REFLEXÃO DOMINICAL
Ex 22,20-26; 1Ts 1,5c-10; Mt
22,34-40
Amar a Deus sobre
todas as coisas
Prezados amigos e irmãos em Cristo.
1ª LEITURA
Pode
parecer um tanto estranha a primeira leitura do Êxodo quando fala em empréstimo
de dinheiro sem juros ou penhor de suas vestes, mas atento aos primeiros
versículos compreendemos que Deus fala do respeito, da sensibilidade, da
maneira fraterna pela qual devemos receber não apenas os estrangeiros, mas também
nossos irmãos do mesmo local da nossa moradia.
Um
estrangeiro, aqui, pode ser entendido como aquele vindo de outros países ou até
mesmo de outras cidades ou Estados do mesmo país.
Qualquer
um, qualquer pessoa, portanto, que se aproxime de nós é, de certa forma um
estrangeiro, assim como nós em relação
eles. E a lição é das boas maneiras.
A
orientação do Senhor é no sentido de que, sejam pessoas do nosso convívio ou
não, merecem acolhida, respeito e muita expressão de amor. Os órfãos e a viúvas
simbolizam essas pessoas. E o Senhor se mostra bastante severo ao prevenir que
aos que maltratam serão punidos à espada.
O texto
recomenda particularmente respeito aos pobres ao advertir os exploradores de
que não se deve tirar deles o pouco que tem, principalmente suas esperanças nem
ferir seus sentimentos.
É oportuno
lembrar dos preconceitos territoriais e de etnias muitas vezes estimulados por
interesses políticos, patrimoniais, sociais e até religiosos, que levam à
divisão dos próprios irmãos entre si.
Deus é misericordioso. Por isso sejamos nós
também misericordiosos.
O Êxodo
fala sobre princípios natos.
2ª LEITURA
São Paulo, já no Novo Testamento, aponta Jesus como acolhedor e
ao falar aos Tessalonicenses extensivamente a todos nós, apresenta-se como
apóstolo que soube como se comportar diante dos seus ouvintes, deixando
evidente que ele e seus irmãos no apostolado foram dignos e coerentes com
aquilo que ensinavam e se colocam como testemunhas a serem imitadas.
Portanto, quem imita os ministros da Igreja imita também Jesus e
cada um deve se tornar evangelizador ensinando a acolher e transmitir a Palavra
de Deus com a força do Espírito Santo.
Cada católico, então, deve ser propagandista da sua fé como crente
exemplar, deixar do comodismo que tem levado muitos deles ao papel de simples
ouvinte e a jogar nas costas dos bispos, presbíteros e diáconos a missão
evangelizadora.
A messe é grande e poucos os operários. São Paulo quer
exatamente que cada cristão, cada católico, seja um operário e servidor de
Cristo. E chama-se aqui a atenção voltada para a reflexão do Êxodo, de que
esses ministros ordenados, por sua vez,
sejam os primeiros a abrir as portas da Igreja para outros irmãos no
mesmo ministério e para os leigos.
Bom seria que um dia, toda a igreja com seus crentes pudessem
alcançar o ideal cristão do conhecimento e vivência plena da fé a ponto de
dignamente reunirem nas igrejas os irmãos e fazerem de cada família um pequeno
grupo comunitário, aonde a Palavra de Deus fosse estudada, difundida e vivida,
num ato de profunda ação de graças.
EVANGELHO
No Evangelho, irmãos, Mateus reproduz os ensinamentos de Jesus
com destaque ao amor acima de tudo.
Narra que um fariseus perguntou a Jesus para
experimenta-Lo, sobre qual era o maior
dos mandamentos e Jesus respondeu que era o primeiro, amar a Deus sobre todas as coisas, com toda a
força do coração, da alma e do seu entendimento. Mas colocou como segundo, amar
o próximo como a si mesmo.
Irmãos e irmãs. Jesus ensina que não existe separação entre Deus
e os homens. Existe uma integração real, espiritual, que formam a comunhão
entre Deus e os homens. Por isso que amar
a Deus está atrelado também ao amar os irmãos como se estivesse amando a si
próprio.
Aqui aponta uma das grandes dificuldades humanas para aqueles
que não se alimentam da fé. Se não soubermos amar e perdoar nossos irmãos, não
estaremos prontos para amar incondicionalmente a Deus. E acrescenta Jesus que
todos os demais mandamentos dependem destes primeiros.
Como é oportuno no dia de hoje estas reflexões. Dia da eleição
presidencial que trouxe à tona muitos comportamentos e condutas escondidos,
revelações de promiscuidade politica-moral, e até revanchismos entre irmãos
levados por ideais políticos nem sempre sinceros. Deus não é contrário às lutas pelos ideais
políticos desde que não contrariem as regras morais, e pecam aqueles que sabendo das
inconveniências, mesmo assim preferem escolher os injustos e incapazes por
interesses pessoais acima dos interesses da nação e pelo bem comum. Mas de
qualquer forma, a lição serve também para que, passados esses momentos de luta
democrática, os homens saibam reencontrar a paz e viver em harmonia uma vez que
o bem maior está em amar a Deus e ao próximo.
No amor de Cristo
Dc
Narelvi
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