Sabemos que a educação e
formação dos filhos encontram nos pais e mães a responsabilidade primeira.
Como advogado tenho deparado
profissionalmente e no dia a dia como qualquer cidadão, com situações
envolvendo crianças naturalmente ingênuas por sua própria natureza, e nas fases
da adolescência, serem apresentas não apenas ao judiciário, mas na sociedade e
na família, como vítimas de abusos diversos. A quem atribuir a culpa?
Vivemos numa época em que
se vangloria pela quebra de tabus sem perceber que a consequência não tem sido
totalmente positiva, principalmente no que toca ao sexo precoce. Não me refiro à criminosa exploração sexual
de menores, um capítulo à parte, mas de comportamentos liberais de pais e
filhos que acham que idade não se conta mais e por isso justificam dizendo que
confiam nos filhos e assim soltam as rédeas mesmo porque, segundo esses, “hoje
é assim mesmo!”.
Não me levem a mal, por
favor, mas não é bem assim. Sei que o assunto é polêmico, que cada caso é um
caso, etc. etc. Contudo, gostaria de levantar questão sobre atitudes de
relacionamentos entre pais e filhos que não vejo com bons olhos.
Antes, lembrar que a
infância conta-se do nascimento até os doze anos de idade, e adolescência vai
dos doze anos aos dezoito segundo o Estatuto da
Criança e do Adolescente, período em que acontecem diversas mudanças físicas,
psicológicas e comportamentais. A maioridade, portanto, se alcança aos dezoito
anos. Logo, até chegar a essa idade ninguém se manda e deve obediência aos pais.
É errado, portanto, pai
ou mãe antecipar o curso do tempo para transformar seu filho homem e
principalmente sua filha mulher de modo a aparentarem idades que ainda não
alcançaram.
Já é quase comum ver
meninas maquiadas, vestidas e calçadas como se fossem de mais idade perdendo a
sua aparência natural de adoráveis crianças e adolescentes, colocando em risco
as normais mudanças físicas, psicológicas e comportamentais a que devem se sujeitar
e logo acabam se transformando em jovens desestruturados, envelhecidos, com
suas juventudes perdidas.
E para agravar, agora surge
o beijo na boca dos filhos cujo prazer não consigo entender já que nenhum beijo
será mais amoroso do que o tradicional e costumeiro terno beijo na face que
mata a saudades, demonstra carinho, alivia dores quando enfermos, inspira
confiança, abençoa e dá boa noite. E a todos essa manifestação é permitida.
De todos os beijos,
pergunto: para que serve o beijo na boca dos filhos? Todos os outros se
repetirão por toda a vida e serão recíprocos, mas o na boca, você pai ou mãe,
continuará dando ou recebendo mesmo que sua filha esteja mocinha, já dotada da
sua formosura física?
Curiosamente tenho
observado que o pai beija na boca sua filhinha, mas não beija na boca o seu
filhinho. Por quê?
E quando seu filho ou
filha passar para a puberdade ou fase adulta os beijos na boca continuarão?
Não? Então, por que não?
Afinal, o beijo na boca
das crianças estará liberado também para os irmãos, tios, amigos, coleguinhas?
Saiba que se a criança crescer com o costume de ser beijada e beijar na boca
como algo natural, mesmo que seja o irrefletido “selinho”, poderá não estranhar
ser beijada assim por outros. Tem como explicar para uma criança os limites de um
beijinho (selinho) na boca e o beijo entre namorados e esposos cujos detalhes a
televisão ensina muito bem?
Por acaso isso não
facilitará a ação dos pedófilos ou confusão no discernimento da prática sexual?
Pois não se esqueça de que o beijo na boca entre homem e mulher está
relacionado com a prática sexual. Faz parte do excitante passo a passo que leva
o casal à união carnal mesmo que sem o sentimento de amor.
Até na dança com musicas
eróticas se expõe a criança que não identifica o limite entre a inocência e o
significado da música/dança, como já vi acontecer aonde jamais poderia ter
acontecido, por exemplo, menininhas remexendo o quadril de cima para baixo
naquela indecente musica “na boquinha da garrafa”.
E os pais que acham graça
quando sua filhinha de poucos anos diz que tem um namoradinho e até o adota
como tal mesmo que inocentemente, por que não passa de uma brincadeirinha? Você
já parou para pensar quantas meninas de 12, 13 anos já perderam a virgindade e
até já são mães com a participação óbvia de meninos? Isso acontece somente com os
filhos dos outros?
E os pais que costumam
tomar banho com seu filho do mesmo sexo ou oposto? Isso não poderá desenvolver
a erotização de algumas partes do corpo com danos à inocência da infância? E a
dimensão dos riscos de quem detém impulso à pedofilia?
Sabia que
estatisticamente o pesadelo da pedofilia inicia e se conclui mais dentro da
própria casa e família, e até pelo próprio pai?
Não estou aterrorizando
nem afrontando, mas opinando sobre uma realidade que requer muita atenção, disciplina
e reflexão dos pais e educadores para que sejam evitados transtornos que
poderão provocar nas crianças e adolescentes logo em seguida ou no futuro, desvios
de condutas, consequências psicológicas e traumas.
“Beijar na boca é uma forma de carinho entre namorados e marido e mulher.
A relação entre um casal é diferente da parental”.
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