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domingo, 19 de julho de 2015

A RESPONSABILIDADE DOS CHAMADOS PARA O MINISTÉRIO - 19.7.15


REFLEXÃO DOMINICAL
16º DTC – Ano B – 19.07.15
1ª Leitura - Jr 23,1-6; 2ª Leitura - Ef 2,13-18; Evangelho - Mc 6,30-34
A RESPONSABILIDADE DOS CHAMADOS PARA O MINISTÉRIO.
Profeta Jeremias
O profeta Jeremias lá pelos anos 630-580 aC já revelava preocupação por aqueles que detinham a responsabilidade de pastorear o rebanho do Senhor.
O panorama era de um local que reunia o povo de Deus cujos pastores deviam estar atentos e não deixar que nenhuma das ovelhas se dispersasse. E ái daqueles que se descuidassem do compromisso. O Senhor parece severo e pronto para cobrar dos descuidados e mais ainda daqueles que afugentassem qualquer um, sob ameaça de castigo.
Apesar das atribuições pastoreiras, o senhor não se descuidava e fiscalizava a conduta dos pastores, e buscava em todos os países, isto é, em todos os lugares onde qualquer ovelha pudesse estar desgarrada para traze-la de volta para o seu campo a fim de multiplicarem-se. E ainda fazia inspirar novos pastores para tomarem o lugar dos excluidos.
O Senhor se referia não às ovelhas propriamente ditas, mas às pessoas que deveriam se manter unidas num só redil e sob proteção forte dos seus orientadores.
Jeremias fala ainda de um futuro sem tormentos, sem medo ou angustia, e a certeza de que nenhuma ovelha se perderá face a expectativa da vinda de um descendente de Davi que sabemos tratar-se de Jesus.
Os profetas tinham uma missão especial de anunciar o Reino, advertir e ensinar ao povo de seu tempo que Deus é um só, um Deus de amor que quer a união de todos num mundo de paz, e já anuncia a vinda de Jesus como Salvador dando continuidade à grande Obra do Senhor.
São Paulo
O AT então é a porta que se abre para o NT, historiando a Obra de Deus desde a criação em marcha para Jesus centro de toda a Sagrada escritura, mostrando as maravilhas e sofrimentos que aconteceram, os tempos perturbados pelas incredulidades, pela adoração a deuses, sacrifícios, perseguições e vitórias, mas com uma expectativa enorme da vinda do Salvador que se tornou realidade. E os profetas então mudaram. Antes escolhidos por Deus Pai, agora pelo próprio Jesus que formando uma Nova Aliança não veio transformar os ensinamentos do AT, mas aperfeiçoar e viver a realidade dos novos tempos: Os Apóstolos e discípulos!
São Paulo que não conheceu Jesus pessoalmente, mas recebeu a graça de conhecê-lo em espírito foi logo deixando de ser Saulo para se tornar uma nova pessoa, Paulo. E passa a pregar a Palavra como convertido consciente da sua sublime missão de evangelizar.
E passa a anunciar Jesus para os irmãos que outrora se encontravam distante, mas que pelo sangue derramado de Cristo um novo rebanho se formava. Esse Jesus encantava quando Paulo falava em propagação da paz, unidade, o fim das separações. Ensinava que Jesus queria ser amado não por força da lei, mas por força do amor livre nascido do coração. Jesus, como o Filho de Deus, não queria chamar a atenção para a sua pessoa humana, mas para levar a humanidade em direção ao Pai em forma de reconciliação num Plano de Salvação que lhe fora traçado.
Jesus, segundo Paulo, pela cruz trouxe uma nova vida, uma nova esperança, reconciliando os homens para que todos chegassem à unidade como um só Espírito e um só corpo a tal ponto que abriu todos os horizontes para que hoje nós e Deus possamos falar uma mesma linguagem, sem medo e sem temor, e reconhecer o Senhor não como alguém distante, mas que está muito próximo, intimo de nós.
Evangelho.
Marcos transmite a ação de Cristo na sua caminhada em direção ao Pai, à Salvação. E mostra um Jesus repleto de virtudes, sempre pronto para dar a resposta certa àqueles que dele precisam.
Irmãos e irmãos imaginem ouvir Jesus ao vivo.
Mas ele não pregava sozinho. Formou um grupo de amigos ensinando-lhes e os colocou a caminhar por todos os lugares: “Ide e ensinai...” E foi o que os Apóstolos fizeram com muita alegria e entusiasmo. Como para eles a distância não era obstáculo, distribuíam-se para alcançar o maior numero possível de irmãos.
E segundo Marcos, após a pastoral de evangelização retornavam para se encontrar com o Mestre e prestar-lhes conta, falando das suas alegrias, dificuldades, experiências... E abasteciam seus corações  de coragem ouvindo Jesus.
Interessante irmãos, que Jesus reconhecia o esgotamento físico dos apóstolos (predecessores dos bispos católicos), propondo-lhes um retiro espiritual: “vinde sozinhos para um lugar deserto e descansai um pouco”.
Entretanto, a agitação do povo em torno de Jesus e dos Apóstolos era tão grande que não adiantou a tentativa de recolhimento. Viram Jesus e seus apóstolos seguirem viagem de barco, mas adiantaram-se e até chegaram ao destino antes deles. E lá se foi o descanso!
Jesus sente piedade do povo que estava faminto não de comida, mas da sua Palavra e não recua nem reclama. Mas aproveita e responde aos anseios daqueles homens, mulheres e crianças e mais uma vez os ensina!
Aos olhos de Cristo aquela multidão parecia um rebanho sem pastor.
Lembra-me com satisfação a figura dos Papas da nossa Igreja, dos bispos, padres e diáconos.  E em especial hoje do Papa Francisco  a exemplo dos antecessores, visitando países, povos diferentes, levando a mensagem de Jesus a multidões que se agrupam ao seu redor, milhares até, para deliciarem-se com as belas mensagens espirituais e catequéticas com o fogo do Espírito Santo aquecendo tantos corações angustiados ou mesmo já seguros da sua fé.
Irmãos e irmãs. A Igreja que Jesus fundou com os Apóstolos carece hoje de muitas vocações para dar conta desse grande rebanho de Jesus que se vê atraído por tantos falsos profetas e seitas oportunistas. Falo nas vocações e também respeito para com os diáconos permanentes e estimulo à vida religiosa das consagradas e queridas freiras, irmãs de tantas congregações abertas para as mulheres de fé.
Convido meus irmãos no ministério ordenado a refletir sobre a advertência do profeta Jeremias. Cuidado, não se distraiam nem percam seus tempos com bens materiais nem façam do seu ministério um mero estado clerical semelhante a um emprego religioso como se fosse funcionário, pois sobre seus ombros pesa a responsabilidade de evangelizar, converter, manter o Povo de Deus unido como um só rebanho, e jamais se deixem levar pelo cansaço ou preguiça, mas que a vocação e o chamado de Jesus para o ministério esteja sempre pujante e jamais se deixem levar pelo egoísmo ou centrismo de poder.
E os irmãos leigos, pobres ou ricos, os principais amados do Senhor, que amadureçam cada vez mais sua fé, estudem e se preparem culturalmente e espiritualmente para que sua vida religiosa não se torne um gesto repetitivo ou estacionado no tempo, mas que seja crescente e cada um viva o seu chamado para o serviço do Reino auxiliando com seus testemunhos a conduzir o grande rebanho do Povo de Deus à glória celeste.
Queima-nos com o fogo do Espírito Santo!
Dc Narelvi

2 comentários:

  1. Olá Diácono, tenho 17 anos e sou palestrante evangélico desde de os 11. Sou Presidente do Movimento estudantil Rocha Pombo e um ácido leitor das escrituras sagradas. Respeito a honrosa doutrina católica Romana. Mas tenho uma dúvida comigo. Pois o concilio Vaticano II estabeleceu que Maria intercede e media a Deus por nós, contrariando o que a palavra de Deus diz em I Timóteo 2:5 - Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo. Existe uma heresia nesse Decreto do Concilio? Desde de já, um abraço!



















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    1. Boa noite Lucas.
      Antes, peço desculpas porque dentre outros questionamentos, o seu passou despercebido e somente agora, revendo as matérias foi que encontrei teu comentário que respondo com muito prazer e cumprimentando pela forma educada da pergunta.

      Obrigado pela consideração que tem pela Igreja Católica.

      Primeiramente, o Concilio Vaticano II não “estabeleceu” a crença na intercessão de Maria. Não sei de onde você tirou essa informação e como o Concilio contém um longo documento no momento não consigo localizar onde estaria esse assunto.

      Mas posso afirmar que a intercessão de Maria não é heresia e nem surgiu com o Concilio Vaticano II, pois que sempre existiu desde os primórdios do cristianismo conforme tradição e a própria bíblia.

      Cito como exemplo uma exclamação de Santo Efrém entre os anos 306-373: "Com o Mediador, tu és a Mediadora do mundo inteiro" (S. Ephaem, Syri opera graeca et latine, ed, Assemani, v. 3, Romae, pp. 525, 528-9, 532).

      E na época também se fazia oração de intercessão: “À vossa proteção recorremos, Santa Mãe de Deus; não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita. Amém.’

      É verdade o que diz em I Tm 2,5: Um só mediador entre Deus e os homens, que é Jesus.

      As intercessões em geral, inclusive de MARIA são dirigidas a JESUS, e Jesus pode ouvir e interceder junto ao PAI que na verdade é ele mesmo, pois Jesus é Deus. Portanto, não estamos usurpando a parte que compete a Jesus.

      Ademais, convenhamos que o fato de constar na bíblia essa afirmação de Paulo, não estamos proibidos de nos dirigir a Deus e pedir, você não acha? Nós não costumamos dizer “Deus te ajude”, “Deus te abençoe”, “Deus nos perdoe” etc. essas expressões não é uma forma de intercessão direta a Deus? Será o DEUS PAI tão distante de nós que não possa nos ouvir ou que possamos conversar com Ele?

      Sei que vocês costumam interceder pelos outros. Quantas vezes “evangélicos” disseram que iriam orar por mim, e alguns até oraram diante de mim! Quantas vezes ouvi dizerem “vou orar por vocês”! Isso não é intercessão? Se não for, então a oração é em vão.

      Todos os cristãos tem o poder de interceder pelos outros. Mesmo que seja por intermédio de Jesus.

      Vou citar alguns textos bíblicos:
      Provérbios 15,8: "O sacrifício dos ímpios é abominável ao Senhor, mas a oração dos retos é o seu contentamento".
      Provérbios 15,29: "O Senhor está longe dos ímpios, mas escuta a oração dos justos".
      Tiago 5,16-18: "A oração de um justo é poderosa e eficaz. Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós, e orou com fervor para que não chovesse, e durante três anos e seis meses não choveu sobre a terra".
      Provérbios 28,9: "O que desvia os seus ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração será abominada".
      1Pedro 3,12: "Pois os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os seus ouvidos atentos à sua súplica, mas o rosto do Senhor é contra os que fazem o mal”.
      Salmo 32,6: "Pelo que todo aquele que é santo orará a ti, a tempo de te poder achar; até no transbordar de muitas águas, estas a ele não chegarão".

      Se nós podemos orar ou interceder pelos outros, imagine Lucas, Maria que é a MÃE DE JESUS. Veja o que aconteceu nas Bodas de Caná. Ela é de fato especial porque é a Mãe de Jesus.

      Lucas, como você é estudioso, recomendo ler no meu livro que está no blog http://livrodiacononarelvi.blogspot.com.br/ os temas MARIA e A INTERCESSÃO (localizar no índice).
      Um abraço e Deus te abençoe.

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