REFLEXÃO DOMINICAL
Ml 3,1-4; Hb
2,14-18; Lc 2, 22-40
Apresentação do
Senhor – Ano A – 02.02.2014
Prezados amigos e
irmãos em Jesus Cristo, em especial aos meus irmãos Consagrados.
1ª PARTE
O Domingo de hoje foi premiado com a
Missa celebrada pelo Papa Francisco lembrando a Apresentação do Senhor e o Dia
Mundial da Vida Consagrada transmitida ao
vivo pela televisão. Celebração belíssima e algo extraordinário que
encanta e nos aponta para a beleza do Céu. No mundo todo católico as Santas Missas
tiveram a mesma intenção.
De
repente acordei para a realidade de que eu também, como diácono, sou um consagrado,
ministério cujo exercício na minha paróquia e Diocese de residência aguardo há mais
de cinco anos. Então, a data também é minha!
O profeta Malaquias fala num mensageiro
anônimo anunciando o “Dia do Senhor” em que Deus vai descer ao encontro do seu Povo para
criar uma nova realidade, eliminar o egoísmo e o pecado, purificar o coração do
seu povo. Um novo tempo e uma verdadeira comunhão entre Deus e os Homens.
A figura desse mensageiro nos leva a
inserir na realização da profecia a vida consagrada. Homens e mulheres que se
consagram a vida e ao ministério religioso da Igreja de Cristo, sejam leigos ou
ministros ordenados.
2ª PARTE
São Paulo nos fala de Jesus como igual,
aquele que tem a carne e o sangue como nós, mas que tinha por missão especial
combater e eliminar o pecado, destruir o diabo e com isso libertar os pecadores
da escravidão dos erros. Jesus se fez, portanto, igual a nós para nos alcançar
e ficar mais perto, sem disputa de superioridade, de domínio, de comando
desmedido, para que pudéssemos usar da liberdade de escolha por Ele oferecida
para, enriquecidos pela graça abraçássemos sua doutrina, e pela conversão
pudéssemos alcançar a Salvação, a vida eterna.
Mas São Paulo fala também que Jesus
tornou-se semelhante a nós como caminho para o exercício de um sacerdócio
misericordioso segundo o desejo do Pai.
3ª PARTE
Afinal, hoje a Igreja celebra a
apresentação de Jesus.
Era costume segundo a Lei de Moisés, as
mães apresentarem seus primogênitos do sexo masculino ao Senhor.
No Templo se encontrava Simeão que já
aguardava esse momento com a
promessa do Espírito Santo de que não morreria enquanto não se realizasse a profecia.
promessa do Espírito Santo de que não morreria enquanto não se realizasse a profecia.
Simeão, então, foi o primeiro a acolher
em seus braços o menino Jesus, lá no Templo, e com que tranquilidade e alegria
soltou sua voz para desabafar: “29"Agora, Senhor,
conforme a tua promessa, podes deixar teu servo
partir em paz; 30porque meus olhos viram a tua
salvação, 31que preparaste diante de todos os povos:
32luz para iluminar as nações e glória do teu povo Israel.". Anunciou as contradições
que surgiriam, e quanto a Maria, preveniu: “Quanto a ti, uma espada te
traspassará a alma."
Queridos irmãos.
Jesus é o Messias profetizado que por
tantos milênios foi esperado. Poucos séculos antes de nascer o seu anúncio foi
muito mais profundo colocando à frente tantos profetas, patriarcas, sacerdotes,
que com suas próprias vidas romperam barreiras da incredulidade até que Jesus
nasceu.
Simeão teve o privilégio de receber em
seus braços o tão esperado Salvador. Naquele momento Jesus não apenas foi
apresentado ao Templo, ou a Simeão, mas à toda a humanidade não como um simples
primogênito do sexo masculino como a
todos os outros do seu tempo, mas como alguém muito especial que Simeão
reconheceu e identificou como o Salvador, como Deus feito Homem que veio para
iluminar as nações.
A partir de então, outros consagrados
pós Cristo deram sequencia aos ensinamentos de Jesus que podemos também dividir
entre o antes e depois da morte na cruz que compõem o NT. Alguém precisava dar continuidade ao seu
Plano de Salvação. Homens e mulheres que aderiram à fé Cristã tinham a missão
de continuar com a Evangelização. Jesus desde o inicio fez suas escolhas e seus
chamados, mas não como ovelhas sem pastor para que se espalhassem sem rumo. Um
pastor para suas ovelhas. Sim, Jesus tem por suas ovelhas que é toda a
humanidade e a quem ama indistintamente e incondicional um apego de unidade e
por isso quer vê-las todas unidas a ele. Um só pastor para todas as ovelhas;
para todos nós!
Dentre essa imensidão de consagrados
que conta com tantos católicos engajados nas pastorais e ministérios leigos,
religiosos e consagrados como também nossas queridas freiras, não podemos
deixar de dar um destaque especial aos ministérios ordenados do bispo,
presbítero e diácono, alicerces da Igreja cuja cabeça é Cristo e chefiada pelo bispo de Roma o Papa.
Dom Pedro Brito, presidente da Comissão
para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB mandou uma bela
mensagem aos consagrados e consagradas.
Disse: “A vida, a vocação e a missão de quem se consagrada a Deus, a exemplo de
Jesus, deve também ser um farol que ilumina aqueles que vivem na noite do
pecado, da ignorância e do desamor. Ajudar os homens e as mulheres do nosso
tempo a se encontrar com Jesus e ter a alegria de carregá-lo no coração é a
missão primeira de quem se consagra a Deus na doação total", E cita frase
do Papa Francisco inspirada na Evangelli Gaudium (EG 69): “os religiosos tem na
sua vida consagrada um meio privilegiado de evangelização eficaz. Pelo mais
profundo de seu ser, eles situam-se de fato no dinamismo da Igreja, sequiosa do
Absoluto de Deus e chamada a santidade. É desta santidade que dão testemunho.
Eles encarnam a Igreja desejosa de se entregar ao radicalismo das
bem-aventuranças” (EG, 69).
Irmãos no ministério Ordenado. A Igreja
é UNA. Cristo é nosso Deus e Salvador e nosso líder fundador da IGREJA CATÓLICA
de quem somos seus ministros e a quem prestamos juramento de obediência na
pessoa dos bispos. Já dizia Santo Inácio
de Antioquia (67-110 dC) que “SEM O BISPO, OS PREBÍTEROS E OS DIÁCONOS,
NÃO SE PODE FALAR DE IGREJA”, fundamento tão forte que constou tal afirmação
no parágrafo 1593 do Catecismo da Igreja Católica.
Quero manifestar minha alegria pela
apresentação de Jesus e viver num tempo em que Ele já foi apresentado. Quero desejar que
todas as forças vivas da Igreja, religiosos, leigos e ministros ordinários e
extraordinários, principalmente meus irmãos ordenados bispos, presbíteros e diáconos que
honrem o Sacramento da Ordem e exerçam suas funções consagradas. Que exista
harmonia entre nós sem preconceito quanto ao grau de cada um visto que somos
iguais, sem hierarquia sacramental a não ser pelo respeito às respectivas
funções. E que os bispos e presbíteros que ainda rejeitam o diaconato
permanente destoando do Evangelho e da própria Igreja e do bom senso e
coerência, revejam suas posições para que a unidade clerical, o tripé
ministerial ordenado, fortaleça-se para que possamos testemunhar com santidade
nossa missão. Somente assim a data de hoje terá sentido.
Louvado seja N.S.
Jesus Cristo.
Diac. Narelvi.
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