Quosque tandem abutere “anarquistas” patientia nostra?[1]
Sabemos que a Constituição assegura os direitos e deveres individuais e coletivos, como a livre manifestação do pensamento, liberdade de consciência e de crença e seus cultos religiosos, a livre expressão da atividade intelectual, artística, cientifica e de comunicação, de locomoção, de reunião, mas também assegura além dos direitos, as obrigações, a intimidade, a vida privada, a honra, a imagem das pessoas, a casa como asilo inviolável, o exercício de qualquer trabalho, oficio ou profissão, o direito de propriedade, etc. pois que “Todos são iguais perante a lei ... inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”.
Também não se
olvide que o Poder Judiciário está aí para
apreciar e julgar as rebeldias que a Constituição e leis apontam como
“qualquer descriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais”.
Portanto, esses direitos são recíprocos e não podem ultrapassar ou invadir
direitos dos outros indivíduos.
Preparo,
aqui, para falar sobre movimentos populares que estão deflagrando no país
ferindo o estado democrático de direito.
Sabemos que
os movimentos populares foram responsáveis por transformações sociais e pelo
direito de cidadania que com seus ideais asseguraram a democracia e defendem
uma sociedade mais justa e solidária. Reconhecidamente é um exercício da
própria democracia cuja mobilização leva à praça publica reivindicações,
manifestações de apoio e também de repúdio a favor ou contra o governo e seus
governantes, extensivas até mesmo aos indivíduos da mesma sociedade.
Entretanto, o
que vemos no momento, são desvios da sua finalidade com manifestações algumas
sérias e outras banais das quais se aproveitam os baderneiros e anarquistas com
infiltração de bandidos e arruaceiros que de cara limpa ou protegidos por
máscaras e até armados maculam a legitimidade dos movimentos a tal ponto que já
passamos a vê-los com maus olhos, antipatia e receio.
O resultado
negativo dessas passeatas com danos ao patrimônio público e particular, e à
própria integridade física das pessoas, todos conhecemos porque aterrorizam a
comunidade ultrapassando e desrespeitando os limites dos direitos alheios
provocando a necessária intervenção policial que alternativa outra não tem ante
as provocações, de agir com seus aparatos estratégicos que levam fatalmente ao
uso da força.
Sem dúvida que os movimentos, manifestações
ou passeatas fora dos limites da lei e da razoabilidade, aproveitadas até por
políticos e partidos políticos de sangue antidemocrático para demagogicamente
levarem vantagens, estão a merecer uma séria advertência, de que na medida em
que a conduta comportamental dos participantes passe a crescer desenfreadamente
sob a influência da desordem anarquista, o efeito poderá levar a outros
caminhos não desejados e contrários à vontade do povo, abrindo as portas para
os regimes totalitários ou autoritários, não podendo ser esquecido o da
ditadura brasileira.
E agora, com
toda essa confusão, vem os adolescentes e jovens
brincar de uma maneira tão imprópria,
inventando o apelidado “rolezinho” nos Shopping Centers onde se encontram
centenas deles depois de combinado pela internet e escolhido o estabelecimento
para “divertirem-se”, dizem eles, fazendo correrias dentro do recinto.
Que
brincadeira é essa que se transforma em confusão, provoca medo e cenas de
pânico, perturba a ordem, irrita os clientes e frequentadores normais, põem em
risco o patrimônio, as mercadorias, os proprietários dos estabelecimentos
comerciais e a própria segurança? Como eles se selecionam?
Não resta
nenhuma dúvida de que esse propósito não tem nenhuma lógica de entretenimento e
já começou de forma perigosa tanto que baderneiros já se infiltram com seus hinos de guerra,
invasão, práticas de crimes, uso de drogas, saques, expulsão dos clientes que
fogem amedrontados, colocando em risco
não somente o patrimônio, mas a integridade física e moral dos cidadãos.
Nada justifica essa “brincadeira” que
revela estupidez. Desculpem-me a
ironia, mas se a intenção deles é brincar, por que não estabelecem grupos
menores, por exemplo, de vinte ou trinta participantes, para se encontrarem na
casa de moradia de um deles e lá dentro gritarem, pularem, correrem, entrarem e
saírem dos quartos, salas, cozinhas, escadas, banheiros, sob os olhares felizes
e contentes de seus pais?
Lamentavelmente
são tantos os maus exemplos jogados em cima do povo e de um modo especial sobre
as crianças, adolescentes e jovens, desde governantes, meios de comunicações e
formadores de opinião, com endeusamento da riqueza, do liberalismo
inconsequente, da imoralidade, do desajuste familiar, do menosprezo à vida, que
muitos adolescentes e jovens não têm mais respeito por seus pais e educadores e
são direcionados à desobediência e descomprometimento com a vida, e chamados a
gozarem suas faixas etárias nos moldes da libertinagem, das novelas e dos big
brothers espalhados por aí,
aprendendo que vale mais o interesse de
cada um rejeitando a disciplina estatal democrática, a educação dos pais e
orientações religiosas, num achismo de que tudo é livre ...
Infelizmente
os desvios de formação e educação estão fazendo com que constantemente, no
Brasil, precisemos da intervenção policial e das autoridades judiciárias para
defender e garantir os direitos contra as minorias que pelo desrespeito e
violência querem impor suas regras sem limites contra as pessoas de bem.
Resta-nos
também fazer nossos movimentos para que nosso futuro que será realidade com os
jovens de hoje, seja melhor, quem sabe tentando endireitar as veredas de nossa
casa.
Diac. Narelvi
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