REFLEXÃO DOMINICAL
2º Domingo do Advento – Ano
A – 08.12.2013
Solenidade da Imaculada
Conceição de Nossa Senhora
Gn
3,9-15.20; Ef 1,3-6.11-12; Lc 1,26-38
Prezados amigos e irmãos em Jesus Cristo.
1ª PARTE
Este
2º Domingo do Advento coincide com a Solenidade da Imaculada Conceição motivo
pelo qual a liturgia da Palavra vai buscar a segunda leitura deste domingo de
Advento, sendo a primeira e o Evangelho da Solenidade da Imaculada Conceição
conforme o Diretório Litúrgico.
Daí,
então, o destaque para Nossa Senhora, a Imaculada Conceição de Maria que o Papa
Pio IX declarou como dogma de fé no dia 08 de dezembro de 1854.
“Há
150 anos em Lourdes, na França, Nossa Senhora apareceu para a menina
Bernadette. Era o ano de 1858. Em 1854 o Papa Pio XI tinha proclamado
solenemente o dogma da Imaculada Conceição de Maria. Então, quatro anos depois,
a própria Virgem Maria, em pessoa, quis confirmar este dogma. Foi quando em 25
de março de 1858, na festa da Anunciação, revelou seu Nome a Santa Bernadette
nas aparições de Lourdes. Disse-lhe ela: “Eu sou a Imaculada Conceição”[1].
Abrimos
a reflexão com o texto do Gn 3,9-15.20 exatamente no momento em que nossos
primeiros pais deram causa ao primeiro pecado pela desobediência e orgulho. O
pecado original.
Adão e Eva representam a humanidade. Quando
Deus os criou concluiu sua obra com o que Ele tinha em mente como a sublime
realização sua: o homem e a mulher presenteados que foram com todas as regalias
do paraíso. Porém, Deus quis estabelecer limite determinando que dentre toda a
natureza criada, somente uma árvore deveria permanecer imune de corte de seus
frutos. A essa árvore chamou de “árvore da ciência do bem e do mal”,
e se comessem, seriam mortos.
Certamente Deus quis medir o grau
de liberdade do casal. E logo, mesmo
tendo toda a natureza à sua disposição com todos os frutos de todas as árvores
à exceção da marcada, vem a tentação demoníaca provocando-os a desafiar a Deus
justamente sobre a única proibição imposta.
Eva cede à tentação, experimenta do fruto, oferece para Adão que aceita
e são descobertos por Deus.
Deus,
o Senhor da Criação, primeiro chama Adão que se esconde justificando-se que
assim procedeu porque estava nu.
Ora,
o v. 25 do capitulo 2 do Gênesis diz que “O homem e a mulher estavam nus, e não se
envergonhavam”. Deus, com sabedoria, então apresentou sua dedução
lógica: se a nudez passou a lhes causar vergonha, foi porque pecaram ao comerem
do fruto proibido. Adão e Eva
perderam suas virtudes um culpando o outro e ambos ao demônio figurado na
serpente.
A
serpente representa o mal que precisava ser abatido para restaurar o que Adão e
Eva perderam pela decretação da morte e do pecado.
Adão
e Eva representam a humanidade e a serpente como o mal personificado foi
amaldiçoada por Deus. Aqui já aparece Maria: “A
interpretação judaica e cristã viu nestas palavras uma profecia messiânica:
Deus anuncia que um “filho da mulher” (o Messias) acabará com as consequências
do pecado e inserirá a humanidade numa dinâmica de graça”[2].
Irmãos
e irmãs. Essa situação não se repete ainda hoje? Também nós não deixamos todos
os bens e graças concedidos por Deus para aceitarmos o que é imoral, proibido,
pecaminoso? Como descendentes dos primeiros pais não continuamos gerando novos
pecados pelo egoísmo e autossuficiência?
2ª PARTE
Como
sempre, São Paulo com seu brilhantismo apostólico manda o seu recado como
verdadeiro homem de Deus e apaixonado por Cristo.
Faz
ele em sua carta o que nós deveríamos fazer todos os dias: começar sempre
bendizendo a Deus.
Paulo
ensina que tudo vem de Deus que está em união com Jesus. Por Cristo fomos
escolhidos por Deus de quem somos seus filhos adotivos e devemos dar louvor a
sua glória e agradecermos pela graça que nos foi cumulada por Cristo Jesus.
Como
crentes em Cristo devemos colocar Nele
nossas esperanças, pois, segundo ensina Paulo, apesar das nossas culpas e
pecados originados de Adão e Eva podemos
contar com a recompensa de Deus que é a Salvação graças a remissão dos pecados pelo
sangue de Cristo derramado na cruz.
3ª PARTE
É
impossível viver a doutrina cristã sem lembrar de Maria. E isto afirmamos porque Maria fez parte do Plano de Deus e foi
profetizada e hoje o Evangelho fala
sobre como aconteceu a participação dela no nascimento de Jesus.
Podemos
comparar a liberdade dada pelo Criador a Adão e Eva e a liberdade dada por Deus
a Maria. Adão e Eva sintetizando a humanidade não foram fiéis quando disseram NÃO
a única restrição imposta pelo Senhor. Ao contrário, Maria disse SIM
e foi fiel.
Mesmo
tendo Deus predestinado Maria, mandou o anjo Gabriel procura-la em Nazaré para
falar-lhe sobre sua escolha para ser a mãe de Jesus. O anjo inicia a entrevista
saudando-a reconhecendo-a como mulher cheia de graça com a mensagem “O
Senhor está contigo!”
A
reação de Maria foi natural diante da surpreendente visita sendo tranqulizada
pelo anjo. Qual não foi mais uma vez a surpresa quando ouviu a noticia de que
conceberia e daria à luz um filho que já tinha nome escolhido: Jesus.
E continuou questionando os argumentos repassados pelo anjo, mas acaba
cedendo: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim
segundo a tua palavra!”
MARIA, com o
seu SIM, entregou-se nas mãos de
Deus para abrir caminho servindo de sacrário do próprio Deus para que o Pai,
pelo Espírito Santo, pudesse se encarnar
na pessoa de Jesus e tornar visível e possível a salvação de toda a humanidade.
Por isso que Maria não é mãe de Deus Pai,
mas mãe do mesmo Deus na pessoa de Cristo. Entende-se que MARIA foi especial
para Deus que não poderia nascer de uma mulher que tivesse sido manchada pelo
pecado. MARIA era imaculada, por vontade de Deus nasceu sem pecado e foi
concebida por obra do Espírito Santo.
Daí, irmãos e irmãs, a Igreja reconhecer e afirmar pelo
dogma a conceição imaculada de Maria. E nesse mesmo Evangelho hoje proclamado,
vemos registrada a primeira frase da oração Ave-Maria: “Alegra-te, cheia de graça, o
Senhor está contigo!” que gramaticalmente se traduz em “Ave
Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco...”.
E termina o Evangelho dizendo que o anjo retirou-se.
Nesse inicio do advento coloquemos Maria como dirigente
de nossos passos porque ninguém mais do que ela conhece os passos de Jesus.
Sabemos que Maria não é Deus nem pode mais do que Ele. Entanto, Maria é a
bendita entre todas as mulheres, a melhor e mais digna, e por ela chegamos a
Jesus.
O cristão verdadeiro não pode renegar Maria sob pena de
estar renegando seu filho, o próprio Cristo.
De Adão e Eva até hoje, continuamos caminhando pelas
estradas de Jesus. Maria é a estrela que brilha para indicar que apesar de
todas as dificuldades e percalços da vida, devemos sempre esperar e confiar na
presença de Jesus no meio de nós, nos corações de todos os homens, aquele que
abriu os céus para os convertidos que como
MARIA souberem responder sempre a DEUS: SIM!
O
anjo retirou-se porque aquela sua missão deu certo. Que dê certo também a nossa
missão.
Louvado seja N.S. Jesus Cristo.
Diac. Narelvi
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