Boa tarde Diac Narelvi Carlos. Poderia o
senhor esclarecer qual o posicionamento da igreja mediante ao suicídio? Muito
abrigado! Deus o ilumine.
Caro amigo e irmão Leonardo.
Situação difícil a ser
enfrentada, principalmente pelos familiares, é o suicídio que certamente
provoca além da dor da perda de um ente querido, uma insegurança com relação a
vida após a morte.
Quando nascemos recebemos
o dom da vida. Deus nos deu a vida e não cabe a nós tira-la. Por isso o quinto
mandamento da Lei de Deus proibir matar
alguém ou a si mesmo. Daí a
responsabilidade de cada um preservar a vida humana em qualquer circunstância.
O Catecismo da Igreja
Católica diz bem: “Somos administradores
e não proprietários da vida que Deus nos deu”.
Sabe-se lá o que passa pela
cabeça do suicida que o leva a extrema decisão.
A posição da Igreja Católica
é contra o suicídio que num primeiro plano e segundo a própria bíblia, é pecado.
Contudo, não se pode
concluir, a priori, que o suicida é um condenado às penas do inferno, visto que
o julgamento é unicamente de Deus.
A Igreja limita-se a
ensinar os preceitos de Deus e o caminho para a Salvação por Jesus Cristo. No caso
do suicídio ela faz uma interpretação convincente de que a salvação ou não de quem pratica
esse ato extremo depende das circunstâncias momentâneas.
Ainda a respeito o
catecismo ressalva que quando o suicídio é praticado, por exemplo, para servir
de exemplo aos outros, diga-se, ainda, como uma maneira de desafio ou repudio a
Deus, é pecado mortal.
Entretanto,
se a pessoa é levada ao suicídio por “distúrbios psíquicos graves, a angústia ou o medo
grave da provação, do sofrimento ou da tortura podem diminuir a
responsabilidade do suicida”.
Considere-se que o único pecado
que não é perdoado é aquele cometido
contra o Espírito Santo, que no caso enquadra-se na hipótese do penúltimo parágrafo.
Logo, todo o pecado é perdoado pelo arrependimento e pela misericórdia de Deus.
Em sendo assim, o suicida pode alcançar
o perdão e a salvação conforme ensina o CIC: “Não se deve desesperar da
salvação das pessoas que se mataram. Deus pode, por caminhos que só Ele
conhece, dar-lhes ocasião de um arrependimento salutar. A Igreja ora pelas
pessoas que atentaram contra a própria vida.”
Por
isso o suicida merece sepultamento cristão e que sejam celebradas missas e
orações pela sua alma.
Lembre-se
que Judas Iscariotes, um dos apóstolos, depois de trair Jesus desesperado praticou
o suicídio. Alguém pode assegurar que Judas perdeu a salvação?
Catecismo
da Igreja Católica, §§ 2280-2283.2325
Deus
é misericordioso. Dc Narelvi
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