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domingo, 30 de setembro de 2012

SER DE CRISTO


 Reflexão dominical - 26º DTC - Ano B - 30.09.2012
Nm 11,25-29; Tg 5,1-6; Mc 9,38-43.45.47-48


  Queridos amigos e irmãos em Jesus Cristo.

1ª PARTE

         No livro de Números é narrado sobre a ação do Espírito Santo nas pessoas crentes em Deus. Moisés tem em si o Espírito de Deus e esse mesmo Espírito é distribuído aos setenta anciãos.
         Primeiramente, o Espírito de Deus é único dentro da Trindade, e por isso não se debulha. Mas pode, sem dividir-se, estar presente em cada pessoa.
         Foi assim que o Senhor agiu quando o versículo fala que “retirou um pouco do espírito que Moisés possuía e o deu aos setenta anciãos”. Por isso mesmo estimados leitores, também possuímos dentro de nós o mesmo espírito de Deus. Aliás, não somos Templos do Espírito Santo?
         No caso presente, o Espírito foi entregue a todos os setenta anciãos, embora presentes naquele momento, setenta e oito, pois dois deles se encontravam ausentes.
         O grupo maior dotado do Espírito de Deus saiu a profetizar, enquanto que o grupo dos dois profetizava no próprio acampamento. Isto causou inveja e alguém foi até Moisés reclamar sob o pretexto de que eles não estavam juntos  quando da unção do Espírito, e o desejo de seu ajudante Josué era de que os dois anciãos fossem calados.
         A reação de Moisés foi própria de um bom profeta: “Tens ciúme por mim? Quem dera que todo o povo do Senhor fosse profeta”.
           Mais uma vez o assunto ciúme atrapalhando a missão profética já no Antigo Testamento.

2ª PARTE

         E do que vemos no Evangelho, continua depois de Cristo o insensato ciúme.
         Até João demonstrando que ainda não havia compreendido bem a universalidade do direito de anunciar os ensinamentos de Jesus repete o erro do ciúme garbosamente contando que havia proibido um homem de expulsar demônios em nome de Jesus.
         E Jesus sentencia: Quem não é contra nós é a nosso favor”. E ainda defende os que são impedidos de receber um copo de água, ou são escandalizados só porque são de Cristo, advertindo os perseguidores de condenação ao inferno citando exemplos no sentido de que é melhor ir para o Céu com deficiências físicas do que ir para o inferno tendo o seu corpo fisicamente perfeito.
         Na citação acima não podemos deixar passar sem observar a Carta de São Tiago que faz uma ressalva sobre a questão da riqueza com dureza em suas palavras contra os ricos, porém, considerados destinatários aqueles que formam suas riquezas às custas da desonestidade e que idolatram o dinheiro e a sua fortuna como algo melhor e superior ao próprio Deus e a Igreja como se não precisassem de religiosidade.
         A esses é que a carta é dirigida lembrando-lhes que a vida material termina com a morte e nesse momento as suas riquezas e fortunas desaparecerão, “suas roupas serão carcomidas pelas traças, vosso ouro e prata estarão enferrujados”. Nada da riqueza material levarão à presença do Senhor.
         É mil vezes preferível entrar no  céu pobre, do que rico avarento e desonesto no inferno.
         Essa teoria de São Tiago não se aplica aos que tenham conseguido suas riquezas com o seu honesto trabalho sem nunca ter se afastado das lições de Jesus.

3ª PARTE

         Afinal, será que os textos bíblicos de hoje levam a crer que falando sobre Jesus, qualquer segmento religioso serve? Ora, nem todo aquele que diz "Senhor, Senhor", entrará no Reino do Céu. “Só entrará aquele que põe em prática a vontade do meu Pai que está no céu” Mt 7,21.
         Você é um cristão católico, apostólico. Acredita na Eucaristia, no purgatório, nos santos, no juízo particular e no juízo final, na Santíssima Trindade, ama Maria, aceita o Papa, os Sacramentos, a Missa dominical, o domingo como o Dia do Senhor, etc. etc., verdades que as numerosas seitas e denominações protestantes não aceitam. Será que quando Jesus falou  Quem não é contra nós é a nosso favor”, liberou ou relativizou a religião cristã? Evidentemente que não, pois “há um só Senhor, uma só fé, um só batismo” Ef. 4,5.
         Veja irmão, irmã e meus jovens, as contradições daqueles que seguiram o catolicismo uma vida inteira para de repente, de um dia para o outro, jogar todas essas verdades na lixeira.
         Cuidado, portanto, ao interpretar a mensagem deste domingo. Quando Jesus falou assim, essas denominações descendentes do protestantismo ainda não existiam. Somente os cristãos liderados pelos Apóstolos, depois pelos bispos, diáconos e presbíteros sob a chefia do Papa que surgiram pela vontade de Jesus estavam presentes logo que Jesus fundou a sua Igreja, mais tarde denominada de Católica, Apostólica.
         Porrtanto, Jesus recriminava aqueles que, dentro do cristianismo primitivo (catolicismo) faziam discriminações entre si, disputando lugares e posições.
         E você, meu amigo e irmão não católico, não considerem esta reflexão como investida agressiva contra a sua fé que assim como a nossa estará sob o julgamento de Deus. Mas tem por finalidade principal o cuidado que devemos ter em preservar o que temos por verdade e até mesmo chamar a atenção para os ciúmes, invejas, perseguições que ainda existem infelizmente dentro parcelas do nosso próprio clero e católicos em geral. 
         O que Jesus quis dizer é que todos devem professar a mesma fé, o mesmo amor a Cristo, numa só Igreja, e que todos devem ser mensageiros da Palavra, mas não sob os seus próprios critérios e interpretações, e sim seguindo a orientação da Igreja de Cristo. É o que acredito com inspiração na Igreja, na Bíblia e no Catecismo da Igreja Católica cujos textos apresento em separado para quem tiver interesse em conferir, sob o título de IGREJA SEGUNDO O CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA.
Louvado seja N.S. Jesus Cristo.  
Diac. Narelvi.

sábado, 29 de setembro de 2012

IGREJA SEGUNDO O CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA


 A IGREJA É UNA, SANTA, CATÓLICA E APOSTÓLICA
811. «Esta é a única Igreja de Cristo, que no Credo confessamos ser una, santa, católica e apostólica» (263). Estes quatro atributos, inseparavelmente ligados entre si (264) indicam traços essenciais da Igreja e da sua missão. A Igreja não os confere a si mesma; é Cristo que, pelo Espírito Santo, concede à sua Igreja que seja una, santa, católica e apostólica, e é ainda Ele que a chama a realizar cada uma destas qualidades.
812. Só a fé pode reconhecer que a Igreja recebe estas propriedades da sua fonte divina. Mas as manifestações históricas das mesmas são sinais que também falam claro à razão humana. «A Igreja, lembra o I Concílio do Vaticano, em razão da sua santidade, da sua unidade católica, da sua invicta constância, é, por si mesma, um grande e perpétuo motivo de credibilidade e uma prova incontestável da sua missão divina» (265).

I. A Igreja é una
«O SAGRADO MISTÉRIO DA UNIDADE DA IGREJA» (266)
813. A Igreja é una, graças à sua fonte: «O supremo modelo e princípio deste mistério é a unidade na Trindade das pessoas, dum só Deus, Pai e Filho no Espírito Santo» (267). A Igreja é una graças ao seu fundador: «O próprio Filho encarnado [...] reconciliou todos os homens com Deus pela sua Cruz, restabelecendo a unidade de todos num só povo e num só Corpo» (268). A Igreja é una graças à sua «alma»: «O Espírito Santo que habita nos crentes e que enche e rege toda a Igreja, realiza esta admirável comunhão dos fiéis e une-os todos tão intimamente em Cristo que é o princípio da unidade da Igreja» (269). Pertence, pois, à própria essência da Igreja que ela seja una:
«Que admirável mistério! Há um só Pai do universo, um só Logos do universo e também um só Espírito Santo, idêntico em toda a parte; e há também uma só mãe Virgem, à qual me apraz chamar Igreja» (270).
814. Desde a origem, no entanto, esta Igreja apresenta-se com uma grande diversidade, proveniente ao mesmo tempo da variedade dos dons de Deus e da multiplicidade das pessoas que os recebem. Na unidade do povo de Deus, juntam-se as diversidades dos povos e das culturas. Entre os membros da Igreja existe uma diversidade de dons, de cargos, de condições e de modos de vida. «No seio da comunhão da Igreja existem legitimamente Igrejas particulares, que gozam das suas tradições próprias» (271). A grande riqueza desta diversidade não se opõe à unidade da Igreja. No entanto, o pecado e o peso das suas consequências ameaçam constantemente o dom da unidade. Também o Apóstolo se viu na necessidade de exortar a que se guardasse «a unidade do Espírito pelo vínculo da paz» (Ef 4, 3).
815. Quais são os vínculos da unidade? «Acima de tudo, a caridade, que é o vínculo da perfeição» (Cl 3, 14). Mas a unidade da Igreja peregrina é assegurada também por laços visíveis de comunhão:
– a profissão duma só fé, recebida dos Apóstolos;
– a celebração comum do culto divino, sobretudo dos sacramentos;
– a sucessão apostólica pelo sacramento da Ordem, que mantém a concórdia fraterna da família de Deus (272).
816. «A única Igreja de Cristo [...] é aquela que o nosso Salvador, depois da ressurreição, entregou a Pedro, com o encargo de a apascentar, confiando também a ele e aos outros apóstolos a sua difusão e governo [...]. Esta Igreja, constituída e organizada neste mundo como uma sociedade, subsiste (subsistit in) na Igreja Católica, governada pelo sucessor de Pedro e pelos bispos em comunhão com ele» (273).
O decreto do II Concílio do Vaticano sobre o Ecumenismo explicita: «Com efeito, só pela Igreja Católica de Cristo, que é "meio geral de salvação", é que se pode obter toda a plenitude dos meios de salvação. Na verdade, foi apenas ao colégio apostólico, de que Pedro é o chefe, que, segundo a nossa fé, o Senhor confiou todas as riquezas da nova Aliança, a fim de constituir na terra um só Corpo de Cristo, ao qual é necessário que sejam plenamente incorporados todos os que, de certo modo, pertencem já ao povo de Deus» (274).
817. De facto, «nesta Igreja de Deus una e única, já desde os primórdios surgiram algumas cisões, que o Apóstolo censura asperamente como condenáveis. Nos séculos posteriores, porém, surgiram dissensões mais amplas. Importantes comunidades separaram-se da plena comunhão da Igreja Católica, às vezes por culpa dos homens duma e doutra parte» (275). As rupturas que ferem a unidade do Corpo de Cristo (a saber: a heresia, a apostasia e o cisma) (276) devem-se aos pecados dos homens:
«Ubi peccata, ibi est multitudo, ibi schismata, ibi haereses, ibi discussiones. Ubi autem virtus, ibi singularitas, ibi unio, ex quo omnium credentium erat cor unum et anima una — Onde há pecados, aí se encontra a multiplicidade, o cisma, a heresia, o conflito. Mas onde há virtude, aí se encontra a unicidade e aquela união que faz com que todos os crentes tenham um só coração e uma só alma» (277).
818. Os que hoje nascem em comunidades provenientes de tais rupturas, «e que vivem a fé de Cristo, não podem ser acusados do pecado da divisão. A Igreja Católica abraça-os com respeito e caridade fraterna [...]. Justificados pela fé recebida no Baptismo, incorporados em Cristo, é a justo título que se honram com o nome de cristãos e os filhos da Igreja Católica reconhecem-nos legitimamente como irmãos no Senhor» (278).
819.  Além disso, existem fora das fronteiras visíveis da Igreja Católica, «muitos elementos de santificação e de verdade» (279): «a Palavra de Deus escrita, a vida da graça, a fé, a esperança e a caridade, outros dons interiores do Espírito Santo e outros elementos visíveis» (280). O Espírito de Cristo serve-Se destas Igrejas e comunidades eclesiais como meios de salvação, cuja força vem da plenitude da graça e da verdade que Cristo confiou à Igreja Católica. Todos estes bens provêm de Cristo e a Ele conduzem (281) e por si mesmos reclamam «a unidade católica» (282).

A CAMINHO DA UNIDADE
820. A unidade, «Cristo a concedeu à sua Igreja desde o princípio. Nós cremos que ela subsiste, sem possibilidade de ser perdida, na Igreja Católica, e esperamos que cresça de dia para dia até à consumação dos séculos» (283). Cristo dá sempre à sua Igreja o dom da unidade. Mas a Igreja deve orar e trabalhar constantemente para manter, reforçar e aperfeiçoar a unidade que Cristo quer para ela. Foi por esta intenção que Jesus orou na hora da sua paixão e não cessa de orar ao Pai pela unidade dos seus discípulos: «...Que todos sejam um. Como Tu, ó Pai, és um em Mim e Eu em Ti, assim também eles sejam um em Nós, para que o mundo creia que Tu Me enviaste» (Jo 17, 21). O desejo de recuperar a unidade de todos os cristãos é um dom de Cristo e um apelo do Espírito Santo (284).
821. Para lhe corresponder de modo adequado, exige-se:
– uma renovação permanente da Igreja, numa maior fidelidade à sua vocação. Essa renovação é a força do movimento a favor da unidade (285);
a conversão do coração, «com o fim levar uma vida mais pura segundo o Evangelho» (286), pois o que causa as divisões é a infidelidade dos membros ao dom de Cristo;
a oração em comum, porque «a conversão do coração e a santidade de vida. unidas às orações, públicas e privadas, pela unidade dos cristãos, devem ser tidas como a alma de todo o movimento ecuménico, e com razão podem chamar-se ecumenismo espiritual» (287);
o mútuo conhecimento fraterno (288);
a formação ecuménica dos fiéis, e especialmente dos sacerdotes (289);
o diálogo entre os teólogos, e os encontros entre os cristãos das diferentes Igrejas e comunidades (290);
a colaboração entre cristãos nos diversos domínios do serviço dos homens »(291).
822. A preocupação com realizar a união «diz respeito a toda a Igreja, fiéis e pastores» (292). Mas também se deve «ter consciência de que este projecto sagrado da reconciliação de todos os cristãos na unidade duma só e única Igreja de Cristo, ultrapassa as forças e capacidades humanas». Por isso, pomos toda a nossa esperança «na oração de Cristo pela Igreja, no amor do Pai para conosco e no poder do Espírito Santo» (293).

II. A Igreja é santa
823. «A Igreja é [...], aos olhos da fé, indefectivelmente santa. Com efeito, Cristo, Filho de Deus, que é proclamado «o único Santo», com o Pai e o Espírito, amou a Igreja como sua esposa, entregou-Se por ela para a santificar, uniu-a a Si como seu Corpo e cumulou-a com o dom do Espírito Santo para glória de Deus» (294). A Igreja é, pois, «o povo santo de Deus» (295), e os seus membros são chamados «santos» (296).
824. A Igreja, unida a Cristo, é santificada por Ele. Por Ele e n'Ele toma-se também santificante. «Todas as obras da Igreja tendem, como seu fim, (297) para a santificação dos homens em Cristo e para a glorificação de Deus». É na Igreja que se encontra «a plenitude dos meios de salvação» (298). É nela que «nós adquirimos a santidade pela graça de Deus» (299).
825. «Na terra, a Igreja está revestida duma verdadeira, ainda que imperfeita, santidade» (300). Nos seus membros, a santidade perfeita é ainda algo a adquirir: «Munidos de tantos e tão grandes meios de salvação, todos os fiéis, seja qual for a sua condição ou estado, são chamados pelo Senhor à perfeição do Pai, cada um pelo seu caminho» (301).
826. A caridade é a alma da santidade à qual todos são chamados: «É ela que dirige todos os meios de santificação, lhes dá alma e os conduz ao seu fim»(302):
«Compreendi que, se a Igreja tinha um corpo composto de diferentes membros, o mais necessário, o mais nobre de todos não lhe faltava: compreendi que a igreja tinha um coração, e que esse coração estava ardendo de amor. Compreendi que só o Amor fazia agir os membros da Igreja; que se o Amor se apagasse, os apóstolos já não anunciariam o Evangelho, os mártires recusar-se-iam a derramar o seu sangue... Compreendi que o Amor encerra todas as vocações, que o Amor é tudo, que abarca todos os tempos e lugares ... numa palavra, que ele é Eterno» (303).
827. «Enquanto que Cristo, santo e inocente, sem mancha, não conheceu o pecado, mas veio somente expiar os pecados do povo, a Igreja, que no seu próprio seio encerra pecadores, é simultaneamente santa e chamada a purificar-se, prosseguindo constantemente no seu esforço de penitência e renovação» (304). Todos os membros da Igreja, inclusive os seus ministros, devem reconhecer-se pecadores (305). Em todos eles, o joio do pecado encontra-se ainda misturado com a boa semente do Evangelho até ao fim dos tempos (306). A Igreja reúne, pois, em si, pecadores abrangidos pela salvação de Cristo, mas ainda a caminho da santificação:
A Igreja «é santa, não obstante compreender no seu seio pecadores, porque ela não possui em si outra vida senão a da graça: é vivendo da sua vida que os seus membros se santificam; e é subtraindo-se à sua vida que eles caem em pecado e nas desordens que impedem a irradiação da sua santidade. É por isso que ela sofre e faz penitência por estas faltas, tendo o poder de curar delas os seus filhos, pelo Sangue de Cristo e pelo dom do Espírito Santo» (307).
828. Ao canonizar certos fiéis, isto é, ao proclamar solenemente que esses fiéis praticaram heroicamente as virtudes e viveram na fidelidade à graça de Deus, a Igreja reconhece o poder do Espírito de santidade que está nela, e ampara a esperança dos fiéis, propondo-lhes os santos como modelos e intercessores (308). «Os santos e santas foram sempre fonte e origem de renovação nos momentos mais difíceis da história da Igreja (309)». «A santidade é a fonte secreta e o padrão infalível da sua actividade apostólica e do seu dinamismo missionário» (310).
829. «Na pessoa da Santíssima Virgem, a Igreja alcançou já aquela perfeição, sem mancha nem ruga, que lhe é própria. Mas os fiéis de Cristo têm ainda de trabalhar para crescer em santidade, vencendo o pecado. Por isso, levantam os olhos para Maria»(311): nela, a Igreja é já plenamente santa.

III. A Igreja é católica
QUE QUER DIZER «CATÓLICA»?
830. A palavra «católico» significa «universal» no sentido de «segundo a totalidade» ou «segundo a integridade». A Igreja é católica num duplo sentido:
É católica porque Cristo está presente nela: «onde está Jesus Cristo, aí está a Igreja Católica» (312). Nela subsiste a plenitude do Corpo de Cristo unido à sua Cabeça (313), o que implica que ela receba d'Ele a «plenitude dos meios de salvação» (314) que Ele quis: confissão de fé recta e completa, vida sacramental integral e ministério ordenado na sucessão apostólica. Neste sentido fundamental, a Igreja era católica no dia de Pentecostes (315) e sê-lo-á sempre até ao dia da Parusia.
831. É católica, porque Cristo a enviou em missão à universalidade do género humano (316):
«Todos os homens são chamados a fazer parte do povo de Deus. Por isso, permanecendo uno e único, este povo está destinado a estender-se a todo o mundo e por todos os séculos, para se cumprir o desígnio da vontade de Deus que, no princípio, criou a natureza humana na unidade e decidiu enfim reunir na unidade os seus filhos dispersos [...]. Este carácter de universalidade que adorna o povo de Deus é dom do próprio Senhor. Graças a tal dom, a Igreja Católica tende a recapitular, eficaz e perpetuamente, a humanidade inteira, com todos os bens que ela contém, sob Cristo Cabeça, na unidade do Seu Espírito (317).
CADA UMA DAS IGREJAS PARTICULARES É «CATÓLICA»
832. «A Igreja de Cristo está verdadeiramente presente em todas as legítimas comunidades locais de fiéis que, unidas aos seus pastores, recebem, também elas, no Novo Testamento, o nome de Igrejas [...]. Nelas, os fiéis são reunidos pela pregação do Evangelho de Cristo e é celebrado o mistério da Ceia do Senhor [...]. Nestas comunidades, ainda que muitas vezes pequenas e pobres ou dispersas, está presente Cristo, por cujo poder se constitui a Igreja una, santa, católica e apostólica» (318).
833. Entende-se por Igreja particular, que é em primeiro lugar a diocese (ou «eparquia»), uma comunidade de fiéis cristãos em comunhão de fé e de sacramentos com o seu bispo, ordenado na sucessão apostólica (319). Estas Igrejas particulares «são formadas à imagem da Igreja universal; é nelas e a partir delas que existe a Igreja Católica una e única» (320).
834. As Igrejas particulares são plenamente católicas pela comunhão com uma de entre elas: a Igreja Romana, «que preside à caridade» (321). «Com esta Igreja, mais excelente por causa da sua origem, deve necessariamente estar de acordo toda a Igreja, isto é, os fiéis de toda a parte» (322). «Desde que o Verbo Encarnado desceu até nós, todas as Igrejas cristãs de todo o mundo tiveram e têm a grande Igreja que vive aqui (em Roma)como única base e fundamento, porque, segundo as próprias promessas do Salvador, as portas do inferno nunca prevalecerão sobre ela» (323).
835. «A Igreja universal não deve ser entendida como simples somatório ou, por assim dizer, federação de Igrejas particulares [...]. Mas é antes a Igreja, universal por vocação e missão, que lançando raiz numa variedade de terrenos culturais, sociais e humanos, toma em cada parte do mundo aspectos e formas de expressão diversos» (324). A rica variedade de normas disciplinares, ritos litúrgicos, patrimónios teológicos e espirituais, próprios das Igrejas locais, «mostra da forma mais evidente, pela sua convergência na unidade, a catolicidade da Igreja indivisa» (325).

QUEM PERTENCE À IGREJA CATÓLICA?
836. «Todos os homens são chamados [...] à unidade católica do povo de Deus; de vários modos a ela pertencem, ou para ela estão ordenados, tanto os fiéis católicos como os outros que também acreditam em Cristo e, finalmente, todos os homens sem excepção, que a graça de Deus chama à salvação» (326):
837. «Estão plenamente incorporados na sociedade que é a Igreja aqueles que, tendo o Espírito de Cristo, aceitam toda a sua organização e todos os meios de salvação nela instituídos, e que, além disso, pelos laços da profissão de fé, dos sacramentos, do governo eclesiástico e da comunhão, estão unidos no todo visível da Igreja, com Cristo que a dirige por meio do Sumo Pontífice e dos bispos. Mas a incorporação não garante a salvação àquele que, por não perseverar na caridade, está no seio da Igreja «de corpo» mas não «de coração» (327).
838. «Com aqueles que, tendo sido baptizados, têm o belo nome de cristãos, embora não professem integralmente a fé ou não guardem a unidade de comunhão com o sucessor de Pedro, a Igreja sabe-se unida por múltiplas razões» (328). «Aqueles que crêem em Cristo e receberam validamente o Baptismo encontram-se numa certa comunhão, embora imperfeita, com a Igreja Católica» (329). Quanto às Igrejas Ortodoxas, esta comunhão é tão profunda «que bem pouco lhes falta para atingir a plenitude, que permita uma celebração comum da Eucaristia do Senhor» (330).

A IGREJA E OS NÃO-CRISTÃOS
839. «Aqueles que ainda não receberam o Evangelho estão também, de uma de ou outra forma, ordenados ao povo de Deus» (331):
A relação da Igreja com o Povo Judaico. A Igreja, povo de Deus na nova Aliança, ao perscrutar o seu próprio mistério, descobre o laço que a une ao povo judaico (332), «a quem Deus falou primeiro» (333). Ao invés das outras religiões não cristãs, a fé judaica é já uma resposta à revelação de Deus na antiga Aliança. É ao povo judaico que «pertencem a adopção filial, a glória, as alianças, a legislação, o culto, as promessas [...] e os patriarcas; desse povo Cristo nasceu segundo a carne» (Rm 9, 4-5); porque «os dons e o chamamento de Deus são irrevogáveis» (Rm 11, 29).
840. Aliás, quando se considera o futuro, o povo de Deus da Antiga Aliança e o novo povo de Deus tendem para fins análogos: a esperança da vinda (ou do regresso) do Messias. Mas a esperança é, dum lado, a do regresso do Messias, morto e ressuscitado, reconhecido como Senhor e Filho de Deus: do outro, a da vinda no fim dos tempos do Messias, cujos traços permanecem velados – expectativa acompanhada pelo drama da ignorância ou do falso conhecimento de Cristo Jesus.
841. Relações da Igreja com os muçulmanos. «O desígnio de salvação envolve igualmente os que reconhecem o Criador, entre os quais, em primeiro lugar, os muçulmanos que declarando guardar a fé de Abraão, connosco adoram o Deus único e misericordioso que há-de julgar os homens no último dia» (334).
842. A ligação da Igreja com as religiões não cristãs é, antes de mais, a da origem e do fim comuns do género humano:
«De facto, todos os povos formam uma única comunidade; têm uma origem única, pois Deus fez que toda a raça humana habitasse à superfície da terra; têm também um único fim último, Deus, cuja providência, testemunhos de bondade e desígnio de salvação se estendem a todos, até que os eleitos sejam reunidos na cidade santa» (335).
843. A Igreja reconhece nas outras religiões a busca, «ainda nas sombras e sob imagens», do Deus desconhecido mas próximo, pois é Ele quem a todos dá vida, respiração e todas as coisas e quer que todos os homens se salvem. Assim, a Igreja considera tudo quanto nas outras religiões pode encontrar-se de bom e verdadeiro, «como uma preparação evangélica e um dom d'Aquele que ilumina todo o homem, para que, finalmente, tenha a vida» (336).
844. Mas no seu comportamento religioso, os homens revelam também limites e erros que desfiguram neles a imagem de Deus:
«Muitas vezes, enganados pelo Maligno, transviaram-se nos seus raciocínios, trocando a verdade de Deus pela mentira. Preferindo o serviço da criatura ao do Criador, ou vivendo e morrendo sem Deus neste mundo, expuseram-se ao desespero final» (337).
845. Foi para reunir de novo todos os seus filhos, desorientados e dispersos pelo pecado, que o Pai quis reunir toda a humanidade na Igreja do seu Filho. A Igreja é o lugar onde a humanidade deve reencontrar a sua unidade e a salvação. Ela é «o mundo reconciliado» (338); é a nau que «navega segura neste mundo, ao sopro do Espírito Santo, sob a vela panda da Cruz do Senhor» (339). Segundo uma outra imagem, querida aos Padres da Igreja, ela é figurada pela arca de Noé, a única que salva do dilúvio (340).
§846 Como entender esta afirmação, com freqüência repetida pelos Padres da Igreja? Formulada de maneira positiva, ela significa que toda salvação vem de Cristo-Cabeça por meio da Igreja, que é seu Corpo:
Apoiado na Sagrada Escritura e na Tradição, [o Concílio] ensina que esta Igreja peregrina é necessária para a salvação. O único mediador e caminho da salvação é Cristo, que se nos torna presente em seu Corpo, que é a Igreja. Ele, porém, inculcando com palavras expressas a necessidade da fé e do batismo, ao mesmo tempo confirmou a necessidade da Igreja, na qual os homens entram pelo Batismo, como que por uma porta. Por isso não podem salvar-se aqueles que, sabendo que a Igreja católica foi fundada por Deus por meio de Jesus Cristo como instituição necessária, apesar disso não quiserem nela entrar ou nela perseverar.
§847 Esta afirmação não visa àqueles que, sem culpa, desconhecem Cristo e sua Igreja:
"Aqueles, portanto, que sem culpa ignoram o Evangelho de Cristo e sua Igreja, mas buscam a Deus com coração sincero e tentam, sob o influxo da graça, cumprir por obras a sua vontade conhecida por meio do ditame da consciência podem conseguir a salvação eterna".
§848 "Deus pode, por caminhos dele conhecidos, levar à fé todos os homens que sem culpa própria ignoram o Evangelho. Pois 'sem a fé é impossível agradar-lhe' Mesmo assim, cabe à Igreja o dever e também o direito sagrado de evangelizar" todos os homens.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

POLÍTICA & POLITICAGEM



O Brasil enfrentará dentro de poucos dias, mais uma eleição para escolha dos Prefeitos e Vereadores.
         Considerando o vendaval de escândalos que norteiam as administrações governamentais atingindo os três Poderes, vamos excluir do comentário o Judiciário que não depende de eleição. Ficam à mercê do voto, o Executivo e o Legislativo.
         Sem dúvida alguma, e felizmente, somos providos do melhor dos regimes políticos que possa existir: o Democrático.
         Contudo, para o exercício da democracia existe um pressuposto: o de que todos os eleitores sejam conscientes, politizados e cidadãos patrióticos. Afinal, “A democracia é o governo do povo, pelo povo, para o povo” segundo Abrahan Lincoln. Ótimo!
         Combina com a palavra grega “demos” que significa povo. E que “Nas democracias, é o povo quem detém o poder soberano sobre o poder legislativo e o executivo”.
         Ainda, pedindo ajuda para o filósofo grego Aristóteles, aprendemos que “a política é a ciência que tem por objetivo a felicidade humana e divide-se em ética (que se preocupa com a felicidade individual do homem na Cidade-Estado, ou pólis), e na política propriamente dita (que se preocupa com a felicidade coletiva). A política situa-se no âmbito das ciências práticas, ou seja, as ciências que buscam conhecimento como meio para a ação”, que ainda dizia: “Vemos que toda cidade é uma espécie de comunidade, e toda comunidade se forma com vistas a algum bem, pois todas as ações de todos os homens são praticadas com vistas ao que lhes parece um bem; se todas as comunidades visam algum bem, é evidente que a mais importante de todas elas e que inclui todas as outras, tem mais que todas, este objetivo e visa ao mais importante de todos os bens; ela se chama cidade e é a comunidade política" (Pol., 1252a).” Que maravilha!
         Então é isso que o povo brasileiro fará no dia 7 de outubro próximo: Buscar eleger homens preparados para o bem estar tanto individual como coletivo, a felicidade humana, todos com vistas a algum bem que pareça ser o melhor, o mais importante de todos os bens imaginados para o bem estar dos indivíduos e, via de conseqüência, para toda a comunidade.
         Então a coisa é seria!
         Iremos confiar por um período a nossa cidade a um chefe do Executivo Municipal que se chama Prefeito, auxiliado por um Legislativo, a Câmara Municipal representada pelos Vereadores.
         Como escolher as pessoas certas? Aqui a dificuldade, pois que para se alcançar qualquer emprego ou assumir responsabilidade empresarial ou trabalhista, são exigidos provas de formação, testes e concursos para conferir conhecimentos e capacidade, enquanto que para administrar o povo brasileiro, serve qualquer um, mesmo que desclassificado culturalmente, moralmente, ou semianalfabeto. É o fenômeno negativo que vem tomando espaço na seara política.
         Sempre ressalvando a presença de homens honrados e dignos, infelizmente a predominância caminha em sentido contrário. E quem escolhe é o povo.
         Quem não sabe das falcatruas, dos acertos políticos, do toma lá, da cá, do prejudicial populismo faccioso que cega os humildes, dos “mensalões” e outros casuísmos que se praticam por aí. Inimigos de hoje serão amigos nas próximas eleições e vice-versa, com as inimizades e reconciliações acontecendo desavergonhadamente como se fosse algo normal, aceitável.
         Isso acontece em toda a parte. Mas nas cidades pequenas é muito mais perceptível quando se vê grupos de amigos tornarem-se inimigos agressivos, malcriados, difamantes e caluniadores...  Que pena!
         Isso tudo está afastando as boas lideranças das disputas políticas, pois que, via de regra, ao concorrerem os votos são destinados a favor de candidatos menos capacitados além do risco de verem a sua idoneidade moral ilibada de uma vida toda ser achincalhada.
         Éh! . . . Esperava-se uma nivelação cultural política por cima, mas até agora não aconteceu. O baixo nível dos debates mostra rusgas contra os concorrentes, mais preocupados em apontar os defeitos alheios do que falar das suas próprias virtudes e propostas. Ainda falta muita cultura, melhorias escolares, formação política, conscientização, bons exemplos, e voltar a disciplina de educação moral e cívica nas escolas para preparar uma nova geração de políticos e eleitores,  e de uma forma prática, que nas atitudes pessoais nos diversos segmentos, os políticos e a sociedade em geral testemunhem a honestidade, o amor ao seu município e à pátria.
         Enquanto não mudar, o brasileiro deve alegrar-se pelos poucos bons que tem e contentar-se com o resto, afinal, eles foram escolhidos pelo povo, daí porque sou obrigado a admitir: Eles não têm culpa por terem sido eleitos!
Diac. Narelvi

domingo, 23 de setembro de 2012

SOMOS IMPIOS OU JUSTOS?



REFLEXÃO DOMINICAL - 25º DTC Ano B – 23.09.2012
Sab 2,12.17-20; Tg 3,16-4,3; Mc 9,30-37

Prezados amigos e irmãos em Jesus Cristo.

1ª PARTE

         Hoje somos chamados a refletir sobre como reagir às provocações dos ímpios que investem contra os justos porque não querem ser advertidos na sua maneira errada de proceder.
         Justos são as pessoas de bem, tementes a Deus, que como seguidoras de Cristo tem o dever de agir corretamente diante dos irmãos, da comunidade, seja dentro ou fora da Igreja como líderes em todas as atividades civis ou religiosas. Ensinar a prática do bem, corrigir sob a luz do Evangelho, eis uma das grandes missões esperada dos cristãos.
            Entretanto, nem sempre a verdade é bem aceita e a repulsa dos ímpios é manifestada com maldades e armadilhas, não apenas em termos de vingança, mas também como provação da fé imposta por eles mesmos, em termos de desafio tanto da resistência dos crentes como da presença de Deus. 
            Os incrédulos querem, com suas astúcias, medir a paciência e a perseverança dos leais a Cristo. Afinal, dizem eles, se os justos são protegidos por Deus, "Vamos pô-los à prova com ofensas e torturas e condená-los a uma morte vergonhosa"  para ver se Deus virá ao seu socorro.

2ª PARTE

         Em sua carta, de certa forma São Tiago responde a questão colocando a inveja e rivalidade como extremos que provocam atritos entre os homens, muitas vezes ímpios da mesma fé.
         A solução está na confiança em Deus que age com sabedoria e paz premiando os seus fiéis com a coragem dos que amam e verdadeiramente fazem a vontade do Pai.
         São Tiago exemplifica mostrando as guerras, paixões, conflitos, cobiças, assassinatos e tantas outras formas de maldades como consequências do próprio homem, somente superáveis pela paz que vem do alto quando se abre o coração e se deixa seguir pela vontade de Deus. 
            O ímpio, o malvado, jamais obterá êxito em suas ações porque está no lado errado da vida e o Senhor jamais cederá ao pecado ou atenderá pedidos para a prátrica de ilicitudes.
          Aliás, muito apropriada a censura que o Apóstolo faz contra os que pedem a Deus resultados maldosos ou inconvenientes, advertindo-os de que Deus somente atenderá aos que souberem pedir.         
        
3ª PARTE

Marcos
         No Evangelho, nos deparamos com Jesus ensinando seus discípulos sobre a morte e ressurreição do “Filho do Homem”.
         Os discípulos não entenderam o significado da lição, mas a caminhada para Cafarnaum continuou. Lá chegando, Jesus como bom mestre, havia observado que os discípulos discutiam no caminho e em casa perguntou-lhes sobre do que se tratava a conversa deles. Ficaram calados porque o assunto deles não dizia respeito aos ensinamentos, mas sobre quem dentre eles era o maior.  
         Foi preciso Jesus convocar os doze apóstolos e coloca-los em igualdade de condições ensinado-lhes que para ser o primeiro, é necessário conhecer o gesto da humildade, de  colocar-se na posição de servo de todos. E aproveita da presença de uma criança para mostrar a simplicidade que deve prevalecer no coração dos homens: Acolher uma criança é acolher Jesus, disse Ele, e quem acolhe Jesus acolhe também o Pai que O enviou.
         Irmãos e irmãs, o Reino de Deus não está distante. Deus não está longe do nosso alcance. A distância entre nós e Deus é medida pela nossa conduta de ímpio ou de justo.
         Quanto mais evitarmos as obras más, quanto mais nos tornarmos humildes e nos aproximarmos do jeito simples de uma criança, nos tornaremos justos e encurtaremos a distancia que nos separa de Deus. Portanto, a receita é bem simples. Basta segui-la confiante em Jesus e saber pedir e conseguiras deixar Deus bem pertinho de você.
Louvado seja N.S. Jesus Cristo
Diac. Narelvi.  

sábado, 22 de setembro de 2012

DONA IRACEMA BITTENCOURT - 3



Discurso proferido pelo historiador morretense 
ERIC JOUBERT HUNZICKER nas exéquias de dona Iracema Bittencourt



Autoridades presentes, Senhoras, Senhores e em especial os Familiares dessa que foi e sempre será a nossa inesquecível educadora, professora, amiga.

Dona Iracema, quem poderá hoje afirmar por quantas gerações a Senhora foi responsável pelos ensinamentos a elas ministrados. É muito difícil. Mas, estas mesmas gerações jamais esquecerão aquela figura de fibra, que nos idos de 1948 iniciou a dirigir o nosso mais importante estabelecimento de ensino. O Miguel Schleder. Em todas às áreas possíveis, vamos encontrar profissionais que ouviram seus ensinamentos.

Dona Iracema, receba neste momento a homenagem imorredoura, pura e sincera de milhares de morretenses e morreteanos, que tiveram a honra de passar pelas suas mãos de lente.

Não podemos deixar de notar que, acaso ou não, seu exemplo de civismo e religiosidade fez com que seu traspasse ocorresse quando em nossa cidade comemoramos as duas datas mais importantes das solenidades cívicas e religiosas: A Independência do Brasil e Nossa Senhora do Porto.

Aproveitando excertos do discurso escrito e proferido pelo Professor Arlindo de Castro, em 25 de agosto de 1966, e transcrito no livro Tenho Dito, Discursos de Marcos Luiz De Bona desejamos registrar que:



“Nasceu na Galiléia o maior dos Professores!

No dia desse advento.

Um arrepio de susto, um estremecimento.

Acendeu pelos céus esplendorosa luz.

E dessa estranha luminosidade

Foi que nasceu Jesus.

O Grande Mestre, o Redentor da Humanidade!

Filho de Deus Ele ensinou bondade...

Mostrou que amor só com amor se paga

E que a maior virtude é a caridade.

Dona Iracema, como Jesus, foi Educadora!

Herdaste dele a glória de ensinar.

A glória até de preparar doutores!

E nunca esqueceu, porém,

De que a suprema luz

De que o supremo bem

vêm dos ensinamentos de Jesus

Dona Iracema, a Senhora será a nossa eterna Professora!!!”



Por favor, amigos, se uma lágrima brotar e rolar pelo seu rosto, não a esconda e, se alguém a ver, não a enxugue. Diga apenas que não é ou não foi nada, ou melhor, foi apenas um cisco de saudade que vamos sentir da Dona Iracema, que se desprendeu do passado e caiu no canto dos seus olhos.



Eric Joubert Hunzicker

DONA IRACEMA BITTENCOURT - 1




Dona Iracema Bittencourt
+ 08.09.2012

         Aos poucos, todos se vão. Assim é a vida. Agora foi a vez da nossa querida professora Dona Iracema.
         No dia oito nos despedimos de uma dos mais ilustres morretenses que já tivemos. Trazendo na sua formação a educação da  família Bittencourt, Dona Iracema foi professora, amiga, conselheira, católica exemplar, querida por todos, que até os últimos dias da sua vida foi mestra de todas as virtudes, desde cedo exercendo brilhantemente o seu magistério, sempre presente nos momentos cívicos, educacionais, sociais, comunitários e religiosos.
         Dona Iracema tinha dentro de si o dom de servir e ensinar, de lembrar de seus alunos, amigos e conhecidos, sempre manifestando no dia a dia o seu carinho sem esquecer dos momentos marcantes daqueles que fizeram parte da sua vida com suas mensagens de felicitações e apoio.
         Quanto a mim lembro-me dela desde criança como seu aluno, e de tantos outros momentos como o da minha formatura em direito e da minha ordenação diaconal que ela não deixou passar em branco.
         Sempre amiga, até o final educou com firmeza e sabedoria, e até mesmo quando caminhava faceira elegante e discreta no vestir, transmitia sinais de amizade e de respeito, e seu olhar e sorriso meigo cativava e contagiava quem  dela se aproximava.
         Ela nos deixou nesta terra, mas goza da alegria celeste. Resta-nos a saudade e mantê-la viva em nossos pensamentos como modelo de pessoa a ser seguido.
         Dona Iracema, obrigado pelo que a senhora representou na vida de tanta gente. Mando-lhe com carinho, o meu abraço e o de minha esposa Belisa também lembrada nos seus elogios.
Diac. Narelvi 


MENSAGEM DE DONA IRACEMA PARA O DIAC. NARELVI:

Narelvi
Que no momento sublime deste dia,
em que recebes o Sacramento da Ordem
no grau de Diaconato Permanente,
o Senhor cubra-o de bênçãos,
conduzindo-o pelo caminho do bem,
tornando cada momento repleto de paz,
alegria e graças, rodeado pelo calor humano
e pela amizade dos que te querem bem.
Com respeito, meu abraço.
Sempre a Iracema.
Domingo, 28/11/99