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domingo, 2 de junho de 2013

ACOLHER OS IRMÃOS AFASTADOS



 


REFLEXÃO DOMINICAL
9º D.T.C. Ano C - 02.06.2013
1Rs 8,41-43; Gl 1,1-2.6-10;  Lc 7,1-10

Prezados amigos e irmãos em Jesus Cristo.
1ª PARTE
         Qual o tamanho da sua fé?
         Qual será a disposição de vocês com relação àqueles que ainda não conhecem Jesus, ou, mesmo que o conhecendo, afastaram-se da doutrina crista e até da sua Igreja?
         Contamos na Igreja com pessoas que fizeram opção especial por Jesus e pela Igreja Católica através do Sacramento da Ordem, enquanto que todos os demais que receberam o batismo, igualmente são sacerdotes leigos responsáveis pela evangelização. 
         O Primeiro Livro de Reis conta sobre a preocupação de Salomão com os estrangeiros que sem conhecerem Deus antes, ao ouvirem falar Nele sentem-se atraídos e desejosos de participar da comunidade dos adores do Senhor adentrando ao Templo para rezar.
         Salomão, então, intercede junto a Deus com seu pedido para que ouça e acolha os estrangeiros, a fim de que façam parte do mesmo povo fiel assim como o de Israel.
         Vamos refletir sobre as leituras bíblicas situando a dedicação de Salomão nos dias de hoje, e no Brasil. E porque não dizer, na Igreja Católica.
         O Brasil nasceu católico. Entretanto, em algum momento já não se conseguiu mais chegar a todos os brasileiros. Também não se conseguiu mais congregar todos na mesma fé. Doutrinas diversas passaram a disputar espaços com o cristianismo, muitas das quais cristãs dividindo o mesmo rebanho de Jesus.  
         Meus irmãos. Graças a Deus vivemos num país livre aonde todos podem escolher sua crença religiosa. E graças a Deus também, nos orgulhamos porque nos damos bem com todos, sem revanchismo pessoal.
         Entretanto, uma coisa é viver a democracia, a liberdade de crença. Outra coisa é assumir a  condição de cristão e católico. São duas posições distintas, mas não conflitantes para quem sabe se conduzir.
         Isto porque, se de um lado aceita  a opção voluntária das pessoas no que tange a religiosidade, por outro, sendo cristãos católicos têm o dever de evangelizar segundo a sua fé e a colaborarem para o Reino nos limites da catequese que receberam e desenvolveram durante suas vidas como religiosos ativos.  
         Aceitar que outros divirjam na fé não significa que se deva calar quanto à sua. O cristão tem consciência de que deve converter o mundo, evangelizar a todos sem distinção. “Ide e pregai o evangelho a todas as criaturas...”.
         Significa, então, irmãos, que contamos sempre com a esperança de que os ausentes descubram Cristo ou retornem a Ele.
         A estratégia está no conhecimento bíblico e principalmente numa boa formação católica segundo as orientações da Igreja sem perderem-se no fanatismo, no desrespeito, no preconceito e tantas outras situações que prejudicam o bom anunciador da Palavra.
         Os estrangeiros a que Salomão se refere naquele tempo, são, então, hoje, os nossos irmãos brasileiros afastados da Igreja.
         Aqui entra a acolhida.
         Sabemos que muitos duvidosos, afastados, em crise de fé tentam buscar auxilio junto àqueles que têm por obrigação acolher e orientar, mas que, por descaso, preguiça ministerial ou desinteresse pastoral não recebem a devida atenção. Aliás, até mesmo a iniciativa de visitar o irmão afastado para ajudá-lo nem sempre é lembrada.
 2ª PARTE
         São Paulo testemunha sua missão justificando que tudo o que fizera não foi por impulso dos homens, mas por Jesus.
         Dirigindo-se aos Gálatas, chama-lhes a atenção por terem-no abandonado por “outro evangelho”. Não que haja outro, ressalva, mas porque os gálatas também sofreram a intromissão de estranhos que distorcendo o verdadeiro evangelho confundia-lhes a cabeça. 
         O Evangelho é um só e por isso não pode ser usado para dividir, para confundir.
         Quem pregasse o Evangelho de forma diferente da pregação de Paulo estava no caminho errado.  Seja excomungado (anátema), diz Paulo. 
         Vejam irmãos, a difícil tarefa da Igreja. Manter os seus fiéis e fazer como o Bom Pastor, correr atrás da ovelha perdida!
         Nem sempre essa missão e bem vista porque a religião esta sendo alienada, transformada por muitos descomprometidos em religião do “vale tudo”, o que implica em gravíssimo erro.
         Aqui entra a nossa responsabilidade. Não buscamos fazer a vontade do homem, mas a vontade de Deus. A religião existe para nos religar a Deus, não para sermos agradáveis aos homens, mas para que os homens sejam agradáveis a Deus.
         E Paulo termina o trecho de hoje dando um bom puxão de orelha naqueles que se omitem por um falso pudor de não contrariar os outros. “Se eu ainda estivesse preocupado em agradar aos homens, não seria servo de Cristo”.
3ª PARTE
         Hoje os homens querem ouvir Jesus. Para isso precisamos estar dispostos a anunciá-Lo. Paulo não evangelizava expondo suas opiniões pessoais, mas transmitindo aquilo que aprendeu de seus irmãos apóstolos e acreditava, sobre Jesus.
         Lucas, igualmente, relata no evangelho a Palavra viva de Jesus. 
         Os estrangeiros de que nos fala Salomão nos lembra o oficial romano que tendo um empregado enfermo e ouvido falar sobre as maravilhas que Jesus operava, mesmo sem conhecê-Lo pessoalmente já acreditava Nele num plano superior ao humano a ponto de não se julgar digno de acolhê-Lo em sua casa.
         Mesmo assim confiou. E alguns anciãos dos judeus intercederam por ele junto a Jesus que prontamente atendeu e ainda reconheceu o oficial romano como pessoa portadora de grande fé.
         Irmãos, o oficial mostrou que, se nós, simples criaturas humanas podemos deliberar sobre muitas coisas, administrando nossos negócios, nossa família, nossa sociedade, nossa vida enfim, determinando “Vai!', ele vai; e a outro: 'Vem!', ele vem; 'Faze isto!', e ele o faz”,  muito mais pode Jesus sem que precisemos “determinar”.

         Resta-nos assumir a nossa condição de cristãos mesmo respeitando escolhas diferentes. Esse respeito não nos dispensa de anunciar o que acreditamos.
         Jesus fez isto. Enfrentou reinos, autoridades, adoradores de falsos deuses, incrédulos sem jamais deixar de amá-los, para mostrar-lhes que Ele era o caminho, a verdade e a vida, que sem Jesus divino a salvação é impossível.
            Que todos saibam que no Templo que Jesus edificou e ao qual pertencemos é o lugar santo onde seu nome é invocado e glorificado, onde encontramos paz e salvação e que é diante de Jesus Eucarístico que declaramos: "Senhor, eu não sou digno que entreis em minha morada, mas dizei uma só palavra e eu serei salvo".
              Louvado seja N.S. Jesus Cristo
Com Jesus e Maria, fiquem em paz.
Diac. Narelvi

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