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domingo, 26 de fevereiro de 2012

CONVERTEI-VOS E CREDE NO EVANGELHO - Quaresma

Gn 9,8-15; 1Pd 3,18-22; Mc 1,12-15
Reflexão dominical – 1º. Domingo da Quaresma – 26.02.2012 – Ano B

Prezados amigos e irmãos em Jesus Cristo.

Desde o inicio dos tempos o homem atribuiu a Deus a iniciativa de todos os males. Se chove muito, se ocorre a seca, ou uma guerra, quando acontece a morte, o dilúvio e tantos outros fenômenos naturais eram atribuídos a ira de Deus. 
Vemos no Gênesis de hoje, a história de Noé, a grande enchente, o enorme barco conduzindo a sua família e todas as espécies de animais. Vontade de Deus? Deus estaria se vingando dos pecadores daquele tempo?
O dilúvio existiu? Tudo indica que sim. Mas comungo da idéia de que foi um fenômeno natural que serviu e inspirou o escritor da bíblia para demonstrar a bondade de Deus em favor daqueles que O aceitam.
Na salvação da família de Noé está a figura de Deus salvando a humanidade, pois que na época do dilúvio os homens viviam mais para o pecado e o episódio mostra o privilégio de Noé por ter agradado a Deus.
Deus acompanha os passos dos homens. Sabe muito bem quando eles comportam-se com dignidade e respeito, e também quando decaem na sua moral e aprofundam-se na violência, no ódio, na pratica do mal uns contra os outros. E como Criador que ama as suas criaturas, sabe como e o momento certo para intervir, sem jamais destruir, castigar ou vingar.
Quando disse a Noé que estabeleceria uma aliança com ele, referia-se a aliança com todos os homens, servindo o acontecimento do dilúvio, a salvação de Noé e sua família, como perspectiva de uma mudança de vida, de um abandono do mal para viver a prática do bem.

Interessante como São Paulo traça um paralelo entre o dilúvio, a arca e o batismo. Assim como a arca salvou Noé e os seus, o Batismo salva a todos que se submetem. A água do dilúvio acabou por permitir a Noé a sua salvação assim como agora a água do Batismo faz o homem renascer. E aponta o Cristo como Salvador da humanidade, dizendo que Jesus morreu uma única  vez pelos nossos pecados a fim de os conduzir a Deus. O Batismo, então, comunica o Espírito da Vida, a água que destrói o pecado, conforme o próprio Cristo instituiu e ensinou.

Irmãos, estamos iniciando a Quaresma. Veja o sentido da condução de Jesus ao deserto: mostrar que necessitamos de momentos de recolhimento, de meditação, de desapego das coisas materiais. Mostrou também a vulnerabilidade do homem à tentação do demônio. Porém, o mais importante foi a lição de que alimentados espiritualmente, com a fé fortalecida pela oração e pelos retiros espirituais individuais e os que a Igreja oferece, o homem é capaz de resistir ao pecado e de conquistar uma vida santa.
Lembramos nesses dias que o tempo de pecado está contado, e que o alcance do Reino depende somente de aceitar o convite de Jesus: “Convertei-vos e crede no Evangelho”, mensagem que você ouviu ao receber as cinzas da quarta-feira.  

Louvado seja N.S. Jesus Cristo.
Diác. Narelvi.

Q U A R E S M A

Quaresma[1]
2012
Diác. Narelvi

         O sentido da quaresma está na preparação para a Páscoa e com esse objetivo foi que surgiu aproximadamente há duzentos anos d.C o costume de reservar três dias dedicados a oração, meditação e jejum em memória da morte de Jesus.    Pelo ano 350 d.C esse tempo foi aumentado para 40 dias, daí a expressão quaresma.

         Na Bíblia, muitas vezes os números são simbólicos. O numero 40, por exemplo, era empregado para indicar um período como os 40 dias e 40 noites de Moisés na montanha, a duração do dilúvio, etc. Enfim, servia para indicar um tempo de algum acontecimento importante. 

         Naturalmente que a mais importante data da cristandade é a que comemora a Ressurreição de Jesus, a Páscoa, quando Ele mostra sua vitória sobre a morte e demonstra a sua divindade.

         Para um momento tão importante, nada mais oportuno do que dedicar um tempo especial prévio para que o homem medite e se reencontre com o Senhor através do arrependimento, da penitencia e do perdão. Não que nos outros dias sejam dispensados os atos penitenciais, mas realmente se torna a quaresma um tempo forte e especial para a reconciliação e conversão.

         O roxo do tempo da quaresma é para significar que devemos concentrar as nossas ações religiosas e cotidianas num constante exercício de penitencia, voltando os nossos pensamentos para o nosso interior lembrando o quanto Jesus sofreu por nossa causa, pelos nossos pecados, até a morte na cruz para que pudéssemos alcançar a Salvação.

         É um tempo de reconciliação plena, entre amigos, irmãos, maridos, esposas e filhos, de acabar com as inimizades, com os preconceitos sociais e religiosos. É um momento de retomada da PAZ.

         Para enriquecer esse momento quaresmal a Igreja promove diversos atos litúrgicos voltados ao arrependimento e ao perdão, com Missas, confissões, cultos, vias sacras, procissões, até chegar a Semana Santa com comoventes celebrações como a via sacra, trasladação do Senhor dos Passos, Benção dos Ramos, Lava-pés, Missa da Ceia do Senhor (Instituição da Eucaristia), Celebração da Paixão e Morte do Senhor, Procissão do enterro do Senhor, do encontro de Jesus com sua Mãe, o canto da Verônica, e outras atividades religiosas dependendo dos costumes e do ânimo da comunidade, até chegar ao tríduo Pascal terminando com a solene Missa da Páscoa no domingo.


[1] Subsídios: Celebrando a Palavra, de Fernando Armellini, Ano B, Ed. Ave Maria.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

JÁ NÃO ME LEMBRAREI DOS TEUS PECADOS - 1ª parte

Reflexão dominical - 7º DTC – Ano B – 19.02.2012
 Is 43,18-19.21-22.24b-25; Cor 1, 18-22; Mc 2,1-12

1ª PARTE
(clicar no assunto "reflexão dominical" para ver as duas partes)
         
         Isaias nos traz uma mensagem muito consoladora.
         Como Deus olhará para nós se considerarmos o nosso passado como um tempo de pecado e de vergonha?
         Muitos se perguntam ou então apontam o dedo para os reconciliados que saíram dos vícios pecaminosos de outrora e se transformaram em pessoas idôneas e convertidas, para uma vida religiosa como leigos e leigas engajados na vida de Igreja e até mesmo como ministros ordenados.
         A leitura de Isaias inicia assim: “Assim fala o Senhor: ‘Não relembreis coisas passadas, não olheis para fatos antigos’”.  E termina assim: “Sou eu mesmo que cancelo tuas culpas por minha causa e já não me lembrarei de teus pecados”.
         Deus é a essência do amor, da reconciliação e do perdão. Por difícil que seja de entender, Deus espera do pecador um simples gesto de arrependimento e para isso Ele prepara todo o seu caminho e tudo faz para que encontre espaços para mudanças. Para que isto aconteça, o Senhor fará coisas que parecem impossível: “abrirei uma estrada no deserto e farei correr rios na terra seca”, diz.
         Meus irmãos, quando nos aproximamos da confissão e recebemos a absolvição, todos os pecados são perdoados e deixam de existir. É como se Deus passasse uma borracha. O pecado perdoado desaparece, deixa de existir. Portanto, o homem reconciliado é uma pessoa nova. Nada do que tenha ele feito de errado no passado, nem sombra dele, deve ser lembrado nem pelo reconciliado e menos ainda pelos ouros reparadores da vida alheia. E deveria ser assim também na linha da conduta humana em sociedade.
         Logo, meus irmãos, se alguém errou no passado, que isso possa lhe servir como exemplo a ser comparado para firmeza dos passos futuros, porém, jamais para sentir-se culpado a vida inteira por algo que Deus já perdoou.     

Na carta de São Paulo podemos aproveitar para completar a reflexão.
Embora Deus perdoe sempre, espera de nós fidelidade.   Ele quer que a nossa resposta seja sempre SIM para os seus ensinamentos, e não SIM e NÃO ao mesmo tempo.
O SIM que Deus espera, e que o AMÉM também representa, deve ser firme para o reconciliado, um propósito de vida. Mesmo sob a nossa fraqueza espiritual, cada um tem o dever de assumir uma posição coerente com a dignidade humana, com uma vida santa. Aproveitar dos caminhos que o Senhor abre para cada dia reencontrar a perfeição.
 CONTINUA

JÁ NÃO ME LEMBRAREI DOS TEUS PECADOS - 2ª parte.

Reflexão dominical - 7º DTC - Ano B - 19.02.2012
 Is 43,18-19.21-22.24b-25; Cor 1, 18-22; Mc 2,1-12

2ª PARTE
(clicar no assunto "reflexão dominical" para ver as duas partes)

Um dos caminhos de Deus encontramos em Jesus Cristo. O Evangelho de hoje ensina que Jesus tem o poder de perdoar os pecados.
Naturalmente que compete ao pecador enxergar a Luz de Cristo e demonstrar a sua intenção de viver uma vida digna. Deus é acolhedor, mas não arrasta ninguém na marra.
Na historia do paralítico que foi conduzido por quatro homens e que para chegar a Jesus rumaram no meio da multidão, subiram na casa, abriram o teto e pela abertura baixaram aquele homem doente na busca de cura bem diante de Jesus que reconhecendo a sua fé,  não espera e de pronto perdoa os seus pecados: “Filho os teus pecados estão perdoados”.  
Somente depois de questionamentos entre os Mestres da Lei captados por Jesus veio-lhes a resposta em forma de pergunta: “O que é mais fácil: dizer ao paralítico ‘os teus pecados estão perdoados’  ou dizer:  ‘Levanta-te, pega a tua cama e anda’?
Jesus quis dizer que era muito mais fácil perdoar os pecados. Mas não deixou de curar aquele homem.
A lição de Jesus, portanto, foi nos fazer ver que verdadeiramente tem Ele o poder de perdoar os pecados dependendo exclusivamente do desejo do pecador.
Na reflexão de hoje, tranquilizemos os nossos corações para que tenhamos a certeza de que, uma vez reconciliados, nada do nosso passado de culpas perturbará o nosso momento presente e nem o futuro.
Jesus é assim. Vale a pena ser seu amigo e seguidor, de alguém que nos faz exclamar como aqueles que testemunharam o perdão e a cura do paralítico: “Nunca vimos uma coisa assim”.
Louvado seja N.S. Jesus Cristo
Diác. Narelvi

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

DOM LADISLAU BIERNASKI, UM AMIGO E INCENTIVADOR DO DIACONATO PERMANENTE.

* 1937   +  13.02.2012

Tristeza para a Igreja terrena, mas alegria para a Igreja celeste. Faleceu ontem, Dom Ladislau Biernaski um homem de origem simples e que na simplicidade viveu e jamais portou-se com soberba apesar da sua excelente formação em todos os níveis dos conhecimentos humanos, principalmente dentro da sua maior vocação: a religiosa.

Dom Ladislau foi bispo auxiliar da Arquidiocese de Curitiba-Paraná de 1979 a 2006 tendo sido nomeado Bispo da Diocese de São José dos Pinhais em 06 de dezembro de 2006 e teve o privilégio de ter recebido a ordenação episcopal das sagradas mãos do hoje beato João Paulo II, em Roma.  

Um homem de Deus que teve a sua vida toda cheia de virtudes e como bispo soube liderar o povo  como verdadeiro pastor conduzindo-o com muita humildade e compreensão sempre com seus olhos voltados para os irmãos necessitados, premiando a Igreja Católica com os seus méritos.

"Ele é a nossa paz"

Conforme disse o Pe. Carlos Alberto Chiquim em sua mensagem, “Dom Ladislau era Lazarista e conhecido pela sua atuação junto às pastorais e movimentos sociais. O Paraná perde o seu maior profeta, homem simples, identificado com o povo e o grande defensor dos pobres, pequenos e injustiçados. “Ele é a nossa paz” era o lema de Dom Ladislau, lema este que vivenciou durante toda a sua vida de padre, bispo auxiliar e bispo diocesano. Atuante junto à Comissão Pastoral da Terra, da qual foi seu presidente até 2011, Dom Ladislau não media esforços para intermediar questões políticas e sociais, quando a vida dos mais simples estava em jogo. Fundador de pastorais sociais e entidades de defesa da vida, Dom Ladislau foi o secretario da CNBB, Regional Sul II para o quadriênio2007-2011”, além de outros infindáveis serviços.

Para nós diáconos permanentes, Dom Ladislau demonstrou sempre respeito e amizade, e reconhecia o tripé clerical: Bispos, presbíteros e diáconos sem os quais a Igreja não existiria.
Desde o seu tempo de bispo auxiliar de Curitiba, a sua participação pela instituição do diaconato permanente, ao lado de Dom Pedro Fedalto e Dom Mocyr José Vitti, inegavelmente foi decisiva para tornar realidade a Escola Diaconal São Filipe de Curitiba inclusive na condição de responsável pelo acompanhamento dos candidatos e diáconos, sempre presente, portanto, com suas palestras e orientações.  
Ao assumir a diocese de São José dos Pinhais, continuou confiando nos diáconos permanentes sob sua jurisdição atribuindo-lhes tarefas importantes na administração da diocese. Sempre foi amigo e acessível formando e ordenando novos diáconos permanentes.
Lamentamos a sua morte porque nos faz falta. Mas nos sentimos confortados porque tivemos um líder e dirigente espiritual, amigo de coração aberto, que hoje goza no Céu o prêmio merecido dos justos.
Que o seu exemplo, Dom Ladislau, fortaleça a nossa fé.
Diac. Narelvi

domingo, 12 de fevereiro de 2012

IMPURO! IMPURO! - 1ª PARTE



6º DTC – Reflexão dominical – 12.02.2012 – Ano B
Lv 13,1-2.44-46; 1Cor 10,31-11,1; Mc 1,40-45

 1ª PARTE

Prezados amigos e irmãos em Jesus Cristo.

         Que terrível a lei judaica que o Levítico descreve. Por mais que tentássemos nos incorporar às vítimas da lepra daquele tempo não conseguiríamos entender o suficiente dos sofrimentos dos leprosos.
         Afastados das suas casas e parentes, proibidos de circular dentro das cidades, impedidos de aproximarem-se das pessoas, trajados pobremente com vestes rasgadas, cabelos e barbas sem nenhum cuidado, exalando mau cheiro,   verdadeiros maltrapilhos que além dos sofrimentos físicos, viviam uma das piores humilhações sendo obrigados a anunciarem-se para que outros não se aproximassem, gritando: “Impuro! impuro!”. Quanto sofrimento!
         O máximo que poderíamos imaginar a seus respeitos seria o fato de que eram portadores de doença incurável, destinados à morte lenta sentindo seus corpos apodrecerem em vida.  E ainda eram considerados vítimas de seus próprios pecados...
         Hoje, felizmente, a lepra não é mais danosa assim. Existem tratamentos e curas, e os portadores dessa doença não são excluídos, convivendo harmoniosamente em família e na sociedade.
         Mas doentes, pobres, fragilizados e rejeitados, abandonados pelas próprias pessoas e pelo governo que arrota vantagens na área de saúde, ainda existem irmãos nossos que mesmo sem a mancha da lepra antiga sofrem a miséria corporal e vexatória devido a outras enfermidades que muito bem poderiam ser evitadas ou curadas. E eles estão por aí, nas calçadas, debaixo de pontes, caminhando aos nossos olhos, mendigando um pedacinho de pão ou míseros centavos que sem consciência também se expõem como quem a gritar: “ImpuroI impuro!”. E não pensem que estão somente nesses lugares. Muitos tem até suas casinhas e parentes, mas longe dos tratamentos de saúde, das assistências médicas.
CONTINUA

IMPURO! IMPURO! - 2ª PARTE

6º DTC – Reflexão dominical – 12.02.2012 – Ano B
Lv 13,1-2.44-46; 1Cor 10,31-11,1; Mc 1,40-45
2ª PARTE

 São Paulo mostra às pessoas, de qualquer crença ou religião, um comportamento que pode ajudar os nossos irmãos a sofrerem menos: basta colocar em ação as obras de  Deus como prioridade. Dar-se a si mesmo por amor aos que sofrem. Fazer tudo “para a glória de Deus”. Qualquer coisa que vocês façam coloquem Deus e o próximo à sua frente.
         São Paulo fazia assim. Ele dá o seu testemunho dizendo que buscava não o que era vantajoso para ele, mas que fosse vantajoso para os irmãos.
         Falava o Apóstolo da Salvação da alma, mas que tem um propósito muito forte também para a cura ou alivio dos sofrimentos humanos.
       Vivemos numa época em que falsos e perigosos ídolos se apresentam em diversos segmentos da sociedade, principalmente  nos meios artísticos, políticos e esportivos que carregam multidões para a ruída moral, ao desinteresse pelos valores humanos realmente úteis, éticos e cristãos.  Por que, então, ao invés, não seguirmos os exemplos de Jesus Cristo e de São Paulo???
           
         Veja meu irmão, que Jesus veio para eliminar os maus costumes. Se dantes se rejeitava os leprosos, Jesus age justamente de forma contrária: ouve o clamor do leproso, estende a sua mão e o cura. E responde ao grito do enfermo: quero sim te curar!
         Imagine meu irmão, o tesouro que temos ao nosso alcance: Jesus! Tesouro não no sentido de riqueza patrimonial, mas alguém que fortalece as nossas almas, nossas vidas, os nossos corações, e que é capaz de transformar os sofrimentos e rancores em bênçãos e graças a ponto de nos levar a oferecer um pouco mais de nós aos nossos irmãos menos favorecidos.
         Você pode! Esses enfermos físicos e sociais podem estar bem pertinho de você. Ajude-os!
Louvado seja N.S. Jesus Cristo.
                 Diác. Narelvi

AVE MARIA DO PEÃO

       Ao reponte do sol que descamba / no dia se aprochega para o arremate / pelos campos e nos matos da querência / no revoar da bicharada voltando ao ninho / é hora de recolhimento.
       No rancho que há no interior / de mim mesmo / eu, gaúcho de fé me arrincono e medito
Despindo o poncho da vaidade e do orgulho / tiro o chapéu, apago o pito / e me achego pra uma prosa
com o patrão maior.
       Na sua presença  / meu sangue quente de farrapo se faz manso caudal / entrego-lhe minha alma
afoita de alcançar lonjuras / e abrir cancha em busca do destino / renuncio à minha xucra rebeldia
me faço doce de volta / e macio de tranco  para dizer-lhe Gracias patrão por tudo que me deste
por esta querência Senhor / que meus ancestrais regaram com seu sangue / e que aprendi a amar desde piá
        Pelos meus parceiros / nessa ronda da vida / sempre de prontidão para / me amadrinharem na campereada mais custosa / ou para matearem comigo na hora do sossego
        Reparte com eles, patrão / esta fé que me deste / e este orgulho pela minha querência
        Ajuda patrão a manter acessa esta chama / concede sempre ao gaúcho a força no braço
e o tino pra saber o que é correto.
       Dá-nos consciência para preservar a nossa cultura / livre da invasão dos modismos / conserva a essência e a beleza da nossa tradição
       E agora, com licença patrão / que vou aproveitar a olada / para um dedo de prosa com Nossa Senhora:

Ave Maria / primeira prenda do céu / contigo está o Senhor, / na estância maior tu és bendita entre todas as prendas / e bendito é o piá que trouxeste ao mundo, Jesus.

Maria, mãe de Deus / E mãe de todos nós / roga pela querência e pelos gaudérios que aqui moram / nesta hora e no instante / da última cavalgada. Amém

TRISTE HISTORIA DE UM PROFESSOR

Futuros intelectuais que administrarão o país.
 Porto Alegre (RS), 16 de julho de 2011
 Caro Juremir (CORREIO DO POVO/POA/RS)
 Meu nome é Maurício Girardi. Sou Físico. Pela manhã sou vice-diretor no Colégio Estadual Piratini, em Porto Alegre , onde à noite leciono a disciplina de Física para os três anos do Ensino Médio.   Pois bem, olha só o que me aconteceu:   estou eu dando aula para uma turma de segundo ano. Era 21/06/11 e, talvez, “pela entrada do inverno”, resolveu também ir á aula uma daquelas “alunas-turista” que aparecem vez por outra para  “fazer uma social”.  Para rever os conhecidos.    Por três vezes tive que pedir licença para a mocinha para poder explicar o conteúdo que abordávamos.
Parece que estão fazendo um favor em nos permitir um espaço de fala. Eis que após insistentes pedidos, estando eu no meio de uma explicação que necessitava de bastante atenção de todos, toca o celular da aluna, interrompendo todo um processo de desenvolvimento de uma idéia e prejudicando o andamento da aula.
Mudei o tom do pedido e aconselhei aquela menina que, se objetivo dela não era o de estudar, então que procurasse outro local, que fizesse um curso à distância ou coisa do gênero, pois ali naquela sala estavam pessoas que queriam aprender' e que o Colégio é um local aonde se vai para estudar. Então, a “estudante” quis argumentar, quando falei que não discutiria mais com ela.
         Neste momento tocou o sinal e fui para a troca de turma. A menina resolveu ir embora e desceu as escadas chorando por ter sido repreendida na frente de colegas. De casa, sua mãe ligou para a Escola e falou com o vice-diretor da noite, relatando que tinha conhecidos influentes em Porto Alegre e que aquilo não iria ficar assim. Em nenhum momento procurou escutar a minha versão nem mesmo para dizer, se fosse o caso, que minha postura teria sido errada. Tampouco procurou a diretoria da Escola.
Qual passo dado pela mãe?  Polícia Civil!... Isso mesmo!... tive que comparecer no dia 13/07/11, na  8.ª (oitava Delegacia de Polícia de Porto Alegre) para prestar esclarecimentos por ter constrangido (“?”) uma adolescente (17 anos), que muito pouco frequenta as aulas e quando o faz é para importunar, atrapalhar seus colegas e professores'. A que ponto que chegamos? Isso é um desabafo!.... Tenho 39 anos e resolvi ser professor porque sempre gostei de ensinar, de ver alguém se apropriar do conhecimento e crescer. Mas te confesso, está cada vez mais difícil.
Sinceramente, acho que é mais um professor que o Estado perde. Tenho outras opções no mercado. Em situações como essa, enxergamos a nossa fragilidade frente ao sistema. Como leitor da tua coluna, e sabendo que abordas com frequência temas relacionados à educação, ''te peço, encarecidamente, que dediques umas linhas a respeito da violência que é perpetrada contra os professores neste país''.
Texto atribuído ao professor Maurício Girardi

domingo, 5 de fevereiro de 2012

OS SOFRIMENTOS DE JÓ E SUA RECOMPENSA - 1ª PARTE

Reflexão dominical 5º DTC – Ano B – 05.02.2012
Jó 7,1-4.6-7; 1Cor 9,16-19 22-23; Mc 1,29-39 
1ª PARTE
 
Prezados amigos e irmãos em Jesus Cristo.

         São tantas as rotinas da nossa vida. O sofrimento é uma delas.
         Não falo somente dos sofrimentos físicos, mas também e principalmente dos sofrimentos psicológicos e emocionais que acontecem desde os primeiros tempos da humanidade. Jó dá testemunho nesse sentido.    
         Por que algumas pessoas dedicadas ao bem, inocentes,   sofrem tanto na vida na busca de trabalho, com a sua saúde, pelas injustiças, desencantos, decepções e tantas outras desgraças, enquanto que outras desprovidas de caráter, sem o mínimo respeito ao próximo, vingativos, de índole maldosa, sem fé,  crescem e progridem materialmente falando e gozando das regalias da sociedade?
         Jó relata algo que acontece a muitos de nós. É um homem rico e bondoso, um servo de Deus que de repente caiu numa série de sofrimentos, em desgraças, perdendo seus filhos, o patrimônio, e é atingido por doença.
         Aí ele desabafa: pensa nos sofrimentos quando deita para dormir e assim passa a noite. Quando amanhece o tormento continua. Os dias vão passando e parece que nada muda na sua vida. Compara-se a outros sofredores e sente-se pior do que eles. E como um homem desanimado lamenta como que querendo lembrar a Deus dizendo: “Minha vida é apenas um sopro e meus olhos não voltarão a ver a felicidade!”.
         Meu irmão, isso nunca aconteceu com você?
         Deus terá culpa? Não!   A culpa sempre é do homem que persegue e maltrata. Mas servem como provações testando as nossas resistências.
         Jó superou. Não perdeu sua fé. E confortado por essa mesma fé disse: “Nu saí do ventre de minha mãe, nu voltarei. O Senhor deu, o Senhor tirou: bendito seja o nome do Senhor!” (Jó 1,21); “Se ele me mata, nada mais tenho a esperar, e assim mesmo defenderei minha causa diante dele" Jó 13,15); Eu sei que o meu Defensor está vivo e que no fim se levantará do pó; depois do meu despertar, levantar-me-á  junto dele, e em minha carne verei a Deus.”  Jó 19, 26-26.
No final, Jó foi recompensado por Deus que lhe restituiu todas as suas posses, concedeu-lhe sete filhas e três filhos e viveu 140 anos. Jo 42, 10-17. 
Portanto, irmãos, o que nos faz resistir diante de tantas misérias, injustiças, perseguições e sofrimentos é a confiança em  Deus. Seremos também recompensados. E como Deus nos permite o livre arbítrio, saberemos na hora certa encontrar o caminho a seguir sem que precisemos perder a nossa fé.
CONTINUA

OS SOFRIMENTOS DE JÓ E SUA RECOMPENSA - 2ª PARTE

Reflexão dominical - 5º DTC – Ano B – 05.02.2012
Jó 7,1-4.6-7; 1Cor 9,16-19 22-23; Mc 1,29-39 
2ª PARTE

São Paulo este extraordinário apóstolo, aprendeu o sofrimento quando pecava perseguindo os cristãos, até que um dia Jesus o surpreende: “Saulo, Saulo, por que me persegues?  (At 9,4;22,7). E ele se converte e transforma-se num dos maiores seguidores de Jesus.
Que lição, meus irmãos. Jó sofrendo as amarguras da vida e São Paulo um perseguidor. Do jeitinho de Deus ambos são recompensados.
São Paulo torna-se um dos grandes pilares da Igreja de Jesus. Ama o que faz. Não teme os que lhe perseguem. E escolhe uma lógica estratégia:  torna-se escravo de todos para ganhar o maior numero possível, e com os fracos se faz fraco para ganhar os fracos. E com que satisfação diz:  Pregar o evangelho não é para mim motivo de glória. É antes uma necessidade para mim, uma imposição. Ai de mim se eu não pregar o evangelho!” E lembra que a iniciativa de pregar o Evangelho não é sua, mas vem de Jesus.
Por isso meus irmãos, a pregação do Evangelho não é privilégio de quem tem autoridade eclesial como os bispos, padres e diáconos mas de todos os leigos como participadores da missão.

Vejam meus irmãos que Jesus preferiu ter companhias. Junto com  Tiago e João depois com Simão e seus companheiros fazia curas e consolava as pessoas. Mas mostrando que o anuncio do Evangelho não é privativo de uma comunidade,  convida os seus escolhidos: "Vamos a outros lugares, às aldeias da redondeza! Devo pregar também ali, pois foi para isso que eu vim”.
Irmão, você também é convidado para acompanhar Jesus. 
Louvado seja N.S. Jesus Cristo.
Diác. Narelvi.