REFLEXÃO DOMINICAL
26º DTC – Ano C – 29.09.2013
Am 6,1a.4-7; 1Tm 6,11-16; Lc 16,19-31
Prezados
amigos e irmãos em Jesus
Cristo.
1ª PARTE
O profeta Amós, homem rude que vivia dos seus serviços
braçais como lavrador não era formado em nenhuma escola mas tinha o dom da
profecia. Não era nenhum adivinho, mas um homem que falava em nome de Deus para
edificação, exortação e consolação conforme diz São Paulo em I Cor 14,3.
Na leitura de hoje Amós não fala à toda
a humanidade, mas em particular as pessoas da sua região.
Importante essa colocação porque muitas
vezes as pregações são dirigidas a outros.
Amós demonstra sua indignação com os bom vivant que estão aí apenas para
gozar a vida do bom e do melhor. Comem, dormem, cantam, enfim, divertem nos
seus ambientes privativos alheios com o que possa estar acontecendo ao seu
redor. Na base da sombra e água fresca. Não estão preocupados se existem
doentes, pobres, miseráveis, bandidos, vítimas, corruptos, abortos, separações
conjugais, brigas entre pais e filhos, guerras químicas, assassinatos em
família, drogas . . . O problema não é
meu, dizem!
Amós na sua pobreza, mas dotado de
inteligência sagrada sentia à sua volta a indiferença dos poderosos. Não é bem assim, queria ele dizer. ”Ai dos que vivem despreocupadamente em Sião, os que se sentem seguros nas alturas de Samaria!”. "Ai dos que
não se preocupam com a ruína de José”.
Sião é
Jerusalém e Samaria uma capital do Reino do Norte (Israel) bem próxima de
Jerusalém. E José significava a ruína de Israel, e seriam tomados pelos
inimigos os assírios que incendiariam seus palácios e destruiria a cidade. E
nessa hora ninguém escaparia e os indolentes arrancados de suas luxurias para a
miséria e sofrimentos tal qual aqueles antes desprezados.
Irmãos,
sempre costumo em minhas pregações como diácono mostrar que embora muitos de nós
tenhamos uma vida mais tranquila, fazemos parte de uma comunidade, de uma
sociedade humana. Não somos seres isolados, ainda mais na atualidade num mundo
globalizado.
Devemos
deixar nossos egoísmos e olhar para as pessoas, como elas vivem, quem são, do
que necessitam. E então constataremos que talvez nosso vizinho encontre-se deprimido,
enfermo, carente de amor, precisando conversar com alguém ...
Não pensemos em converter a China por exemplo,
se não estamos convertendo os irmãos da nossa cidade, nossos vizinhos, nem
conseguindo fazer valer a nossa fé dentro de nossas próprias casas, dentro de
nossas próprias igrejas. As vezes, nem a fé de nós mesmos cuidamos.
O Papa
Francisco insiste que padres e bispos saiam mais de dentro da Igreja para
alcançar o povo. Que deixem de ser servidores de plantão plantados em casa para
sairem à busca dos que estão lá fora como ovelhas perdidas.
O
primeiro passo deve ser dado pelos bispos e padres para que todos os fiéis
animem-se e formem juntos uma comunidade de fé animada pelo Espírito Santo. Existem
os diáconos permanentes como ministros ordenados, dêem a eles também o lugar
que lhe é reservado na Igreja.
Afinal, se não houver unidade em torno do nome de Jesus, e se a fraternidade, a humildade, a caridade, enfim, os compromissos que todos assumimos seja no batismo, seja na ordenação, seja como lideres leigos, não forem colocados em prática, seremos culpados pela crise de fé e pelo relativismo religioso em nossas comunidades.
Afinal, se não houver unidade em torno do nome de Jesus, e se a fraternidade, a humildade, a caridade, enfim, os compromissos que todos assumimos seja no batismo, seja na ordenação, seja como lideres leigos, não forem colocados em prática, seremos culpados pela crise de fé e pelo relativismo religioso em nossas comunidades.
2ª
PARTE
São Paulo com sua experiência de vida e como bom
mestre, cuida de Timóteo ensinando-lhe sobre como vencer na vida para Cristo.
Se nós somos homens de Deus, assim como Timóteo,
devemos fugir de tudo o que possa prejudicar a nossa conduta moral e santa,
enfim, fugir de todas as situações que possam nos colocar em risco de pecado
para dar espaço às boas obras pela fé, piedade, justiça, amor.
Procurar uma viva honrada e digna significa nas
palavras de São Paulo, “combater o bom combate da fé”.
Vivemos envolvidos pelos maus exemplos. Não apenas
o mundo, mas até mesmo nossa cidadezinha do coração já vive contaminada pela
corrupção, drogas, vícios, indisciplinas, infestadas de malfeitores. Isso nos impõe
zelar mais fortemente pelo que acreditamos.
Temos nossas profissões, compromissos, encargos.
Cada um procura escolher o que acha melhor para sua vida. Cada qual recebe,
digamos assim, um mandato, isto é, um modelo de atuação que deve ser exercido
com dignidade, respeito e ética sejam na vida civil ou religiosa. São as nossas
vocações que São Paulo aconselha mantê-las íntegra porque mesmo exercendo-a
materialmente, é para Deus que tudo deve convergir aguardando a manifestação
gloriosa de Jesus. Coloquemos em prática nossos dons.
3ª PARTE
O Evangelho coroa todas as leituras
porque fala justamente do homem rico e sem humildade, preconceituoso,
prepotente, do tipo bom vivant que o profeta Amós se referiu, e de outro lado Lázaro,
um pobre cheio de feridas, faminto que vivia à espera de migalhas que sobravam
do rico.
Na parábola Jesus deu um nome para o
pobre, mas não ao rico para chamar a atenção de que, na situação apresentada,
Lázaro é mais valorizado.
Ambos morrem. Lázaro é conduzido pelos anjos junto de Abrão
enquanto que o anônimo rico é simplesmente enterrado junto com outros mortos
atormentados.
O rico avarento sofria as dores do
inferno enquanto que Lázaro contemplava a paz. Agora já não estão mais na
terra, mas num lugar por eles escolhido. Uma alerta, irmãos, para nós que
continuamos vivos.
O inverso acontece. Agora é o rico que
implora misericórdia e precisa da ajuda do pobre Lazaro. “Por favor, ao menos a
ponta do dedo molhado para refrescar a língua aquecida pelos sofrimentos”.
Abrão então lembra ao rico avarento de
todo o sofrimento que causou ao pobre sem nenhuma piedade. Não se tratava de
vingança, mas da justiça divina que a todos é reservada.
E ainda previne que a oportunidade para
a reconciliação, para a conversão, para o abandono do mal esta aqui, nesta
terra, enquanto estamos com vida. Com a morte física cessam as oportunidades
para a Salvação.
Nenhuma alma/espírito (morto) desce para
interferir na formação de cada um. O rico queria que Abrão mandasse Lázaro
falar com seu pai e irmãos. Agora não! Para isso, diz Abrão, eles tem Moises e
os Profetas referindo-se àqueles que profetizavam, ensinavam e preparavam o caminho para Jesus.
Hoje a Igreja tem seus bispos, presbíteros,
diáconos, religiosas (freiras), e uma legião de leigos engajados. Que o
escutem!
Louvado seja N.S Jesus Cristo
Com Jesus e Maria
Diac. Narelvi.
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