REFLEXÃO DOMINICAL
Domingo de Ramos –
Ano A – 13.04.2014
Is 50,4-7; Fl
2,6-11; Mt 21,1-11
Prezados
amigos e irmãos em Jesus
Cristo.
1ª PARTE
Hoje a
Igreja celebra o Domingo de Ramos, um costume da Igreja Católica que se tem
notícia desde o século IV da entrada de Jesus de Nazaré em Jerusalém. Depois
do quinto domingo encerrando a Quaresma vem o Domingo de Ramos ou Domingo da
Paixão que marca o inicio da Semana Santa.
Faz-nos
lembrar, então, a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, todo o seu sofrimento
até a sua ressurreição.
O profeta
Isaias já profetizava o que aconteceria com Jesus mostrando antes suas virtudes
como bom Filho obediente ao Pai para
enfrentar as dificuldades que
encontraria junto aos povos divididos entre adoradores de deuses, descrentes e
outros que mesmo crentes num único Deus perdiam-se nas suas condutas reinadas
pelo pecado numa sociedade que massacrava e escravizava os mais fracos e
oprimidos. Jesus era esse homem que vinha sendo anunciado como o Messias,
alguém dotado de língua adestrada, que prestava atenção a tudo como bom
discípulo para que pudesse dizer as palavras certas e tirar do sofrimento as
pessoas abatidas e perseguidas pelos poderosos, não apenas buscando já para
aquela época uma sociedade justa, mas principalmente para fazer com que os
homens voltassem para Deus mediante a conversão dos pecadores. E mais, seria esse
Homem tão forte que não se deixaria levar pelo desânimo nem voltaria atrás com seus
propósitos. Até o martírio com bofetões,
cusparadas e humilhações Isaias previu que aconteceria, porém suportados pelo
Enviado na certeza de que não sairia humilhado na história da salvação.
2ª PARTE
São Paulo
confirma na sua carta aos Filipenses que Jesus era esse Messias, o Salvador,
aquele que a profecia já citava como um homem seguro de si, e que, mesmo sendo
Deus não se aproveitou dessa condição divina para convencer os homens da sua
missão, mas deu tudo de si, dizem os versículos, nos limites da sua força
humana fazendo-se até escravo servidor para igualar-se aos homens, obediente ao
Pai até o fim, até sua morte de cruz.
Irmãos e
irmãs, não é possível falar sobre Jesus lembrando-se dele numa cruz vazia, já
como ressuscitado, sem lembrar o quanto ele sofreu fisicamente e moralmente
pelos seus algozes. Olhar para o crucifixo com Jesus crucificado, enxergar na
sua imagem as marcas dos pregos, dos espinhos, das feridas, por mais que a
figura aparente repulsa, intolerância, e até certa rejeição, retrata uma
realidade necessária de ser lembrada para mostrar até que ponto pode chegar
maldade humana e se possa compreender a vitória valorosa de um Homem que como Deus
venceu a morte e todos os sofrimentos para, somente depois de ter assumido
nossos pecados deixar a cruz vazia e ser visto como ressuscitado. São momentos
inseparáveis de Cristo a paixão e morte e a ressurreição, que fazem com que os
homens sintam no sofrimento de Jesus o preço dos pecados da humanidade não como
um fim, uma derrota, mas como gesto de quem tinha consciência da sua missão e
se propôs dar a própria vida pelos irmãos também Filhos de Deus, provando que o
mal sempre será vencido pelo bem, que os homens, apesar das contrariedades e
sofrimentos motivados pelos seus pecados podem chegar à conversão e à salvação,
e que uma vida nova é oferecida em troca pela vitória em Cristo ressuscitado e
por ele conduzidos à Santidade.
Paulo
termina bem o trecho da carta de hoje: "9Por isso, Deus o
exaltou acima de tudo e lhe deu o Nome que está
acima de todo nome. 10Assim, ao nome de Jesus, todo joelho se dobre no céu, na terra e abaixo da terra, 11e toda língua proclame: 'Jesus Cristo é o Senhor', para a glória de Deus Pai”.
3ª PARTE
Mateus
narra no Evangelho o motivo da celebração de ramos de hoje, o momento em que Jesus e seus
discípulos chegaram ao monte das Oliveiras em Betfagé, perto de Jerusalém.
Foi ali
que Jesus mandou dois de seus discípulos buscarem emprestado uma jumenta e um
jumentinho que se encontravam num lugar indicado por Jesus.
Ao mesmo tempo os discípulos cumprindo a
recomendação do mestre, já anunciaram: “Eis que o teu rei vem a
ti, manso e montado num jumento, num jumentinho,
num potro de jumenta.”
Assim sendo,
Jesus quando se aproximou de Jerusalém uma multidão já o esperava e na medida em que Jesus adentrava o
caminho era enfeitado com ramos das árvores e vestes para dar a dignidade de um
rei, e como que em procissão na frente, a multidão abria caminho gritando: “Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana
no mais alto dos céus!”.
Imaginem
irmãos, e o Evangelho descreve, a agitação que aconteceu em Jerusalém com
aquele homem montado num pequeno jumento. A mesma multidão apresentava Jesus
como o profeta de Nazaré da Galiléia.
O que
aconteceu dias depois, todos sabemos: A maioria daqueles que aclamaram Jesus,
gritaram contra Ele e pediram a sua condenação.
Hoje
festejamos o Domingo de Ramos. Mas precisamos tomar cuidado para que em nossas
comunidades não aconteça o mesmo como naquele tempo. Ou será que não acontece?
Quantas pessoas já acolheram um dia Jesus com seus ramos e mantos, e hoje, por
um motivo ou outro, quem sabe até inconscientemente estejam crucificando
novamente Jesus?
Essa é uma
forma de convite para um exame de consciência e avaliação sobre o que significa
ser cristão católico hoje, se realmente conhecemos e sabemos o que Jesus espera
de cada um de nós, se estamos respondendo a todo o sacrifício que Ele fez por
nós.
Façamos
deste domingo de ramos um dia de revestimento da estrada que nos leva a Cristo
não somente com os ramos tradicionais, mas principalmente com nossos testemunhos
de fé, de amor ao próximo, de coerência cristã, e de oportunidades a todos os
que fazem parte da comunidade e querem contribuir com suas vocações e seus dons
para o um verdadeiro e definitivo encontro
com Cristo.
Louvado seja
N.S. Jesus Cristo
Diac.
Narelvi
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