QUEM ADORA, NÃO NEGA - IMAGEM DE DEUS.
IMAGEM DE SANTOS
Diac. Narelvi
O sucesso da presença do Papa
Francisco no Brasil trouxe aos inconformados um dos instrumentos de ataque
contra a Igreja Católica: As imagens.
Tenho comigo que o assunto é tão
pobre de cultura e formação religiosa, pois é inadmissível que em pleno século
XXI alguém possa continuar vomitando a ideia de que os CRISTÃOS CATÓLICOS
adoram imagens.
É uma teima que de certa forma se
compreende, pois no momento em que esses acusadores reconhecerem que não
adoramos imagens (e eles sabem disso), praticamente todos deverão retornar à
Igreja Católica já que outros argumentos e teses contrárias também são
inconsistentes. Então, o negócio é continuar o enfadonho papo da idolatria.
Algumas considerações para ilustrar
sobre imagens.
A BÍBLIA, DESDE QUANDO?
É preciso lembrar que a palavra
escrita na Bíblia evidentemente surgiu depois da invenção da imprensa atribuída
a Johannes Gutenberg que teria sido o primeiro a imprimir
180 exemplares da Bíblia entre os anos de 1425 e 1456. Existem
informações de outras quantidades de exemplares com 42 linhas em duas colunas,
etc. etc.
A intenção aqui é demonstrar que os
primeiros cristãos não tinham acesso à Bíblia tal como hoje, visto que Gutenberg
imprimiu seus pouquíssimos exemplares entre 1425 e 1456 e a primeira bíblia em
português data de 1748. Sendo assim, perfeitamente compreensível, então, porque
os primeiros cristãos não possuíam bíblia.
Note-se que o Novo Testamento foi completado
por volta do ano 100 d.C com o Apóstolo João Evangelista que escreveu o
Apocalipse, escritos em papiro e pergaminho.
Bem, não precisa aprofundar para entender que os
primeiros cristãos não tinham como fazer leitura bíblica, mesmo porque,
tenha-se em conta o analfabetismo e espaçamento das comunidades e outras
dificuldades próprias daquelas épocas.
Quanto tempo do Antigo Testamento então, nem se fala!
Aqui no Brasil, se considerarmos o
ano de 1748 como do surgimento da primeira bíblia em português, reforça mais
ainda o porquê da impossibilidade da sua distribuição, dos pouquíssimos volumes
existentes e escassos leitores.
Afinal, este resumido comentário
histórico será muito mais ilustrado em pesquisas e por historiadores mais
especializados no assunto, mas já é suficiente para apagar a impressão que
querem fazer passar de que os livros sempre existiram e estiveram a disposição
de todos e que os “católicos rejeitavam a Bíblia”.
Algumas datas importantes:
O movimento da Reforma Protestante aconteceu no século
XVI, ano de 1517. O Brasil foi descoberto em 22 de abril de 1500 e a primeira
missa celebrada já no dia 26. Portanto, quando o Brasil foi descoberto nem
mesmo protestantes (denominados mais tarde aqui de evangélicos), existiam.
Agora eu pergunto: quantas bíblias,
principalmente o NT circulavam por este mundo, e aqui no Brasil no ano do seu
descobrimento? Pelas informações e deduções é bem fácil imaginar. Pode-se dizer
que praticamente ninguém lia a bíblia, a não ser clero e alguns católicos.
Pois bem. Então como se desenvolveu a
evangelização, senão mais oralmente e tradicionalmente?
IMAGENS.
Bem, estamos quase chegando às
imagens, e vamos nos fixar no Brasil.
Sabemos que a catequese
(evangelização) iniciou com os padres jesuítas no ano de 1549.
Certamente que dentro dos princípios
doutrinários e culturais da Igreja, para que os indígenas e quem mais fossem
compreendessem o ensinamento religioso, tinham que aprender a ler e escrever. E
os jesuítas foram os responsáveis por essa alfabetização tão difícil de alcançar
a todos, tanto que até hoje encontramos analfabetos.
Como a meta evangelizadora era
prioritária, a educação religiosa se firmava por outros meios além da escassa
escrita, principalmente oralmente e com criatividades e recursos didáticos que
incluíam estampas, figuras, desenhos, e IMAGENS sempre retratando coisas e
personagens sagradas que por séculos se tornou costume seus usos SEM JAMAIS
CONSIDERARA-LOS OJETOS DE ADORAÇÃO.
Muitos de nós nos lembramos do tempo em que os padres
sempre andavam com seus bolsos cheios de “santinhos” que distribuíam para a
garotada, guardados que eram com muita satisfação e respeito.
Por muitos séculos então, as imagens de santos, de
Nossa Senhora, do crucifixo, do presépio, de anjinhos, bandeira do Divino, serviam
não apenas de adornos nas casas, mas enriqueciam as Igrejas Matriz, as Capelas,
os oratórios particulares, e eram úteis como material didático para gravar na
memória boa parte da História Sagrada por aqueles aproximadamente 1.500 anos sem
exemplares bíblicos.
E como as imagens e estampas contribuíram para o
crescimento do cristianismo! Era olhando para as imagens de Nossa Senhora, de
Jesus, de Santo Antonio, São João, Santa Rita, e tantos outros desenhos de
papas, padres e bispos (o padrinho padre Cícero, por exemplo), de crucifixos, que as pessoas ricas e pobres, cultas e
simples, escravos e analfabetos, mantinham através desses retratos artísticos seus contatos com o sagrado e faziam
concentradamente as suas devoções com todas as rezas conhecidas, com seus corações
e olhares voltados a Nosso Senhor Jesus Cristo e toda sua comunidade celeste. E como as imagens contribuíram para a
espiritualidade daqueles nossos irmãos de outrora, de uma época em que bispos e
padres tinham que dar conta do rebanho de Cristo que se formava e crescia
quando igreja protestante nem existia.
Meu desafio: ALGUÉM SERA CAPAZ DE AFIRMAR QUE ESSES
CRISTÃOS CATÓLICOS FORAM PARA O INFERNO POR CAUSA DAS IMAGENS? E se algum
protestante de hoje tiver a coragem de dizer que sim, então que pena, porque
teriam que conviver com a ideia de que seus ascendentes estariam todos no
inferno porque também foram católicos e veneravam imagens.
Até a reza do terço tão combatida
pelos protestantes, mas que até hoje resiste como ato devocional (como as imagens)
que surgiu no século IX para facilitar
aqueles queriam acompanhar os salmos mas não tinham acesso ao estudo e poucos
sabiam ler e decorar todos os 150 poemas, o que levou os monges substituírem a
recitação pelas 150 saudações angélicas (Ave-Maria) em dezenas, intercalando
entre cada dezena um Pai-Nosso. O Rosário, 150 Ave Maria, o terço (1/3), 50 Ave
Maria.
Bem, meus irmãos,
as imagens são instrumentos de devoção e catequéticas e jamais a Igreja as
endeusou. Se naquela época dos primeiros séculos do cristianismo católicos já
beijavam uma imagem ou até faziam genuflexão diante delas, e muitos ainda hoje
repetem o gesto, nunca significou
adoração à imagem ou a outros deuses,
mas adoração ao Deus uno e trino, e veneração, amor, carinho, aos santos conhecidos,
pessoas que viveram intensamente a fidelidade ao Evangelho, a Cristo, a
Igreja, e sua vocação, modelos que devem
ser imitados por todos os cristãos no seguimento de Jesus. Pessoas que estão no Céu como nossos amigos e
intercessores.
Portanto, as IMAGENS nas Igrejas não representam algo imaginário, mas alguém que realmente existiu e são devotamente lembrados como santos moradores do Céu.
Portanto, as IMAGENS nas Igrejas não representam algo imaginário, mas alguém que realmente existiu e são devotamente lembrados como santos moradores do Céu.
BIBLIA, IMAGEM.
A Bíblia é um
conjunto de textos escritos contendo informações sobre Deus Pai, Jesus, Maria,
profetas, santos, enfim, as doutrinas que orientam o comportamento dos
cristãos. Portanto, a BÍBLIA NÃO É DEUS embora a consideremos inspirada por
Deus conforme interpretação dada antes pela Igreja Católica. Por isso pode-se
dizer que a BIBLIA também é uma IMAGEM, IMAGEM DO SAGRADO. Muito mais perfeita
do que as imagens de santos, mas ainda assim, imagem que no seu contexto
refletem a IMAGEM DE DEUS.
A propósito,
quando você segura nas mãos ou olha para uma Bíblia estará segurando ou enxergando
Deus, ou através da imagem de tudo o que a Bíblia representa estará sentindo a
presença de Deus, aprendendo sobre Ele e até chegando a Deus?
E justamente por
lembrar Deus a Bíblia é amada, venerada, respeitada. Nenhum crente em sã
consciência é capaz de destruir uma bíblia. Por adoração? Evidentemente que
não, senão seria idolatria.
Mutatis
mutandis[1],
assim são também as imagens dos
santos.
Ninguém adora a Bíblia, assim como
ninguém adora imagens de santos.
Quando tomamos uma imagem em nossos
braços, a carregamos em andor, a expomos em Igrejas ou em outros locais, estamos
nos unindo espiritualmente aos Santos de Deus que estão no Céu, imitando seus
valores cristãos, homenageando-os pelas suas virtudes, assim como abraçamos e
beijamos fotos de nossos amigos e entes queridos
Irmãos e irmãs. Usem de um raciocínio
lógico e inteligente: Quem adora, não nega. Logo, se todos os católicos afirmam
categoricamente que não adoram imagem, e todos os protestantes afirmam que não
adoram a Bíblia, já é suficiente para terminar com essa besteira de adoração de
imagens. Manter imagem, fotos, estampas, esculturas e outras representações
como um dos caminhos para levar a Deus,
NÃO É IDOLATRIA.
1. Diz-se de dois fatos que, com pequena alteração das circunstâncias, são iguais. Mude-se o que deve ser mudado
1. Diz-se de dois fatos que, com pequena alteração das circunstâncias, são iguais. Mude-se o que deve ser mudado
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