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domingo, 4 de agosto de 2013

RICOS, NÃO SE DEIXEM ESCRAVIZAR PELO DINHEIRO



 
REFLEXÃO DOMINICAL
18º DTC – Ano C – 04.08.2013
Eclo 1,2; 2,21-23;  Cl 3,1-5.9-11; Lc 12,13-21
 Prezados amigos e irmãos em Jesus Cristo.

1ª PARTE
          As leituras bíblicas nas Missas de hoje levam a refletir sobre a vaidade, ganância, riqueza ...
         De inicio vamos ressalvar que ser rico materialmente não é pecado,  quando fruto do trabalho. O trabalho para a sobrevivência foi imposto por Deus lá no tempo de Adão e Eva que expulsos do paraíso onde tinham tudo à disposição, devido ao pecado da desobediência e ambição Deus mandou-o trabalhar e “tirar da terra com seu trabalho o sustento (Gn 3,17) e ainda disse: “Comerás o teu pão com o suor do teu rosto, até que voltes à terra de que foste tirado; porque és pó, e pó te hás de tornar.” (Gn 3,19).
         Tornou-se, sem dúvida, um desafio que passou para as gerações futuras. Um desafio à capacidade laborativa do homem. Em alguma época surgiu o mercado, o salário, a economia, o lucro ...
         Alias, como exemplo, Labão disse a Jacob: «O fato de seres meu parente não é motivo para me servires de graça. Diz-me qual deve ser o teu salário».(Gn 29,15). Afinal, muitas passagens do AT falam em salário e riqueza.
         No NT também encontramos muitas referencias ao salário: “Ora, o salário não é gratificação, mas uma dívida ao trabalhador”(Rm 4,4; Lcf 10,7; Jô 4,36 etc)
         Entretanto, e na medida em que o homem enriquecia com seus bens materiais, muitos se tornaram vaidosos, gananciosos, opressores, e passaram a esquecer o próprio Deus. Criaram na sua imaginação um novo deus, o dinheiro. A esses é que todas as mensagens cristãs evangélicas se dirigem lembrando da advertência que vem no NT referindo-se a Judas: “Este homem adquirira um campo com o salário de seu crime. Depois, tombando para a frente, arrebentou-se pelo meio, e todas as suas entranhas se derramaram” (At 1,18). Também em Tg 5,4: “Eis que o salário, que defraudastes aos trabalhadores que ceifavam os vossos campos, clama, e seus gritos de ceifadores chegaram aos ouvidos do Senhor dos exércitos.”
2ª PARTE
         Irmãos, as leituras de hoje vêm lembrar daqueles que deixando o principal que é a vida em Deus abandonaram a Igreja, deixaram de fazer suas orações, seus atos de caridade, ou até mesmo dos que, com vínculos religiosos, continuam idolatrando o materialismo. Quantos pregadores ficam a criticar uma imaginaria idolatria de imagens mas idolatram escancaradamente o dinheiro, a riqueza, o evangelho da prosperidade.
         Quantos são capazes de trabalhar de sol a sol ou de segunda a segunda com inegáveis esforços físicos e intelectuais para ampliar suas fortunas, porém, sem tempo para a Igreja, para a oração.  Vaidade! Diz o Livro do Eclesiastes.
         Todo esse esforço não deve levar o homem a esquecer que o mais importante é interessar-se pelas coisas do alto, onde está Cristo, e aspirar acima de tudo as coisas celestes e não as terrestres.
         São Paulo lembra ainda que tudo o que excede às nossas necessidades materiais são abandonadas  nesta terra quando da nossa morte e quantas vezes geram discórdias entre os herdeiros.
         São Lucas cita uma passagem de um herdeiro pedindo a Jesus que intercedesse para que seu irmão dividisse com ele a herança. Jesus, então, separando o material do espiritual, responde que não lhe cabe dividir bens materiais entre as pessoas. E por parábola dá a seguinte lição: “Um rico consegue uma grande colheita de trigo, tão
farta que não tinha onde guardar. Então constrói celeiros maiores para depositar a produção  só para satisfazer seu ego e poder admirar sua própria fortuna e aproveita a vida, como se diz".
          Esse homem, irmãos, tinha todo o direito de ser rico, mas não tão ambicioso a ponto de fazer da sua economia um reinado para si mesmo, um propósito de vida. Então na parábola Deus lhe diz: Louco! Ainda nesta noite, pedirão de volta a tua vida. E para quem ficará o que tu acumulaste?' Assim acontece com quem ajunta tesouros para si mesmo, mas não é rico diante de Deus.”
3ª PARTE
         Irmãos ricos. Vocês são tão bem vindos ao reino dos Céus quanto os pobres. O que Deus espera é que não façam da riqueza, do dinheiro, um deus particular.  Se o tesouro que você juntou é fruto do seu trabalho honesto e com ele quer amparar sua família e praticar o bem, orgulhe-se disso.  
         O que Jesus ensina é que o mais importante é ser rico diante de Deus. E que mesmo sendo rico não faça distinção entre as pessoas e acolha de uma maneira muito especial e fraterna os pobres que sofrem. Que jamais essa riqueza momentânea te desvie da vida religiosa, da Igreja, dos irmãos.
         Não esqueçamos que no juízo particular Deus não nos perguntará quantas obras materiais fizemos aqui, se nossa casa é uma mansão maravilhosa,  se nosso automóvel é topo de linha,  se a Igreja e suas extensões que ajudamos a construir são mais suntuosas do que as pequenas  e humildes capelinhas, mas perguntará certamente sobre o que realmente fizemos em favor de nossos irmãos em geral para que  tenham já aqui uma vida decente, digna, e que todos os homens tenham dentro de si uma alma pura, cheia de graças, Templo do Espírito Santo,  e que mesmo na simplicidade seja muito mais importante do que todos os templos da terra.
Louvado seja N.S. Jesus Cristo.
Diac. Narelvi.

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