Reflexão dominical
24º DTC – Ano C –
15.09.2013
Ex 32,7-11.13-14 ;
1Tm 1,12-17; Lc 15,1-10
Prezados amigos e irmãos em Jesus Cristo.
1ª PARTE
Um povo escapava da
escravidão do Egito caminhando de volta para sua terra guiado por Moisés. O
caminho era longo e o cansaço, aflições, dificuldades, desanimam os caminhantes.
Alguns suportam enquanto que outros querem desistir e reclamam contra a
situação em que se encontram. Mas o desespero toma conta e já não confiavam mais
no Senhor e nas promessas, e se deixam levar pela indignação. Talvez lembrando
a figura do touro usada pelos povos do antigo Oriente em suas cerimônias como
propiciador de soluções mágicas, reúnem
as jóias, entregam-nas para Aarão e fazem um bezerro de ouro para ser adorado.
Naquele momento
Moises encontrava-se na montanha falando com o Senhor. E o próprio Senhor
observa a movimentação dos israelitas em torno do bezerro de outro e se
aborrece chamando-os de “cabeças
duras” manifestando o propósito de castigá-los e até de exterminá-los. Mas reserva a Moisés a promessa de através
dele formar uma nova e grande nação.
Moisés, mesmo
submisso ao Senhor por amor, reage em favor de seu povo como que a lembrá-Lo de
que fora o próprio Senhor quem quis a libertação dos israelitas do Egito. E no
esforço para tentar salvar seus irmãos sensibiliza o Senhor lembrando-O das
promessas feitas a Abraão, Isaac e Israel de que faria de sua descendente
herança para sempre. E o Senhor
retrocede desistindo da ameaça.
Irmãos e irmãs. Quantas vezes talvez não tenhamos nos
sentindo escravos, não conforme aquela escravidão do Egito, mas numa escravidão
local, sem sair da sua terra, e até mesmo uma escravidão interior? E como todas as
dificuldades nos aborrecem nos deixamos levar pelo desânimo, pelo descrédito, e até duvidamos do próprio Deus. E a partir daí somos
tomados por desejos quase que incontroláveis de procurar alternativas dentre
elas até outros deuses. E
porque não reconhecermos, de que mesmo mantendo o mesmo Deus, fraquejamos
procurando mudanças em outros estilos de vida e de religião?
Muitas vezes somos
desafiados a responder pelas maldades humanas, pelos desmandos de nossas
lideranças civis e até mesmo religiosas.
Não faltam por ai homens investidos da ordem sacramental trabalharem mais com a
capacidade intelectual do que com o coração, dificultando o crescimento de
tanta gente justa e de boa vontade. As vezes dá até vontade de chutar o balde, como se diz.
Mas sempre teremos
alguém como Moisés em nossa vida que na sua intimidade com Deus intercede por
nós, sejam eles os intercessores vivos ou falecidos. O importante é que devemos
confiar, pois Deus
não nos colocou aqui para desistirmos de nossos ideais, das nossas conquistas,
e acima de tudo de nossas esperanças. Pode ser que em alguns casos demore
um pouco, mas com Deus sempre venceremos sem precisar de idolatrias, de outras
crenças, exercitando nossa fé com orações e bons propósitos de vida, olhando
para Jesus e sua Igreja e neles nos apegarmos com todas as forças para
continuarmos a nossa caminhada.
2ª
PARTE
Vejam, irmãos, o
testemunho de São Paulo reconhecendo a sua vida cheia de ignorância e pecado,
mas que pela misericórdia de Deus e por Jesus Cristo tornou-se um homem de fé a
serviço do cristianismo. E
sua afirmação é segura no sentido de que em Jesus Cristo é que
encontramos a graça de Nosso Senhor. Que é por Jesus Cristo que encontramos a Salvação. São Paulo
chega a colocar-se como o primeiro dos pecadores como que a dizer, se eu pude vocês todos poderão. São Paulo é um
modelo de vida que nos leva a acreditar, a ter esperanças, a lutar pelas boas
causas materiais e espirituais.
3ª
PARTE
Como
vocês vêem irmãos, o
homem sempre está em conflito com sua consciência, com sua fé, com suas metas.
Sempre buscando um ideal o homem luta contra as barreiras e as lições bíblicas
demonstram que o encontro da paz e da perfeição são possíveis porque contamos com
a força do Espírito Santo e com Jesus que na sua missão salvÍfica não colocou
barreiras, ao contrário, apontou os melhores caminhos a serem seguidos sem
jamais dividir ou excluir pessoas. Todos,
todos são chamados à santidade, ao Céu. E Jesus não quer que nenhum daqueles
que o Pai o confiou, se perca.
Os
fariseus e os mestres da lei observaram que Jesus fazia refeição com os
publicanos e pecadores, pessoas menosprezadas por eles. Jesus mostra que não faz distinção entre
pessoas, não é preconceituoso, e quer conduzir a todas as pessoas para o Reino. Por isso conta-lhes duas parábolas:
da ovelha perdida e da mulher que perde uma moeda.
A
perda é a parte triste das histórias. Nenhum pastor de ovelhas aceitaria perder
uma de seu rebanho, assim como a mulher não aceitaria perder uma das suas
moedas de prata. Todas
eram importantes e faziam parte das suas propriedades.
O
da ovelha era proprietário de cem e a mulher de dez moedas. Comercialmente
falando, talvez uma ovelha ou uma moeda não fizessem nenhuma diferença. Porém eles queriam manter a totalidade.
Por
isso o pastor de ovelhas foi procurar até encontrar a ovelha perdida, e a
mulher ilumina a casa, varre o chão e ambos não param e conseguem encontrar o
que haviam procuravam. Aquela festa!
Jesus
quis com as parábolas mostrar que todos
somos importantes para Deus. Que todos formamos um só corpo, um só rebanho, e
que todos temos um só pastor.
Lembram
que o Papa Francisco convidou os padres e bispos (ou esqueceu dos diáconos ou
os diáconos não precisavam ser lembrados)
para que saíssem do
recinto fechado de suas casas, de suas igrejas, para saírem em busca do povo,
das suas ovelhas?
Jesus
foi bem claro. Os que dirigem a Igreja de Cristo, devem se preocupar com a
unidade dos povos em
Cristo. Cada bispo, cada pároco, tem sob sua responsabilidade
um rebanho. Jesus tem o rebanho do mundo entregue ao Papa, o Bispo, da sua
diocese, e os párocos, de suas
paróquias.
E
quem não sabe ou não está percebendo que o rebanho paroquial católico está diminuindo? O que estarão
fazendo os pastores de ovelhas para recuperá-las? Talvez a parábola da moeda perdida surtisse
mais efeito pelo resultado.
Mas
a mensagem de Jesus é claríssima e serve também para orientar nossas vidas
pessoais, familiares, sociais. Em todos os segmentos da sociedade em que
vivemos precisamos marcar a unidade norteada pelo bem, pela moral, pelo respeito
humano, e, sobretudo, pelas coisas de Deus.
Questiono: os nossos pastores bispos e
presbíteros serão suficientes para tamanha missão? Respondo: Não! Todos são chamados
para a missão de Cristo. Cada um com seu carisma, sua vocação, mas todos somos
responsáveis juntamente com os bispos e padres pela divulgação do cristianismo,
pela doutrina de Cristo e da Igreja Católica, pelo exercício da Fé.
Estamos quase terminando o Ano da Fé. O
que foi feito?
No rebanho de Cristo a humanidade está
incluída, até mesmo de outras crenças e religiões. Mas como católicos nos compete
aproveitar das parábolas para que nossos padres e bispos abram espaços para os
leigos, religiosos consagrados, e
especialmente para os diáconos (permanentes) que como ministros ordenados ainda
estão sendo excluídos em muitas paróquias contrariando a vontade de Cristo e da
própria Igreja.
Como se vê, irmãos e
irmãs, apesar de todas as dificuldades, Jesus deixou nas mãos dos pastores da
Igreja o dever e até obrigação de acolher a todos, e de não se contentar com o
numero que tem, mas fazer todo o esforço para que a comunidade não diminua que
não se perca mais nenhuma ovelha, e principalmente, revestirem-se de humildade para
trazer de volta os retirantes, ou ao menos oferecê-los as portas abertas da
Igreja. Sejamos todos, bons pastores, a exemplo de Jesus Cristo.
Louvado seja N.S.
Jesus Cristo.
Diac. Narelvi.
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