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terça-feira, 25 de julho de 2017

AFINAL, CACHORRO VAI PARA O CÉU?




Amigos.
        Hoje vamos trazer à baila um tema curioso que eu já vinha pensando. Embora o assunto pareça desinteressante não deixa de ser algo até sério na medida em que envolve a graça da Salvação concedida por Jesus Cristo e religiosidade consciente segundo a Igreja Católica.
        O apego a cães é uma realidade atual que vem passando dos limites a ponto de se pretender humanizar os cachorros às vezes até prejudicando a sua própria natureza.  
        Antes que alguém sinta-se indignado, ressalvo que dou parabéns e apoio a todos os que estimam e dão bom trato não apenas aos cães, mas a todos os animais. O respeito aos animais domésticos ou não faz parte da moral cristã e tem a ver com a criação divina, e até conta com legislação que estabelece como crime maltratar animais.
Compreende-se que a lealdade de um cão existe e sua perda como a de qualquer bicho de estimação possa causar tristeza em seu dono, porém, não deve chegar a uma  “dor profunda” como se fosse seu filho, pai ou mãe que tivesse morrido. Sem duvida há quem exagere nessa dedicação.
        Embora raramente em alguns cristãos católicos chega-se, aí sim, à insensatez de cismar que o “falecido” cachorro tem um “merecido” lugar no além (entenda-se, céu), e até a bíblia é citada para justificar essa ideia. O versículo que me foi apresentado é o seguinte:
“O justo importa-se com a ALMA do seu animal doméstico, mas as misericórdias dos iníquos são cruéis” Prov. 12,10.
É um assunto interessante! Vamos lá. CACHORRO QUANDO MORRE VAI PARA O CÉU? ENTÃO, TAMBÉM PODERÁ IR PARA O INFERNO!
Inicialmente, verifiquei que as bíblias católica e a protestante  trazem o versículo nos seguintes termos. Compare: “O justo cuida das necessidades de seu gado, mas cruéis são as entranhas do ímpio” (Bíblia católica Ave Maria); “O justo conhece as necessidades do seu gado, mas as entranhas dos ímpios são cruéis.” (bíblia católica Bíblia de Jerusalém); “O justo olha pela VIDA dos seus animais, mas as misericórdias dos ímpios são cruéis” (Bíblia protestante THOMPSON tradução de João Ferreira de Almeida).  Não falam em ALMA.
        Então procurei na bíblia das Testemunhas de Jeová e encontrei a versão apresentada pela pessoa que citou o versículo bíblico. E encontrei exatamente como o original: “O justo importa-se com a ALMA do seu animal doméstico, mas as misericórdias dos iníquos são cruéis” Prov. 12,10.
        Só que como as Testemunhas de Jeová fazem revisão da tradução da sua bíblia, o versículo acima corresponde à bíblia edição de 1986, portanto, desatualizada já que pela revisão feita em  2015 o versículo passou a nova redação retirando a palavra “alma”: “O justo cuida dos seus animais domésticos. Mas até a misericórdia dos maus é cruel”.
        Portanto, o versículo bíblico na sua primeira parte na verdade chama a atenção para o zelo, cuidado, carinho, estima que se deve ter pelos animais sem nenhuma conotação com a “alma” humana que para os cristãos é imortal, isto é, continua existindo mesmo depois da morte do corpo, passando para a eternidade,  sendo que a parte final do versículo recrimina, chama de cruel o homem que não trata bem os animais.
        O homem é diferente dos animais porquanto que criado à imagem e semelhança de Deus com todos os sinais de uma vida plena como consciência, raciocínio, inteligência, vontade própria e outras qualidades inerentes ao ser humano, e é o único que tem uma alma imortal, transcendente porque é espiritual e não material, tem noção do bem e do mal.
        Em termos de existência poderíamos considerar os reinos animal, vegetal e mineral. Fiquemos no momento somente com o reino animal.  
        Bem! Se considerarmos que “alma” é o principio da vida e vem do latim anima, nesse sentido podemos dizer, então, que os animais têm alma, isto é, tem VIDA.
        Contudo, essa “alma animal” por pertencer a VIDA MATERIAL termina, deixa de existir no momento em que o animal morre.
        Já a alma humana, VIDA ESPIRITUAL, uma vez colocada por Deus no homem no momento da fecundação, dá vida e imortalidade ao ser humano. Imortal porque o homem, ao morrer, tem sua alma separada do corpo cuja alma não morrerá jamais. Essa alma é quem prestará contas a Deus e será merecedora ou do céu ou do inferno.
        Portanto, os animais desaparecem do mundo no momento da sua morte porque não possuem vida espiritual, mas somente material, diferente, portanto, dos homens.
        O Catecismo da Igreja Católica nos parágrafos 2415 a 2457 descreve sobre os animais e os homens destacando o respeito por essas criaturas de Deus, e coloca o homem segundo a vontade de Deus,  como administrador dos animais que não podem ser levados a sofrimentos, mas ressalva no § 2418 que É contrário à dignidade humana, fazer os animais sofrerem inutilmente e desperdiçar suas vidas. E igualmente indigno gastar com eles o que deveria prioritariamente aliviar a miséria dos homens. Pode-se amar os animais, porém não se deve orientar para eles o afeto devido exclusivamente às pessoa”.
 Logo, quem quiser estabelecer “alma” como inicio de vida pode até dizer que animais têm alma, mas material, que não se confunde com alma no sentido espiritual, de imortalidade que somente os homens têm.
        Dessa forma convém tomar cuidado para que ao manter animais, destacadamente o cão, não se descuide dos nossos irmãos que sofrem e pedem nossa ajuda e misericórdia.
Aliás, um parênteses galhofa: para que não se discriminem os animais uns dos outros, quem acreditar sinceramente na possibilidade de o cachorro ir para o céu, então admita que os elefantes, leões, tartarugas, lagartixas, baratas, escorpiões, gatos, baleias e tubarões também possam ir, assim como as galinhas, bois e leitões que por respeito “espiritual” nem deveriam servir de alimento.    
        Concluindo. Aos que exageram a ponto de querer atribuir alma imortal e céu para cachorros (ou inferno?) me faz afirmar sob os fundamentos doutrinários cristão-católico e assim acredito, que nem cachorro nem bicho algum tem alma espiritual, pois que ao morrerem morre ao mesmo tempo o corpo e a alma-vida-material, sem nenhuma probabilidade de alcançar o Reino Celeste que Deus reservou e Jesus preparou para moradia dos homens. 

Nota. Essa posição é minha e católica e não interfere na crença contrária de outros credos e religiões.
Dc Narelvi.

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