Prezados amigos e irmãos em Jesus Cristo.
1ª PARTE
No Êxodo, somos convidados a admitir que a ingratidão a Deus já vem desde os velhos tempos.
Escravizados no Egito por aproximadamente 400 anos, o povo hebreu finalmente é libertado sob a liderança de Moisés e marcham pelo deserto na busca da terra prometida.
Peregrinam durante 40 anos e, certamente, enfrentando grandes dificuldades. Cansados, começam a se revoltar e como que esquecendo dos sofrimentos que passaram durante a escravidão passam a preferir que tivessem morrido no Egito, justificando que lá, pelo menos tinham o que comer, numa comparação à vida difícil no deserto.
E Deus que tudo vê, avisa Moisés que alimentaria aquele povo com pão que mandaria do Céu sob condição de recolherem diariamente o necessário para o dia, a fim de testá-los sobre a obediência à Sua Lei. Era preciso que os israelitas continuassem acreditando de que Deus é o único e verdadeiro Senhor.
De fato, conforme prometido, no solo apareceram em forma de grãos, o esperado alimento. E Moisés explica: “Isto é o pão que o Senhor vos deu como alimento”.
2ª PARTE
Irmãos e irmãs, quantas vezes não deve ter acontecido conosco passar por um tempo de sofrimento com enfermidades, falta de dinheiro, difícil relacionamento familiar, incompreensões, perseguições, injustiças ... E de repente somos libertados por Deus de todos esses sofrimentos e caminhamos para a transformação das nossas vidas.
Entretanto, mesmo na vida nova, uma ou outra dificuldade pode aparecer e mesmo que plenamente suportáveis e infinitamente menor do que os sofrimentos de outrora, nos queixamos, e o que é mais grave, nos esquecemos das graças e benefícios recebidos anteriormente e desafiamos a Deus ofendendo-O dizendo que antes, era melhor.
Deus só quer o nosso bem. A nossa fé e gratidão a Ele deve ser tamanha, que nos permita fazer uma opção definitiva pela obediência à Sua vontade, na certeza de que estamos caminhando na direção certa para uma vitória com os justos no Reino Celeste que já inicia aqui. Não devemos nos apegar às futilidades da vida, ao incoerente sincretismo, ou viver como aqueles que não acreditam em Deus e que viajam por esta terra para chegar ao nada.
Cristo veio justamente para nos assegurar esse futuro santo, dependendo apenas que tenhamos firmeza para renunciar ao passado sem fé e pecaminoso, despojando-nos do homem velho que vivia na mentira, “revestindo-se de um homem novo" para viver a justiça e santidade que Deus quer de nós, conforme ensina São Paulo.
3ª PARTE
São João, escrevendo o Evangelho de Jesus, e lembrando o saciar da fome material, revela a passagem em que Jesus, que se encontrava em Cafarnaum no outro lado do mar, recebe a multidão que o procurava, mas repreende-os porque sabia que não foram os sinais da espiritualidade doutrinária que pregava que os levaram até lá, mas o desejo de conseguir mais alimentos que matam a fome física.
Logicamente que Jesus sabia da necessidade do pão como alimento saciador da fome. Mas lembra Jesus que existe um alimento melhor ainda, que não se perde e que é necessário para a Salvação, referindo-se ao alimento espiritual que é a comunhão do Corpo e o Sangue do próprio Cristo na Eucaristia.
Lembramos de quantos ainda não conhecem a Jesus, e quantos, tendo-O conhecido, parece tê-Lo esquecido. Por isso a sua recomendação: “Esforçai-vos não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna, e que o Filho do Homem vos dará" fazendo lembrar ainda que o pão verdadeiro não é aquele do deserto, e que quem manda este pão Verdadeiro não é Moises, mas o Pai que está no Céu para dar vida ao mundo, e assegura que Ele, Jesus, é o verdadeiro pão da vida: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede”.
A Eucaristia que recebemos em todas as Missas, é o próprio Jesus presente saciando-nos da fome espiritual mantendo-nos como crentes firmes na fé, cada vez nos transformando em pessoas melhores, responsáveis, cidadãos prontos para formar uma sociedade humana melhor e herdeiros do Céu. A exemplo daquele povo que procurou Jesus lá do outro lado do mar em Cafarnaum, procuremos o mesmo Cristo nas Missas e digamos sempre:
“Senhor, dá-nos sempre desse pão”.
Louvado seja N.S. Jesus Cristo.
Diac. Narelvi
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