REFLEXÃO DOMINICAL
29 DTC – ANO C – 20.10.2013
Ex 17,8-13; 2Tm 3,14 - 4,2; Lc 18,1-8
Prezados amigos e irmãos em Jesus Cristo.
1ª PARTE
No Êxodo
ouvimos sobre um combate dos amalecitas contra Israel e nessa batalha acontece
a intercessão de Moisés, cuja parte inspira-me para a reflexão de hoje.
Moisés
protegia Israel e se pôs em forma de oração lá no alto da colina. Levou com ele
Aarão e Ur. Enquanto Moises mantinha as mãos levantadas, Israel vencia; quando
baixava as mãos, os amalecitas é que venciam.
Irmãos e
irmãs.
A lição que
tiramos hoje é a força da oração. E aprendemos mais ainda: Se a oração
individual já vale por si mesma, imaginem a força que toma quando oramos
juntamente com outros, em família, em grupos de oração, nas Missas, enfim, em comunidade. Juntos
não nos cansamos nem desanimamos.
Quando Moisés
abaixava a mão pelo cansaço, os seus protegidos perdiam espaço na batalha.
Aarão e Ur
perceberam essa situação e passaram a apoiar Moises dando-lhe um assento de
pedra para descansar e, um de cada lado, sustentava as mãos de Moises
levantadas até que vitória chegou.
Lembra-me
neste momento pretexto de muitos católicos ausentes da prática religiosa que se
justificam dizendo “rezo em casa”.
Ótimo! Precisamos muitas vezes nos recolher para em silêncio ouvirmos a voz
de Deus. Precisamos nos retirar dos ambientes tumultuados para nos entregarmos
melhor a Deus. Precisamos fazer nossos Retiros. Mas isso não quer dizer que
devamos viver solitariamente o nosso relacionamento com Deus.
Imagine você
participando de um jogo de futebol como único torcedor; ou você e sua esposa ou
esposo dançando sozinhos da sala da casa. Não seria melhor a presença de uma
numerosa torcida no estádio? E dançar num salão de baile juntamente com tantos
outros casais de amigos?
Como a
celebração se torna maravilhosa quando a Igreja está repleta de fiéis dando as
mãos uns aos outros e todos dando as mãos a Jesus na Missa! E quando damos
nossas mãos à Nossa Senhora na oração do rosário ou de uma Ave Maria?
São nesses
momentos, irmãos, que sentimos o apoio que necessitamos quando estamos
cansados, enfraquecidos na fé, desanimados pelas dificuldades que enfrentamos
em nossas vidas sejam por questões financeiras, de saúde, de relacionamento
familiar . . .
Diz o v. 12 que devido ao apoio
que Moisés recebeu de Aarão e Ur “suas mãos não se
fatigaram até ao pôr do sol”. Também nós,
com apoio dos irmãos, jamais cansaremos de orar e de com nossas orações
interceder pos nós mesmos e para os irmãos, pela honra e glória de Jesus Cristo
e pelo crescimento espiritual da comunidade.
2ª PARTE
Muitas vezes
somos levados a reações raivosas quando desafiados em nossos costumes e argumentos.
O bom senso manda que contemos até dez antes de qualquer agressão
contestatória.
Do ponto de
vista da cidadania, do exercício da democracia, da vida em sociedade, devemos
ser firmes em nossos posicionamentos sem que isto implique em irreversibilidade.
Somos filhos
de Deus e criaturas deste mundo. Separamos o material do espiritual, porém sem
radicalidade porque nossa existência converge para Deus daí porque a
espiritualidade deve ser nossa bússola.
Por isso São
Paulo recomenda que sejamos firmes naquilo que aprendemos e aceitamos como
verdade, não dos homens, mas de Deus manifestada pelos homens que Lhe servem.
O material e
o espiritual devem conviver em comunhão e para os crentes na fé católica a
confiança absoluta está em
Jesus Cristo e na estrutura que nós chamamos de Igreja por
ele fundada.
Ser autodidata
em religião é arriscado e se perde quando se prega o absolutismo da bíblia sob
o argumento luterano do sola scriptura.
Viver segundo
o que se aprendeu implica necessariamente na tradição e bíblia sob a garantia
do Magistério da Igreja que só a católica tem[1].
Quando a instituição Igreja se
manifesta o faz sob a autoridade que lhe foi dada seguindo a direção primeira
de Jesus e a colaboração dos apóstolos e sucessores legítimos sob a luz do
Espírito Santo. Por essa legitimidade é que nos obrigamos a ouvir e a seguir a
Palavra de Deus, sem o frágil individualismo que muitas vezes prejudica a fé.
Aliás, a Bíblia como uma das fontes da
revelação cristã, traz segundo São Paulo, a permissão à Igreja divinamente
constituída de “ensinar, argumentar, corrigir e educar na justiça para que os homens
sejam perfeitos e qualificados para toda boa obra”.
Contudo, cuidado, irmão, para não
pensar que esse ensinamento está aberto à livre interpretação de cada um como
se estivesse lendo uma receita culinária. Ler e interpretar a Bíblia é
importante e necessário com a ressalva de que a interpretação maior e
centralizada está com o Magistério da Igreja para que não se divida nem se
perca como aconteceu com o protestantismo.
Amigos, é justamente o que pede
São Paulo no capitulo 4, versículo 1: “Proclama a palavra, insiste oportuna e
importunamente, argumenta, repreende, aconselha, com toda paciência e doutrina”.
Essa admoestação não se aplica aos que lêem reservadamente para si, mas àqueles
escolhidos por Cristo para o ministério ordenado na estrutura eclesiástica do
papa, bispos, presbíteros e diáconos, a quem em primeiro lugar foi confiada a
Pregação da Palavra.
Por isso irmãos e irmãos, é que
devemos ouvir a Igreja para que nossa caminhada para a vida eterna não corra o
risco de tropeçar nos falsos profetas, nas falsas metas doutrinárias e
arriscadas interpretações bíblicas.
Permanecer firme no que aprendemos
significa honrar o batismo, a crisma, a Eucaristia, as Missas e demais
Sacramentos e todas as devoções cristãs que se encontram impressas
indelevelmente em nossas almas como uma marca cristã católica que deve ser
respeitada e irrenunciável.
3ª PARTE
Retornamos
aqui, irmãos, à força da oração testemunhada por Moisés. Enquanto Moisés
intercedia Deus protegia, significando que a insistência na oração é
recomendada por Deus. Deus tudo pode sem depender de ninguém, mas gosta e quer
que suas criaturas participem de seu Plano no dialogo da oração.
A parábola
apresentada por Jesus segundo Lucas dá uma lição simples e até comum para nós.
Imagine você
mãe, ouvindo seu filhinho pedindo insistentemente algo que a principio não te
impressiona mas pela insistência e porque no seu julgamento o que ele pede é razoável,
acaba dando-lhe dizendo: “pega, pega de uma vez!!!”
Foi o que
aconteceu na parábola. A viúva tanto insistiu junto ao juiz pedindo julgamento
rápido e justo sobre seus direitos que o magistrado resolveu agilizar e julgar
dando-lhe ganho de causa.
Primeiramente,
o juiz não fez favor nem julgou injustamente pois que ele disse “vou
fazer justiça”. Apenas cumpriu com seu dever de julgar levado pelo
clamor da viúva.
A parábola
nos ensina que Deus é nosso juiz e sabe muito bem “dos nossos direitos”, isto
é, ouve nossos pedidos e diferentemente do juiz humano não se aborrece e atende
às nossas necessidades apresentadas por meio de orações se julgá-las justas e
necessárias, e no momento em que entender ser a melhor oportunidade.
Fé e
confiança em Deus, meus irmãos. O tempo é dele e não nosso.
Louvado seja N.S.
Jesus Cristo.
Diac. Narelvi
[1] Eu não creria no Evangelho, se a
isto não me levasse a autoridade da Igreja Católica
(St. Agostinho - Contr. Epist. Manichaei. v,
6)
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