversas que
aconteceram conosco por nossa própria culpa, nós as transferimos a eles a
responsabilidade?
Na libertação do Egito os hebreus
tentaram o Senhor pondo em dúvida a sua presença “O Senhor está no meio de nós, ou
não?”
Será,
também, que nós ainda hoje não nos comportamos como mal agradecidos e
questionamos até contra Deus duvidando se Ele está ou não no meio de nós?
2ª
PARTE
Pois
é, somos, então, chamados a refletir melhor sobre as oportunidades que Deus
concede a cada um para alcançar a libertação já que se não estamos escravos de outras
nações, continuamos escravos do pecado.
Inicia
São Paulo falando em justificação pela fé e estar em paz com Deus pela
intermediação de Jesus.
Justificação
lembra justiça que na bíblia tem um sentido também de relacionamento e
fidelidade a si próprio. Portanto, todos têm um compromisso pessoal, consigo
mesmo. E todos são dotados de virtudes ligadas a crença, a vida em comunidade e
em família.
E
quando traímos essas virtudes? Precisamos da justificação pela fé porque
infringimos regras de vida. E aqui entra
Jesus fonte de amor e misericórdia e que nos concede a graça do arrependimento,
da correção e da salvação porque como Deus Ele nos ama profundamente e
gratuitamente.
Deus
faz a parte dele, mas cabe ao homem acolher essa confiança que deposita em nós. Jesus nos quer como novas
criaturas e que todos tenhamos uma vida feliz já aqui na terra e sejamos salvos
para a glória de Deus.
O
homem justificado pela fé é um homem ressuscitado para essa vida nova como
herdeiro com Cristo do Céu.
No
v. 6-8 Paulo mostra que Jesus nos amou desde que éramos fracos, diferente de
nós que em algumas vezes convenientemente queremos nos aproximar mais dos
fortes. Dificilmente alguém, na hora de socorrer, não de preferência antes aos
homens importantes deixando por ultimo os humildes e necessitados.
Ora,
se Jesus nos ama desde que éramos pecadores, mostra que não faz distinção entre
os justos e injustos tratando-os igualitariamente, sem que isso signifique dar
a mesma recompensa aos arrependidos e convertidos e os que teimosamente
recusam-se a aceitar as graças de Deus. Ele nos quer a todos, porém, a ninguém
obriga.
3ª
PARTE
Veja
irmãos e irmãs, na passagem bíblica que fala sobre o que aconteceu junto de um
poço, na cidade de Samaria de Sicar, região central da Palestina.
Um
poço onde todos iam buscar água. Lá estava Jesus quando uma mulher da Samaria
chegou e Jesus pede-lhe: “Da-me de beber”.
Havia
animosidade entre judeus e samaritanos. Jesus era Judeu e a mulher, samaritana.
Por isso ela estranhou o fato de um judeu pedir-lhe água.
Jesus
responde-lhe com uma catequese dizendo que se ela soubesse quem ele era, ela é
quem teria pedido a água viva.
A
samaritana começa a falar sobre o poço, a dificuldade de tirar a água
engrandecendo Jacó que foi quem abriu aquele poço, e Jesus vem falar em agua
viva?
A
água viva que Jesus falava referia-se a ele mesmo. Essa água que você bebe não
saciará sua sede, mas a água que eu ofereço fará com que voce nunca mais tenha
sede, disse-lhe Jesus.
A
samaritana interessou-se pela água oferecida por Jesus, mas por comodidade
imaginando que não precisaria mais retornar ao poço.
O
diálogo entre Jesus e a samaritana continuou de forma doutrinária com Jesus
insinuando-se como o Salvador a ponto de a mulher vê-lo como um profeta.
A
mulher falava de uma forma de adoração e Jesus
a fez ver que estava adorando o desconhecido, mas com Jesus a adoração
se oferecia ao conhecido a quem ele chama de Pai. A samaritana até já ouvira
falar de um Messias demonstrando confiança naquele que estava para chegar. Foi
quando Jesus se apresentou: “Sou eu!”.
A
mulher, feliz, saiu e foi contar aos outros e muitos foram procurar Jesus.
Irmãos
e irmãs. Mais uma vez Jesus deixa de lado preconceitos para conversar com uma
mulher e samaritana, pede-lhe água num momento em que judeus e samaritanos representavam
grupos inimigos.
Jesus
converteu aquela mulher e tantos outros samaritanos que passaram a saciar suas
sedes com a água viva que é Cristo.
Também
cada um de nós tem um poço privativo que impede a aproximação de outros irmãos.
Precisamos como Jesus e a samaritana nos deixar aproximar um do outro para
conversar e quebrar convenções preconceituosas e fazer do poço um local
público, democrático, de aproximação e convivência harmoniosa sob os olhares
daquele judeu que hoje é nosso Senhor Jesus Cristo, com quem possamos partilhar
os frutos de nossas vidas.
Podemos
não ter em nossas paróquias um “poço de Jacó”, mas temos uma Igreja onde Jesus
se mantém presente a espera de quem quiser oferecer-lhe alguma oferta ou
conversar com Ele. Irmão e amigo faça essa experiência.
Louvado seja N.S Jesus Cristo
Diac. Narelvi
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